Carros Clássicos (Brazil)

OS ANOS DOS SUPERCARRO­S

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Odinheiro dominou os anos 1980 e os supercarro­s viraram uma febre em Wall Street. Com a abertura do comércio internacio­nal, surgiram novos mercados - particular­mente nos EUA e Oriente Médio. Isso levou a uma mudança na imagem do motorista de supercarro­s: ele já não era um playboy europeu, mas Gordon Gekko.

Os carros mudaram para atender a esses novos compradore­s. ainda principalm­ente de motor central, grande potência e tração traseira, mas agora com uma ideia diferente, de carro de rua. Eles perderam o foco, voltaram-se não mais para pilotos, mas para uma clientela de meia-idade. Vieram a Ferrari Testarossa (à direita) e, mais uma vez, o Countach.

Mas por baixo da aparência yuppie, o Testarossa de 1984 era um carro muito bom, com motor de 4,9 litros, 12 cilindros e 390 bhp.a barreira de 289 km/h era agora rompida com maior regularida­de. anteriorme­nte, os avanços aerodinâmi­cos haviam ficado para trás do desenvolvi­mento do motor, com muitos supercarro­s iniciais sendo bastante instáveis acima de 241 km/h (um passo à frente, o Miura), com suas velocidade­s máximas sendo especulati­vas, na melhor das hipóteses.

O Countach, com 10 anos de idade quando o Testarossa chegou, seguiu em frente através dos anos 1980, tornando-se cada vez mais potente. O ponto culminante foi o modelo de 1988, com V12 de 5,2 litros desenvolve­ndo 425 bhp para uma máxima de 294 km/h.

A Ferrari se tornou a força dominante, em grande parte por causa da situação financeira deplorável da Lamborghin­i (que tinha ido à falência em 1978 e estava em mãos suíças até a Chrysler assumir em 1987). Mas não faltavam concorrent­es: um ponto de viragem havia sido alcançado e o resultado foi uma divisão no mundo dos supercarro­s.

Quase como uma reação à suavidade que havia surgido, e a consciênci­a de que a corrida pode melhorar a raça, dois novos heróis apareceram em meados dos anos 1980. Forjados com um novo senso de propósito, vieram campeões incondicio­nais: a F40 Ferrari e o Porsche 959. Saudado como o supercarro mais avançado tecnologic­amente, o 959 4x4 finalmente chegou em 1987 e reescreveu o livro de regras da aceleração. Fazendo de 0 a 100 km/h em 3,6 segundos, 160 km/h em apenas 8,3 segundos, ele batia na porta dos 321 km/h.

Mas a F40 foi a primeira a romper. Ela se seguiu ao 288 GTO que havia sido construído para satisfazer os regulament­os de corrida do Grupo B e usava um motor um pouco maior de 2,9 litros V8. Sua potência de 478 bhp superava a

‘Dois heróis surgiram em meados dos anos1980: Ferrari F40 e Porsche 959’

do 959 e o último carro que Enzo encomendou também foi o primeiro a chegar em 321 km/h.

Os anos 1980 eram bons demais para durar, e o ano que nos trouxe o 959 e a F40 também nos deu a Quarta-feira Negra, que acabou com as ambições de outras empresas em participar da festa dos supercarro­s. Em 1988, a Jaguar mostrou o que viria a seguir: um V12 de 6,2 litros e 500 bhp chamado XJ220. Mas isso é outra história.

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