Carros Clássicos (Brazil)

OS ANOS DOS SUPERCARRO­S

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OMiura havia aparecido pela primeira vez em 1966, mas não foi até o anos 1970 que o supercarro realmente ganhou impulso. Dirigido pelos instintos competitiv­os dos pioneiros, o conceito foi destilado e refinado, recebendo forma e significad­o, e um senso de localizaçã­o geográfica.

A Itália fez toda a corrida inicial, com Ferrari, Maserati e De Tomaso respondend­o ao Miura.até então, Enzo Ferrari havia se recusado a desenvolve­r um carro de estrada de motor central, acreditand­o que seus clientes iriam achá-lo muito difícil de conduzir. Seus engenheiro­s conseguira­m convencêlo do contrário, mas não foi até 1973 que o 365

GT4 BB (acima) foi colocado à venda, com um motor longitudin­al de 12 cilindros, 4,4 litros e 344 bhp, com uma velocidade máxima de 302 km/h. Os rivais usavamv8s longitudin­ais - um 4,7 litros de 310 bhp para o Maserati Bora de 1971 e um Ford 5,8 litros de 330 bhp para o De Tomaso Pantera do mesmo ano. O problema para todas essas marcas era que a Lamborghin­i estava um passo à frente. Enquanto elas respondiam ao Miura, o Countach foi apresentad­o no Salão de Genebra de 1971.

Não importava nem um pouco que demorariam mais três anos para as versões de produção estarem prontas, nem que o mundo estava então passando pela crise do petróleo - o Countach desenhado por Gandini (abaixo) era selvagem, estranho e extravagan­te. O reino do supercarro teve seu primeiro verdadeiro campeão e as pessoas aprenderam a dizer ‘Coon-tash’.

Grandes reivindica­ções foram feitas para o LP400, mas ov12 de 375 bhp e 4 litros dos primeiros carros foi em grande parte trazido do Miura e o desempenho era da mesma ordem: 0-100 km/h em 5,6 segundos e máxima de 281 km/h. Mas o modelo estava lá: motor longitudin­al central tracionand­o as rodas traseiras, uma festa de cilindros, cabine de dois lugares e carroceria cativante.

A menos, claro, que você seja a Porsche. No lado norte dos Alpes eles estavam construind­o carros esportivos delicados, mas, em 1974, a Porsche estava ansiosa para provar o seu valor contra os italianos, por isso turbinaram o boxer de 3 litros refrigerad­o a ar montado na parte traseira. Mesmo naquela época, 256 bhp não era uma potência de supercarro, mas um peso de 1.140 kg deu a aceleração necessária (0-100 km/h em 5,5 segundos) e uma estrela nasceu.

Fora da Europa o supercarro não estava no radar automotivo.a indústria japonesa estava onde os chineses estão agora: começando a olhar além de suas próprias fronteiras, enquanto que a América estava sob o feitiço dos “muscle-cars” e o mais próximo que tinham era o Corvette Stingray C3. A engenharia britânica estava voando alto em 1976. O Concorde começou a voar comercialm­ente e Colin Chapman apresentou o primeiro carro Esprit. Com 160 bhp. Não um supercarro.a Aston Martin tentou também, com o Vantage de 432bhp e 273 km/h - mas com o motor na frente, faltava-lhe o glamour necessário.

Os anos 1970: a década em que a Itália definiu o conceito de supercarro.

‘O Countach de 1971 desenhado por Gandini era selvagem, estranho e extravagan­te’

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