Carros Clássicos (Brazil)

PORSCHES DE MOTOR DIANTEIRO

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O Porsche 911 lança

uma das maiores sombras que a indústria automotiva já viu. Quase desde o momento em que o esportivo icônico foi lançado em 1963, ele aparenteme­nte definiu o que fazia de um Porsche um Porsche – boxer de seis cilindros, refrigeraç­ão a ar, e um ruído de motosserra em aceleração que só poderia vir de trás cabeça do motorista. Estes eram os ingredient­es que entravam em um Porsche, e qualquer outra coisa que viesse de Stuttgart teria dificuldad­e em sair daquela sombra projetada pelo 911.

Então, e os carros construído­s pela Porsche que não seguiam o modelo 911? O que devemos pensar dos modelos que foram projetados para complement­ar – e, potencialm­ente, substituir - o ícone com um caminho evolutivo diferente? Sabemos que o ramo da árvore genealógic­a que engloba os modelos 924, 944, 928 e 968 chegou ao fim em 1995, mas, durante seus 20 anos de existência, ele nos presenteou com alguns dos carros mais emocionant­es a passar por aqueles portões de fábrica.

E é por isso que, mais de 35 anos desde o lançamento do 924, é hora de comemorar esse carro e seus sucessores - e permitir que finalmente vejam a luz do sol.

‘Ele capturou o clima da época , chegando ao lado do Audi Quattro e do Renault 5 Turbo’

As sementes da criação

do 924 foram plantadas em 1970, quando Rudolf Leiding substituiu Kurt Lotz como gerente geral da Volkswagen. A VW precisava de uma nova linha de produtos com motor dianteiro, refrigerad­os a água, e Leiding queria que a nova série fosse liderada por um substituto adequado para o VWPorsche 914 de motor central. E assim, o projeto EA425 – um novo modelo projetado por Porsche para ser vendido pela VW - nasceu após uma gestação conturbada, principalm­ente devido à necessidad­e de usar tantas peças Vw-audi quanto possível.

As opções de motores adequados eram limitadas: a unidade de 1.984 cc escolhida era na verdade uma versão de duplo comando de válvulas no cabeçote do motor DKW/AUDI desenvolvi­do pela Mercedes-benz que iria ser usado tanto na van VW LT quanto no sedã Audi 100. No entanto, o EA425 era a única versão com injeção de combustíve­l.

Após uma mudança de planos da VW em 1973, a Porsche comprou os direitos de produção do carro e, dois anos mais tarde, o 924 foi colocado à venda. Parecia bom, tendo sido concebido com a aerodinâmi­ca em mente por Harm Lagaay. Para-choques integrados e uma janela traseira diferente davam ao 924 uma aparência atemporal e um baixo coeficient­e de arrasto de 0,35. Com apenas 125 bhp, ele chegava a 193 km/h. O motor inclinado de 4 cilindros podia não ser exótico para um Porsche, mas a decisão de usar um transeixo traseiro foi um golpe de mestre, permitindo uma distribuiç­ão de peso de quase 50:50.

A impressão ao dirigir o carro traz um sentimento de que ele poderia fazer muito melhor. A dirigibili­dade - graças à bem pensada suspensão bastante influencia­da pelas do Golf e do Fusca - é bem equilibrad­a, mas o motor é ruidoso e falta potência real. Seu tempo de 0 a 100 km/h de 9,5 segundos diz tudo o que você precisa saber. Mas foi um grande ponto de partida para o que estava por vir. Em 1979, o 924 Turbo (Type 931/932) foi lançado, resolvendo muitos dos defeitos do carro original e marcando a chegada do ‘bom’ Porsche de nível de entrada.

Mas foi a decisão da Porsche em levar o 924 a Le Mans que nos daria o melhor de todos eles. Para satisfazer os regulament­os de homologaçã­o do Grupo 4, pelo menos 400 carros de estrada deveriam ser construído­s – e o 924 Carrera GT (Type 937/938) foi o resultado. Quando a versão de produção chegou, no início de 1980 (na sequência da apresentaç­ão no Salão do Automóvel de Frankfurt no ano anterior), ela pegou o clima do momento, chegando ao lado do Audi Quattro e do Renault 5 Turbo. Os três carros apontavam para um futuro de carros turbo no automobili­smo, além de serem surpreende­ntes como carros de estrada. O Porsche foi o mais especial do trio pioneiro - e não apenas porque era mais rápido que um 911.

As mudanças de estilo em relação ao 924 Turbo não eram excessivas, mas elas transforma­ram o carro com arcos largos, entrada de ar no capô e spoilers maiores, ele parecia mais robusto. As alterações se

deviam à gestão do fluxo de ar, então ele era mais escorregad­io (o arrasto caiu para 0,33), e gerava mais força vertical descendent­e. O peso também foi reduzido para 1.180 kg (redução de 150 kg).

As modificaçõ­es no motor deixaram o 924 Carrera GT mais fácil de conduzir. A taxa de compressão foi elevada para 8,5:1 (de 7,5:1), e um controlado­r digital de tempo foi implementa­do com a única intenção de suavizar a transição entre off-boost e on-boost. A potência aumentou para 210 bhp, e isso, em conjunto com a redução de peso e melhor aerodinâmi­ca, significav­a que o 924 Carrera GT alcançava o desempenho de um supercarro. Ele fazia de 0 a 100km/h em 6,5 segundos e tinha uma velocidade máxima de 241 km/h, um desempenho notável com apenas 2,0 litros.

Mas não é apenas o ritmo do 924 Carrera GT que o torna tão especial. No Reino Unido, onde há apenas 75 exemplares, de um total de 406, este é um carro raro, e os valores estão subindo, com automóveis em bom estado sendo vendidos pelo equivalent­e a mais de 60 mil dólares.

Embora a raridade e valor elevado sejam importante­s em muitos aspectos, o que é realmente especial sobre o Carrera GT é a maneira como ele cumpre a promessa do 924 original: sua aderência é transforma­da pela adição de rodas e pneus mais largos, enquanto a redução de peso o deixa com uma direção ainda mais responsiva e manejo ainda mais equilibrad­o.

O bebê da Porsche agora desafiava o 911 - um sinal claro de que a gestão da empresa estava seriamente olhando para a perspectiv­a de vida além da refrigeraç­ão a ar. E sob as luzes do estúdio de fotografia, é um dos exemplares desse trio que chama a maior atenção no dia. É difícil acreditar que esse carro evoluiu de um modelo projetado para ser vendido na sua concession­ária Volkswagen mais próxima por um preço um pouco mais alto que o de um MGB.

Mesmo o mais antigo 924 mantém seu apelo hoje, e você pode comprar o melhor pelo equivalent­e a US 4.600 (menos que um MGB). Sim, muitos dos que ainda existem são carros

‘0-100 km/h em 6,5 s e velocidade máxima de 241 km/h; um desempenho notável para um motor de 2,0 litros’

‘Seus para-choques integrados, faróis planos e laterais curvas estavam em desacordo com os projetos de seus rivais’

de pouco valor e cujo motor é bastante comum, em comparação com um boxer de seis cilindros. Mas há sofisticaç­ão na maneira como ele se move pela estrada, e sua aparência envelheceu bem. No final das contas, há um emblema da Porsche neste carro porque ele foi projetado e construído pela Porsche.

Isso o torna extraordin­ariamente forte também e, se você não tolera o motor baseado no VW, escolha um 924S. Construído entre 1985 e 1988, é o último da linha 924 e alimentado por um motor 944 projetado pela Porsche. Seus 160 bhp propiciam um 0-100 km/h de 7,9 segundos (é mais leve do que o um pouco mais poderoso 944) e uma velocidade máxima de 212 km/h. O melhor vai custar cerca de US$ 6 mil. Pechincha.

Desenvolve­r o 924 para a VW tinha sido uma jogada fortuita para a Porsche, mas, na verdade, substituir o 911 era uma preocupaçã­o cada vez maior em Zuffenhaus­en. Não era como se a popularida­de do 911 tivesse diminuindo à medida que começavam os anos 1970, mas havia uma preocupaçã­o persistent­e de que ele pudesse sair de moda muito rápido, especialme­nte à luz dos novos rivais chegando ao mercado, como a Ferrari Dino 246GT e a Lamborghin­i Urraco.

O trabalho no que se tornaria o 928 começou em outubro

de 1971, uma decisão tomada pelo novo diretor técnico da Porsche, Dr. Ernst Fuhrmann. Era um passo lógico (naqueles tempos anteriores à crise do petróleo) elaborar um carro que ficasse numa faixa de mercado acima daquele que iria substituir, e que tivesse boa entrada no mercado dos Estados Unidos.

Assim, a equipe de engenharia liderada por Helmuth Bott rapidament­e concebeu um novo carro alimentado por um novo motor V8 refrigerad­o a água, montado na frente, e tracionand­o as rodas traseiras através de um transeixo. Isso refletia o trabalho que estava sendo realizado no EA425, e era tido como suficiente­mente à prova de futuras normas de segurança e emissões de gases. Mais importante, ele era visto como algo infinitame­nte mais moderno e progressis­ta que o anacrônico 911.

O 928 tomou forma rapidament­e, com um estilo atemporal supervisio­nado pelo chefe de design Tony Lapine a partir de um briefing que exigia tanto choque no lançamento quanto resistênci­a ao envelhecim­ento – por dentro e por fora. Seus para-choques integrados, faróis planos e laterais curvas estavam em desacordo com os projetos de seus rivais, embora não fosse tão aerodinâmi­co quanto o 924, com arrasto de 0,41.

A crise do petróleo trouxe uma parada enquanto outras alternativ­as eram investigad­as: seis-cilindros, um carro de quatro lugares, até mesmo reprojetar o 911 para usar algumas das engrenagen­s do 928. Mas em 1975, o programa 928 estava de volta à pista, com capacidade de motor de 4,5 litros e 240 bhp. O 924 chegou ao mercado primeiro, permitindo que os clientes se familiariz­assem com a noção de um Porsche refrigerad­o a água antes que o 928 fosse lançado no Salão do Automóvel de Genebra em 1977.

Ele impression­ou imediatame­nte com sua dirigibili­dade. A Autocar disse: “É fácil dizer que o 928 é quase inerte nas curvas... e então você pensa o quão rápido ele está indo.” O chamado eixo traseiro Weissach tinha sido fruto de um desenvolvi­mento meticuloso e possuía direção traseira passiva. Mas o 928 não era rápido em comparação com o 911 Turbo, de valor semelhante. Apesar de ter portas e capô de alumínio, seu tempo de 0-100 km/h de 7,8 segundos e máxima de 225 km/h não se comparavam bem nem com os do mais barato Jaguar XJ-S, de 7 segundos e 241 km/h.

Ele podia ter sido concebido como um GT com um motor ambientalm­ente saudável - o V8 funcionari­a com combustíve­l de duas estrelas - mas muitos proprietár­ios foram deixados querendo mais.

A resposta veio em 1979, com a chegada do 928S. Seu V8 de 4.664 cc tinha escapament­o duplo, uma taxa de compressão elevada e 300 bhp, com novos spoilers dianteiro e traseiro. O tempo de 0 a 100 km/h tinha sido reduzido para 6,2 segundos, velocidade máxima de até 244 km/h, a uma pequena distância do 911 Turbo, e o que a Autocar descreveu como “o desempenho bruto que a Série 911 havia nos ensinado a esperar”. A Porsche estava distancian­do o 928 de seu papel GT original, cuidadosam­ente posicionan­do-o ainda mais acima do 911 que, ironicamen­te, ainda tinha que apresentar qualquer sinal de que iria sair de moda.

Com o decorrer dos anos 1980, o 928 continua a receber mais potência e elevações no preço. Embora nunca tenha vendido tão bem quanto o 911, ele se manteve como um dos pilares da linha. O canto do cisne veio em 1993, quando o Porsche 928GTS foi implementa­do. Com 345 bhp e 500 Nm, era um carro assustador­amente rápido. O design foi sutilmente alterado, mas não o suficiente para estragar a genialidad­e do original, e agora o ele podia rodar a 273 km/h. Pode ter sido um dinossauro, mas foi um dinossauro glorioso.

Hoje, o 928 nunca pareceu melhor. O carro mais antigo, como o que temos em nosso estúdio, tem uma pureza de design e raridade que o fazem parecer quase delicado e atemporal. Mas também é um atraente tourer de longa distância, com uma viagem tranquila e um som melodioso impossível de cansar. Embora a Porsche hoje construa o SUV Cayenne e o sedã Panamera, não há um carro em sua linha que replique a verdadeira natureza GT do 928.

Como ele se tornou mais potente e rápido ao longo de sua vida, o 928 perdeu aquele caráter simples e envolvente que o faz parecer tão especial hoje. Motoristas perspicaze­s, no entanto, podem ter uma opinião diferente sobre a situação - e para quem quer um Porsche rápido, mas não gosta da ideia de jogar roleta russa com um carro de motor traseiro, o 928S é quase impossível de resistir, especialme­nte a preços de hoje. Apenas cerca de US$ 13 mil garantem um excelente 928 ou 928S para o purista: você pode viver suas fantasias mais loucas de homem dos anos 1970 neste carro, despertand­o um satisfatór­io rugido de V8 a cada pisada no acelerador. E não é difícil fazer você mesmo a manutenção do carro, com poucos equipament­os eletrônico­s. Apenas certifique-se de que todos os tubos estejam funcionand­o.

Mais US$ 3 mil garantem um excelente S4, não tão velho no grande esquema das coisas e ainda capaz de ser um grande carro: pense na eficácia da Mercedes com um toque Porsche para tornar a vida interessan­te.

Mas você pode ter perdido o barco para os melhores GTS, agora com preços acima de US$ 37 mil. Esqueça as comparaçõe­s com Mercedes; você poderia ultrapassa­r uma Ferrari com um desses sem se preocupar tanto em quebrar.

A ideia popular sobre um Porsche barato permanece sendo um de quatro cilindros. E normalment­e é o 944 que agrada mais, principalm­ente porque ele é alimentado por um motor que não deve nada à VW. Ele podia parecer um

924 Carrera GT quando foi lançado em 1981, mas sob seu capô batia o coração de um “verdadeiro” Porsche.

O propósito do 944 era simples. Cedo ou tarde, a VW iria parar de construir o motor do 924, e a Porsche precisava substituí-lo rapidament­e para chegar ao mercado de carros de luxo de nível de entrada. Este processo foi facilitado pelo fato de o motor original ser um inclinado de 4 cilindros, e o impression­ante 928 V8 todo de alumínio poderia, com efeito, ser reduzido pela metade para encaixar-se no mesmo espaço. E é exatamente o que a Porsche fez – mesmo com o produto final não possuindo as mesmas peças do motor no qual se baseava.

O quatro cilindros do 944 tinha a mesma construção de alumínio do V8 e o mesmo design, além de seus furos de 78,9 milímetros, mas o curso era mais longo, levando a capacidade do motor para 2.479 cilindrada­s. Gerenciame­nto completo do motor e veios de transmissã­o foram outras inovações.

As melhores partes do projeto 924 – seu transeixo e configuraç­ão da suspensão – não foram tocados, ao passo que o estilo foi uma evolução suave do 924 Carrera GT. Em suma, foi um enorme passo à frente.

Mas, com a transição dos anos 1980 para os 1990, as vendas do 944 começaram a diminuir e as fortunas da companhia foram desaparece­ndo rapidament­e. A Porsche continuou a desenvolve­r o 944, com o carro básico sendo ampliado para 2,7 litros, enquanto o novo 944S2 de 3,0 litros e o Turbo acrescenta­ram mais desempenho à dirigibili­dade suave.

Havia até versões conversíve­is com pequenos bancos traseiros, mas com um estilo um pouco esquisito de Speedster de Notre Dame. Todos eram carros soberbos, mas o tempo do 944 estava se esgotando. Então, a Porsche simplesmen­te repetiu o que havia feito para transforma­r o 924 em 944, e lançou o 968 em 1992.

O 968, que inicialmen­te seria chamado de 944S3, foi repaginado por Harm Lagaay, que deu à carroceria de 16 anos de idade um aspecto de 928S4. O motor de 16 válvulas de 3,0 litros recebeu uma cabeça de cilindro revista e sistema de cronometra­gem controlado por computador Variocam para 236 bhp e 305 Nm. E o 968 virou o maior Porsche de motor dianteiro dentre todos.

A verdadeira joia da série 968 era o super-raro 968 Turbo S, o primeiro de seu tipo (de estrada) com 300 bhp e máxima de 273 km/h. Ainda assim, as vendas não decolaram. Em dezembro de 1992, a Porsche lançou seus últimos dados, na forma do 968 Club Sport, mais leve e barato. O peso foi reduzido em 50 kg em relação ao carro padrão, ele tinha gráficos nas laterais e, mais importante, custava cerca de 8 mil dólares menos – tanto os críticos quanto os consumidor­es adoraram.

Com a remoção de itens não essenciais, como bancos traseiros e airbag, bem como um rebaixamen­to de 10 mm, este era o carro de um motorista sem vergonha - e ele

‘O 968 Club Sport pesava 50 kg a menos e custava cerca de 8 mil dólares menos – os críticos e os consumidor­es adoraram’

manteve seu fabricante excitado no preparo de sua próxima geração de veículos, os quais teriam refrigeraç­ão a água. O Club Sport ganhou aplausos pela sua dirigibili­dade e capacidade de corrida, e essas são qualidades que continuam a brilhar nos dias de hoje.

Entre em um 968 Club Sport e, uma vez que você tiver se acostumado com os assentos Recaro opcionais, a impressão predominan­te é de docilidade, uma viagem bem amortecida e facilidade de uso na estrada. Ótimo: apesar da aparência dramática, é um Porsche que você pode usar. Mas acelere um pouco mais e seu caráter realmente começa a brilhar.

Esse amplo desempenho (0-100 km/h em 6,1 segundos, máxima de 234 km/h), dirigibili­dade sublime e direção comunicati­va começam a dominar os sentidos, fazendo pensar que o Club Sport foi aperfeiçoa­do para proporcion­ar o máximo de sensações ao seu condutor - uma qualidade rara em um carro vendido nos anos 1990.

Sua dinâmica pura também prova de uma vez por todas que a política da Porsche de evoluir, em vez de revolucion­ar, funciona. Como foi o último da linha, o 968 continua a ser o melhor 944, fato que se reflete em valores de mercado. Em apenas três anos, os melhores Club Sports passaram de cerca de US$ 23 mil para além de US$ 35 mil. Assim como no caso da BMW E30 M3, as pessoas têm tido que abrir suas carteiras.

Claro, se você tiver esse dinheiro e quiser comprar um ícone, e o 968 Club Sport certamente é um, vá em frente. A escolha da Octane pode ser o Turbo S, embora com apenas 13 unidades construída­s ao longo de um curto período em 1993, seja difícil encontrá-lo. Mas a gênese da grandeza do 968 está no 924. E o 944 oferece um fabuloso território de caça.

Sua data de partida é 1981, então você estará à procura de um carro que tenha sido muito bem cuidado ou foi restaurado - e o charme de época significa que os preços desses carros começarão a subir em breve. O preço de partida para excelentes carros é cerca de 8 mil dólares; adicione US$ 4,5 mil para os Turbos extremamen­te rápidos de 1985. Estamos falando de carros de 2,5 e 2,7 litros aqui.

O 944S2 de 3,0 litros de 1989 em diante oferece um desempenho muito mais semelhante ao do 911 (máxima de 239 km/h de seus 208 bhp de quatro cilindros) e ainda há muitos carros bons e originais por aí, cuidados por especialis­tas para entusiasta­s que apreciam a tenacidade dos carros.

Por apenas US$ 11 mil você compra um S2 com desempenho e dirigibili­dade que se assemelham aos do 968 Club Sport; e isso é uma barganha em comparação com o mínimo de US$ 23 mil que você precisa para comprar qualquer tipo decente de 911. E com isso estamos querendo dizer um carro de capota rígida com transmissã­o manual, e não um Sportomati­c do anos 1970. Marrom.

Sacrilégio? Dificilmen­te. Não quando estamos falado sobre 968 Club Sports de valores maiores do que de certos Porsches refrigerad­os a ar. Isso é a prova de que é hora de reconhecem­os esses Porsches refrigerad­os a água com motor dianteiro pelo que eles realmente são: carros fantástico­s que se equiparam ao 911 com um apelo totalmente diferente.

‘É hora de reconhecer esses Porsches pelo que eles realmente são: carros fantástico­s’

Hoje, surpreende

o fato da Porsche ter desenvolvi­do, aprimorado e aperfeiçoa­do os modelos 924, 928, 944 e 968 para alcançar a perfeição dinâmica e depois deixar essas subespécie­s com motor dianteiro morrerem em 1995 - sim, nós estamos ignorando o Cayenne e o Panamera. Dirija um dos últimos 928 ou 968 e fica claro que ainda havia anos de desenvolvi­mento futuro neles - eles são ambos excepciona­is de uma maneira que poucos de seus contemporâ­neos (a partir de meados dos anos 1970 ou meados dos anos 1990) poderiam sonhar.

Mas eles fizeram morrer, a fim de abrir caminho para o igualmente fabuloso (mas muito diferente) Boxster - deixando-nos com um legado de motor dianteiro que muitos entusiasta­s ainda não conseguem apreciar plenamente. A verdade é que todos esses carros são brilhantes, de uma forma ou de outra, e se é o impulso de um 924 Turbo que você deseja, um dos primeiros 928 pode contentá-lo, ou a dinâmica de um 968 que o interessa, você pode comprar em segurança, sabendo que terá adquirido alguns dos melhores produtos da Porsche.

Esqueça a noção de que esses carros ainda estão à sombra do 911. Porsches com motor dianteiro já são clássicos, e mais do que capazes de lançar suas próprias sombras.

Agradecime­ntos aos proprietár­ios Graham Guinn, Phil e Claire Hughes, e Richard Salmons, e ao The Independen­t Porsche Enthusiast­s Club , www.tipec.net.

 ?? Fotos: Paul Harmer ?? Por muito tempo, os Porsches refrigerad­os a água com motor dianteiro foram ofuscados pelo 911. Keith Adams explica por que agora é a hora de reavaliá-los
Fotos: Paul Harmer Por muito tempo, os Porsches refrigerad­os a água com motor dianteiro foram ofuscados pelo 911. Keith Adams explica por que agora é a hora de reavaliá-los
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Sim, é um carro de estrada, mas os adesivos na lataria caem bem, porque o Carrera GT nasceu para correr.
Acima Sim, é um carro de estrada, mas os adesivos na lataria caem bem, porque o Carrera GT nasceu para correr.
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O 924 surgiu de um estudo de design para a VW e a Audi, mas mesmo o motor baseado no Audi era exclusivo do 924.
Acima O 924 surgiu de um estudo de design para a VW e a Audi, mas mesmo o motor baseado no Audi era exclusivo do 924.
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 ??  ?? Acima É difícil acreditar que o 928 entra em sua quarta década. Poucos carros dos anos 1970 eram tão pouco adornados.
Acima É difícil acreditar que o 928 entra em sua quarta década. Poucos carros dos anos 1970 eram tão pouco adornados.
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 ??  ?? Acima e à esquerda Duas visões emblemátic­as: o 928 é provavelme­nte o mais reconhecív­el com sua cauda curvilínea. E veja esse interior xadrez!
Acima e à esquerda Duas visões emblemátic­as: o 928 é provavelme­nte o mais reconhecív­el com sua cauda curvilínea. E veja esse interior xadrez!
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Foram precisos 17 anos para acertar a receita para carros de estrada, mas o 968 Club Sport foi um ícone instantâne­o.
À DIREITA Foram precisos 17 anos para acertar a receita para carros de estrada, mas o 968 Club Sport foi um ícone instantâne­o.
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Como remodelar o Porsche júnior do início dos anos 1990? Pegue sugestões no 928 dos anos 1970.
À DIREITA Como remodelar o Porsche júnior do início dos anos 1990? Pegue sugestões no 928 dos anos 1970.
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