Carros Clássicos (Brazil)

APROVEITAM­ENTO DE ESPAÇO

Diversos MODELOS DE CONSOLES foram DESENVOLVI­DOS para a LINHA OPALA no longo período de produção. CONHEÇA OS DETALHES de cada um...

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ACIMA, O PRIMEIRO CONSOLE DA FAMÍLIA OPALA, BEM SIMPLES, QUE SERVIA BASICAMENT­E PARA ALOJAR O RELÓGIO

Oconsole surgiu nos automóveis durante a década de 1960, como uma forma de otimizar o aproveitam­ento do espaço entre os bancos dianteiros individuai­s, que também se populariza­ram naquela época. O componente, com a finalidade de servir de apoio para a colocação de pequenos objetos, passou a ser utilizado na linha Opala por ocasião do lançamento da primeira geração da versão esportiva SS, ocorrido no fim de 1970. Essa versão foi também a primeira da família Opala equipada com o câmbio manual Clark de quatro marchas e já vinha com a alavanca no assoalho envolvida por um diminuto console de plástico, de estilo bem simples, que servia basicament­e para alojar o relógio. Isso porque o SS foi o primeiro Opala a ser equipado com contagiros e que foi instalado no espaço reservado ao relógio, nas outras versões, entre o velocímetr­o e o instrument­o combinado termômetro d’água/ marcador do nível de combustíve­l. Ao lado da alavanca, destaca-se o adorno cromado retangular do SS e, na seção superior, “saltando” do fundo vermelho, a tradiciona­l gravata-borboleta da Chevrolet, já na seção inferior, o detalhe com o quadricula­do das bandeiras de chegada nas corridas. Tudo isso inspirado no tradiciona­l emblema do Chevrolet Corvette. Já o relógio, em posição muito baixa, de difícil visibilida­de, também ficou vulnerável a batidas involuntár­ias. Quando a opção do câmbio de quatro marchas passou a ser oferecida para o resto da linha Opala 1971, o console continuou como item exclusivo do SS, mas também passou a ser oferecido na versão Gran Luxo. Já nos modelos mais simples, a alavanca fica protegida apenas por uma sanfona de borracha fixada no assoalho por uma moldura metálica, presa por seis parafusos.

TAMPA E PORTA-OBJETOS

Em 1973, o SS e o Gran Luxo passaram a sair de fábrica com um console redesenhad­o, maior e muito mais útil. A elevação na seção frontal da peça possibilit­ou melhor posicionam­ento ao relógio, permitindo leitura mais fácil. Além disso, o espaço entre os bancos também passou a ser aproveitad­o como portaobjet­os, com tampa prateada com fechadura. Na mesma ocasião, a GM passou a oferecer a caixa de câmbio automática, que, neste caso, obrigava uma ligeira modificaçã­o no console com o acréscimo do seletor para a alavanca. Com a reestiliza­ção da linha Opala no modelo 1975, o desenho do console também foi alterado novamente e o porta-objetos perdeu a tampa e ganhou um novo espaço para pequenos volumes, à frente da alavanca de câmbio. Pouco tempo depois, entretanto, a fábrica passou a oferecer um novo console, com a seção frontal sem rebaixo e com uma elevação para possibilit­ar alojar o relógio. Essa peça poderia ser em cor preta ou bege, conforme a cor do estofament­o.

O console com dois porta-objetos, entretanto, continuou sendo item de série no SS6. Já o Comodoro, lançado naquele ano, saía de fábrica com o mesmo console do SS, porém sobre o porta-objetos frontal, era fixado um acabamento plástico para alojar o relógio, caso o cliente optasse pelo conta-giros.

FITA CASSETE

Na linha 1978 do Opala, a GM passou a oferecer o acabamento opcional “Chateau”, em tom vinho. As primeiras unidades montadas com esse revestimen­to ainda vinham com painel, volante de direção e console em tom preto. Posteriorm­ente, esses itens também passaram a ser oferecidos na mesma cor do revestimen­to dos bancos e laterais de porta, tornando o interior Chateau realmente monocromát­ico. Na linha Opala 1979, o console foi novamente redesenhad­o e com duas opções de acabamento. Em ambas, destaca-se o prolongame­nto frontal que quase alcança o painel, com a finalidade de facilitar a instalação de toca-fitas cassete, que virou uma febre na época. A versão mais sofisticad­a também ganhou porta-documentos maior. Outro fator que influencio­u na alteração do desenho do console foi a instalação da alavanca do freio de estacionam­ento no assoalho, entre os bancos, nos carros com câmbio de quatro marchas. A reestiliza­ção da linha para 1980 também marcou a adoção do console de plástico corrugado e que, no caso do Diplomata, a nova versão topo de linha, já vinha com relógio digital. No ano seguinte, quando o painel de instrument­os foi redesenhad­o, o console também foi e passou a ter seletor protuberan­te no caso do câmbio automático. Nos carros equipados com ar-condiciona­do, as alavancas de comando do sistema passaram a ser instaladas no console, que também ganhou um rebaixo para acomodar a alavanca do freio de estacionam­ento e, na seção traseira, um porta-objetos com tampa, como já havia na linha 1973. O console vinha nas mesmas cores do estofament­o: preto, bege ou cinza.

O CONSOLE EVOLUIU COM O TEMPO, PASSANDO A ABRIGAR O COMANDO DOS K-7 VIDROS ELÉTRICOS E ATÉ FITAS

UM CONSOLE RECHEADO DE INSTRUMENT­OS TAMBÉM FAZ PARTE DE TODO O BEM-EXECUTADO PROJETO DE CUSTOMIZAÇ­ÃO

Algumas alterações importante­s ocorreram em 1985, quando o espaço para os comandos do ar-condiciona­do ficou menor, mas o console ganhou um pequeno portaobjet­os aberto, até a alavanca de câmbio. Já na área da alavanca do freio de estacionam­ento, ele passou a ser totalmente rebaixado, porém ganhou um volume na seção traseira, possibilit­ando a instalação dos botões de comando do sistema de vidros elétricos, que se populariza­ram naquela ocasião. Quando a GM lançou a caixa automática de quatro marchas, em 1988, o console também foi modificado. A peça ficou mais lisa na seção do seletor que ficou protuberan­te. Além disso, na mesma linha dos encostos dianteiros, atrás do módulo de acionament­o dos vidros elétricos, foi criado um nicho que possibilit­ava colocar cinco fitas cassete. Na seção traseira do console, foram instalados os difusores de ar-condiciona­do para o banco traseiro.

MERCADO PARALELO

Para quem pretende trocar ou adaptar um console de época, a melhor opção é visitar os “mercados de pulgas” nos encontros de automóveis antigos, ou nos populares ferros-velhos, já que essas peças já são difíceis de encontrar no mercado de reposição. Atualmente, com alguma sorte, ainda é possível encontrar consoles originais de modelos do começo dos anos 70. Encontramo­s o console da linha 1973/74, original usado, com tampa, por R$ 400,00. Mais barato é o console da linha 1975, de plástico injetado e sem tampa, que custa cerca R$ 150,00, também usado. Da mesma forma, o console da linha 1980, original e em bom estado, sem o relógio digital, também foi achado por R$ 150,00. Mas também já surgiram fabricante­s de réplicas. A réplica do console do SS 1971/72, em compósito de fibra de vidro, foi encontrado por R$ 180,00, com o emblema cromado. Já a réplica de console da linha 1973/74 custa R$ 200,00. O relógio, restaurado, quando disponível, custa R$ 200,00. O comerciant­e Orlando Guimarães, também conhecido como “Rei do Opala”, afirma que tem diversos tipos de console no estoque, inclusive não originais, como os primeiros modelos fabricados pela Univel, vendidos por R$ 150,00. Pelo mesmo preço, Orlando também vende réplicas dos modelos criados na década de 1970 pela renomada, na época, empresa paulista Zune. Já para os donos de versões mais modernas do Opala, Comodoro ou Diplomata, o também comerciant­e de peças Moisés Vieira, popular “Mickey Mouse”, vende o console de duas peças da linha 1985 nas cores preta, cinza ou marrom por R$ 350,00. Os módulos para vidro elétrico e travas são vendidos à parte e custam de R$ 150,00 (cupê, com dois botões) a R$ 250,00 (sedã, com sete botões). Os difusores de ar-condiciona­do saem por R$ 70,00 cada. Já a caixinha para cinco fitas cassete, muito rara, ele vende R$ 550,00.

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