ESPORTIVIDADE NA FAIXA
Desenvolvidas PARA DIFERENCIAR O SS das outras versões da linha Opala, AS FAIXAS DECORATIVAS CARACTERIZAM o ano/modelo de cada VERSÃO “ESPORTIVA”
Oprincipal detalhe de diferenciação da linha Opala SS foi a adoção de exclusivas faixas pretas que destacavam a carroceria. Criadas como decoração dos carros de corrida, em meados da década de 1950, elas logo se popularizaram, de tal forma que também foram adotadas pelos estilistas da indústria automobilística. Esse artifício passou a ser explorado pela General Motors em 1962, quando a empresa apresentou o Super Spyder, um dream car baseado no Chevrolet Corvair que tinha uma larga faixa longitudinal, que cobria todo o centro da carroceria seguida por filetes laterais. Tanto o público quanto a imprensa gostaram da novidade e a GM não demorou a “enfaixar” seus modelos esportivos, com destaque para o Camaro RS, lançado em 1967. A subsidiária brasileira, ao lançar a versão esportiva do Opala também decorou esta linha com faixas pretas. A GMB seguia a receita adotada no Opel Rekord Sprint, a versão esportiva do modelo alemão, e também de outros modelos nacionais, como o Chrysler GTX e o Corcel GT, lançados na mesma época.
VISUAL DIFERENCIADO
Lançado em novembro de 1970, durante o Salão do Automóvel de São Paulo, como ano-modelo 71, o primeiro Opala SS só era disponível com carroceria de quatro portas, já que o cupê ainda não havia sido lançado no mercado brasileiro. O modelo esportivo caracteriza-se por duas faixas largas, em preto-fosco, sobre o capô. Já na traseira, o painel inferior do porta-malas é inteiramente na cor preta. Lateralmente, o acabamento é bem mais caprichado. No vinco inferior, seguindo a abertura das caixas de rodas, de ponta a ponta da carroceria, três faixas completam a decoração: a superior, mais fina; a central, intermediária; a inferior, mais larga. Nesta última, na área dos “pés” dos para-lamas, se destaca ainda um retângulo quadriculado e outro com as letras “SS” na cor branca. Nos paralamas dianteiros, logo acima da faixa mais fina, o detalhe referente ao motor 4100, lançado com o SS. Quando foi lançada a carroceria cupê, a GMB deixou de produzir o SS com quatro portas: tal versão passou a ser exclusiva do fastback, apresentado como ano-modelo 1972 e que, com penas duas portas, era mais adequada para uma versão dita
O PRIMEIRO SS, LANÇADO EM 1971, Só FOI FABRICADO COM 4 PORTAS, MAS Já VINHA COM MOTOR 4100
A PARTIR DE 1972, COM O LANÇAMENTO DO OPALA CUPÊ, A VERSÃO SS FICOU MAIS CATIVANTE
esportiva. Não ocorreram, entretanto, mudanças no desenho das faixas, que ficaram ainda mais chamativas no cupê, razão pela qual também não sofreram alterações no ano seguinte. Em 1974, entretanto, devido à crise do petróleo deflagrada no ano anterior, a fábrica decidiu produzir o SS com motor de quatro cilindros. Porém, a GMB não mediu esforços para gastar o mínimo possível na nova versão do Opala. Diferente do que ocorria na versão mais potente de seis cilindros, o SS4 tinha o capô em preto-fosco, assim como o painel inferior dianteiro, o rebaixo do painel do porta-malas e a saia traseira. A economia seguiu com os para-choques pintados, também em preto-fosco, evitando despesas com a cromeação, o que também podia ser visto no pé do espelho retrovisor externo. Adesivos diminutos, colados nos pés dos para-lamas dianteiros, nas cores preta, vermelha e branca, com as letras “SS” e o numeral “4”. Naquele mesmo ano, o SS6 ganhou novas faixas laterais, aplicadas logo abaixo das maçanetas das portas. Os para-lamas dianteiros passaram a ostentar as letras “SS” brancas com contornos pretos. Depois delas, as duas faixas, de mesmo diâmetro, estendiam-se até o fim das laterais traseiras. Mas, antes de atingir as lanternas, se uniam de modo a servir de fundo para as letras brancas que destacavam a denominação “Opala”. MUDANÇAS DE ESTILO Com a reestilização da linha realizada em 1975, tanto o SS4 quanto o SS6 ficaram muito parecidos. Exemplo disso é o fato de o modelo de quatro cilindros ter passado a contar com para-choques cromados. A parte central do capô, pintada em pretofosco, incluindo o painel frontal superior, tem filetes perimetrais também em preto. Já na lateral os “pés” dos para-lamas ganharam um adesivo retangular, com as letras “SS” em branco com fundo preto. Abaixo delas os numerais “4” ou “6” são ladeados por bandeiras quadriculadas, que ficam por cima de três faixas: preta com filete branco, branca e preta com filete branco. A parte superior dos para-lamas ganha traseiro uma faixa preta, dividida em quatro segmentos, segue a curvatura da carroceria. No ano seguinte ocorreu a uniformização das faixas dos SS4 e do SS6. Ou quase: a diferença ficou para o adesivo com o número “4” ou “6” em vermelho com contorno preto e, logo abaixo, as letras “SS”, também brancas, sobre fundo preto. Esses colantes ficam aplicados nos para
lamas dianteiros, atrás das caixas de roda, na mesma altura dos piscas. Outra diferença entre os dois modelos eram as rodas que, no SS6, vêm com o contorno pintado de preto. Exceto isso, os esportivos eram, basicamente, iguais em estética. No capô duas faixas emolduradas por filetes brancos. O painel traseiro não é pintado e, lateralmente, toda a área abaixo do vinco da carroceria passou a ser preta, incluindo os painéis inferiores dianteiros e posteriores. Uma curiosidade: alguns carros saíram de fábrica com fundo preto logo abaixo do vigia traseiro, no qual vinha impresso o logo “Opala” em letras brancas. Tanto o SS6 quanto o SS4 perderam os adesivos dos para-lamas em 1977. No lugar deles, os carros passaram a ter as letras “SS” vazadas (ostentando a cor do carro) no fundo preto das faixas laterais, na área dos “pés” dos pára-lamas dianteiros. Como o desenho das rodas também mudou e a diferenciação entre elas desapareceu, muitos proprietários de SS6 ficaram decepcionados com a GM, já que a Ford continuou a distinguir o Maverick GT de quatro cilindros do V-8.
ÚLTIMAS MUDANÇAS
Segundo boa parte dos entusiastas da linha Opala, os SS de 1978 têm as mais belas faixas criadas para essa versão esportiva. O capô do motor passou a ter a parte central totalmente preta, tendo apenas filetes delineadores da cor do carro, envoltos por outras faixas de cor preta. Já o painel traseiro do porta-malas voltou a ser preto e, lateralmente, surgiu um novo arranjo, com o emblema SS vazado, mas, dessa vez, as faixas começavam na altura dos para-choques dianteiros, passando por cima do corte das caixas de roda, e seguindo um pouco acima das
A CRISE DO PETRÓLEO, DEFLAGRADA EM 1973, FEZ A GMB DESENVOLVER SS4 RAPIDAMENTE A VERSÃO SS4
caixas de ar, quando afinam para passar por cima das caixas de roda traseira e terminam nos choques. As faixas laterais são largas, com filetes nas partes superior e inferior (neste último caso, exceto ao passar pelas caixas de rodas). Além disso, com o lançamento da Caravan SS, de acabamento igual aos Opalas SS4 e SS6, a diferença básica é na tampa do porta-malas, que na perua não tinha faixas pretas, mas apenas as letras “SS”, com filetes perimetrais pretos. Além disso, na Caravan, a coluna dos vidros é pintada. A última mudança veio em 1980, com a profunda reestilização da linha. O capô, tanto no SS4 quanto no SS6, passou a ser da cor do carro, o mesmo ocorrendo com os para-choques, mais largos e com borrachões. As faixas laterais cobriam, basicamente, a mesma área da faixa da linha 1978, embora sejam mais largas. Outra diferença é que a área coberta tem início nos “pés” dos para-lamas traseiros, logo após a borda das rodas. Depois das portas, ficam em destaque as letras “SS”, maiores e vazadas na cor da carroceria. Na sequência, a faixa afina
A 1975, PARTIR DE HOUVE A PADRONIZAÇÃONO VISUAL DAS DUAS VERSÕES: SS4 E SS6
até encontrar o para-choque traseiro. Na traseira, tal como no modelo do ano anterior, uma faixa preta liga as lanternas traseiras, com a diferença de que, em 1980, essa solução também foi adotada na Caravan.
RESTAURAÇÃO COMPLETA
Uma das empresas que fabricam atualmente faixas decorativas e máscaras para pintura da linha SS é a Old Design. “Nosso trabalho é feito com produtos da 3M. Já as máscaras de transferência são feitas com material próprio para a pintura, na cor verde ou laranja, para se destacarem da cor do carro e facilitar a aplicação da tinta”, explica Flávio de Souza, vendedor da empresa. Os preços variam conforme o pedido do cliente, que, em muitos casos, pode adquirir as faixas ou somente as máscaras de pintura. Para os modelos SS6 1971/73, de duas ou quatro portas, o kit custa de R$ 210,00 a R$ 270,00. Para o SS4 1974, a Old Design só vende o adesivo lateral e o gabarito para a pintura das seções em preto por R$ 80,00. No caso do SS6 1974, o preço do kit oscila entre R$ 210,00 e R$ 290,00. Para a linha SS 1975, os preços ficam entre R$ 190,00 a R$ 250,00. Já as dos modelos 76 e 77 têm valores fixos: R$ 250,00 e R$ 230,00. Para o Opala e Caravan SS linhas 1978/79 há mais opções, com kits que custam de R$ 250,00 a R$ 340,00. No caso da linha 1980, o preço é um só: R$ 190,00. Segundo o vendedor da Old Design, todas as faixas e máscaras da empresa foram desenvolvidos a partir de adesivos originais GM ou de veículos nunca restaurados, que ainda mantinham a pintura original. Vale destacar que os valores acima detalhados poderão sofrer reajustes e, pra evitar surpresas, vale a pena confirmar antes da compra por telefone ou e-mail.
A ÚLTIMA SÉRIE DA VERSÃO ESPORTIVA OPALA, 1980, DA LINHA LANÇADA EM DESTACAVA A LARGA FAIXA LATERAL