PROTEÇÃO COM CHARME
Se existe algo que costuma provocar má impressão visual em um automóvel, mesmo este sendo rigorosamente original, é um para-choque amassado ou torto, com a cromeação desgastada e sinais de corrosão. No caso da família Opala, esse componente é relativamente fácil de ser recuperado ou mesmo trocado, para todos os modelos e versões produzidos, já que ainda existe boa oferta de componentes no mercado de acessórios. Durante os 24 anos que ficou na linha de montagem, o Opala teve seu estilo atualizado basicamente com alterações pontuais na área frontal e traseira, incluindo aí a mudança de desenho dos para-choques. Isso, inclusive, começou com a primeira geração, contribuindo para diferenciar o Chevrolet nacional do Opel Rekord, do qual se originou. Os para-choques do primeiro Opala tinham desenho bem mais equilibrado e elegante do que os do modelo da Opel.
FATOR DETERMINANTE SEGURANÇA na do PARA-CHOQUES veículo, EM BOM SÃO estado também RESPONSÁVEIS por valorizar A ESTÉTICA do Opala
DESENHO EXCLUSIVO
Com lâminas finas e que lembravam os parachoques do Chevrolet Corvair 1965, isso foi obra do estilista americano David Clarke, que fora enviado ao Brasil pela matriz da GM para cuidar dos detalhes de estilo. Foi ele também o responsável pela definição do desenho da grade, dos faróis e das lanternas do Opala, que tiveram influência direta do Chevy Nova, na ocasião era fabricado nos Estados Unidos. Mas David teve o bom senso de perceber que os para-choques do Chevy Nova 1968 eram muito grandes para uma a carroceria de origem europeia. Como seria muito complicado e caro, conforme os desenhos de David, fazer os para-choques em uma peça inteiriça, o departamento de engenharia da GM optou pelas duas cantoneiras aparafusadas à lâmina principal. Isso, por sinal, facilita atualmente a restauração dos componentes. Outra peça com design característico são as primeiras garras de para-choque, que, assim como no Rekord, protegem apenas na parte inferior das lâminas, contando com uma pequena tira de
borracha. Entretanto nem todos os carros saíam da fábrica com as garras, que eram opcionais no modelo básico do Opala.
PRIMEIRAS ALTERAÇÕES
Logo que o Opala chegou às concessionárias, os fabricantes de acessórios lançaram kits de “embelezamento”, como era comum na época, para a linha. Alguns também lançaram garras de desenho próprio, caso da Norfol, que produziu peças em plástico preto com acabamento lateral metálico. Atenta, a própria GM passou a oferecer garras metálicas maiores, sempre com protetores de borracha, que também protegiam parte da grade. Embora fossem originais, essas peças não eram colocadas na fábrica, e, sim, nas concessionárias Chevrolet. Em 1974, o Opala SS-4 foi lançado com para-choques e garras pintados de pretofosco, uma forma de garantir um visual mais esportivo ao modelo. Já no ano seguinte, a linha Opala passou por sua primeira reestilização e os para-choques também foram redesenhados, passando a ser uma peça única. As lâminas inteiriças também ganharam garras com novo desenho: as peque
nas, de borracha inteiriça, e as grandes, que, além da proteção de borracha, vinham com haste cromada. Porém somente no Comodoro, modelo topo de linha, o comprador podia optar por uma delas. Este modelo ainda vinha de fábrica com o “borrachão”, que protegia a lâmina de uma extremidade à outra.
NOVAS MUDANÇAS
Na outra reestilização na linha Opala, em 1980, os para-choques cromados e mais volumosos passaram a vir com pequenas polainas nas extremidades laterais, que eram fabricadas em plástico ABS (sigla em inglês de acrilonitrila butadieno estireno) preto. O rebaixo na lâmina também possibilitava o aplique de uma larga faixa de fita plástica preta. Porém, nos modelos mais luxuosos – Diplomata e Comodoro –, esta fita era substituída pelo “borrachão”. No caso específico do SS, a lâmina do para-choque era pintada da cor do carro, mas apenas o Diplomata vinha com as garras de borracha como componente original. Vale destacar que a lâmina traseira da Caravan tinha um recorte para a instalação da placa. Na linha 1982, o “borrachão” passou a ser canelado e no Diplomata, que passou a ter para-choques pretos, estes eram realçados por um friso cromado.
Na linha 1985, a lâmina dos para-choques foi redesenhada sem rebaixo central e com polainas pretas maiores. No Comodoro e Diplomata, era aplicado o “borrachão” bipartido no parachoque dianteiro, sendo que, no do Diplomata, as lâminas continuavam pretas e com frisos cromados. O Diplomata também ganhou novas garras protetoras. Em 1989, o Diplomata passou a vir com para-choques redesenhados, revestidos em plástico de cor cinza. No ano seguinte, as lâminas do Opala deixaram de ser cromadas e passaram a ser pintadas de preto. Os para-choques com capa inteiriça de plástico, com rebaixo para a instalação da placa traseira, foram adotados em toda a linha em 1991, sendo pretos no Opala e no Comodoro, enquanto no Diplomata tinham a mesma cor da carroceria. Na última série do Diplomata, o para-choque dianteiro veio com faróis auxiliares.
NOVOS E RESTAURADOS
No mercado de reposição, as lâminas de para-choques da linha de modelos Opala, fabricadas de 1969/74, tanto dianteiras como traseiras, custam cerca de R$ 600 a unidade. São componentes restaurados, já que a fabricação deles foi paralisada há muito tempo. Da mesma forma, as cantoneiras são vendidas por R$ 100 a unidade, enquanto as garras custam R$ 400 o jogo. Os acessórios de época já são difíceis de ser encontrados e, por isso mesmo, não tem cotação de preço.
No caso dos modelos fabricados de 1975 a 1979, a situação muda muito. Ainda existe estoque de lâminas novas, da marca Wolf, que são vendidas por R$ 190 a unidade, tanto traseira quanto dianteira. O preço das garras cromadas fica em R$ 100 cada. Porém, as menores, de borracha, sumiram do mercado. O mesmo problema ocorre com o borrachão utilizado no primeiro Comodoro. Nesse caso, a solução é procurar numa loja de borrachas para linha automobilística. Com um pouco de sorte, é bem possível encontrar uma peça adequada. Para os modelos mais novos, como a linha Opala/comodoro/ Diplomata fabricada de 1980 a 1984, a lâmina cromada Wolf custa em torno de R$ 180, enquanto a dos modelos produzidos de 1985 a 1990 sai por R$ 135 a unidade. As polainas dos modelos 1980 a 84 são vendidas por R$ 13 a unidade, enquanto as dos modelos fabricados de 1985 a 90 custam R$ 29. Ainda para esses modelos, o “borrachão” do Comodoro custa R$ 32, enquanto o do Diplomata sai por R$ 28.