AS DIFERENÇAS DO DIFERENCIAL
Ao longo dos anos o eixo traseiro, juntamente ao sistema de trambulador do câmbio, foi um dos componentes mecânicos mais criticados da linha Opala. Embora parte dessas reclamações fossem, até certo ponto, justas, muitos proprietários não levavam em conta sua própria contribuição na causa dos problemas, por uso inadequado. Outro motivo frequente para quebras, também, era a fadiga do material. Nesta reportagem, mostramos os detalhes mais importantes desse sistema, seus pontos mais fracos e o custo das peças de reposição, originais ou adaptadas.
DOIS FORNECEDORES
Os eixos traseiros do Opala eram fornecidos por duas empresas: a multinacional Dana e a nacional Braseixos. Os conjuntos fornecidos pela primeira apresentam identificação na parte central da carcaça, enquanto os da Braseixos são identificados por uma plaqueta de alumínio (em cores que variam, como azul e amarelo) fixado no reforço do apoio de uma das bandejas da suspensão. Outra diferença visível é o formato das tampas do eixo, com desenhos distintos. Considerado mais resistente, o eixo Dana é o mais procurado e costuma ter preço mais elevado no mercado de peças usadas. Apesar disso, nas lojas que vendem peças novas, os conjuntos de coroa e pinhão Dana e Braseixos (não existem eixos completos novos à venda) costumam custar o mesmo preço, independentemente de serem para modelos com motor de quatro ou seis cilindros. A diferença nos preços das peças novas para as usadas (apenas a car
caça, sem molas, bandejas e sistema de freios) fica, em média, em torno de 50%. O ponto fraco do diferencial Braseixos é a ocorrência de fadiga no parafuso que prende o eixo das engrenagens satélites, especificado nos catálogos de peças e acessórios da GM como item 5.518. Após muitos anos de uso, sofrendo repetidos trancos, este parafuso tipo Allen costuma afrouxar e, logo em seguida, separar-se do eixo dos satélites, ficando solto entre as engrenagens. Se isso ocorre em velocidade reduzida, é possível ouvir um ruído metálico incomum que, em geral, leva o motorista a parar o veículo antes que ocorram danos maiores e irreversíveis. Em situações como essa, geralmente, o parafuso costuma danificar ligeiramente apenas um ou dois dentes da coroa ou do pinhão e, em alguns casos, os dentes das engrenagens planetárias ou satélites. Caso os danos parem por aí, basta abrir a tampa do eixo diferencial, drenar todo o óleo, retirar os restos do parafuso quebrado e instalar o novo. Depois, é só fechar a tampa e colocar óleo novo no diferencial. Se, entretanto, o problema ocorrer em alta velocidade, não permitindo que o carro seja parado a tempo, o parafuso é “mastigado” com grande violência. Isso, provavelmente deverá danificar todos os dentes do sistema e poderá até travar as rodas traseiras e causar acidentes graves. Nesse caso, é inevitável: o conjunto coroa e pinhão deve ser substituído.
COMPRAR CORRETAMENTE
Ao trocar um eixo completo, seja devido à substituição do motor (2500 por 4100) ou porque as engrenagens do diferencial foram “moídas”, é importante ficar atento. No mercado de peças usadas, eixos da linha Opala cujo pinhão ou cujas engrenagens tenham dentes quebrados, praticamente, não têm valor comercial, independentemente do tipo de relação final. Para não levar “gato por lebre”, exija que o vendedor retire os tambores de freio, as molas e as sapatas, bem como a tampa do diferencial. Dessa forma, fica fácil
o motor de seis cilindros) ou R$ 500,00 (para o de quatro cilindros). Já o Braseixos custa, respectivamente, R$ 800,00 e R$ 400,00. “Também vendo relações novas, na caixa, mas somente sob encomenda, pois o preço costuma oscilar, dependendo da disponibilidade”, explica Paulo Alberto Santos, da Paulão Peças Antigas, fornecedor para a linha Opala na cidade de São Paulo. Paulo “Sucata”, como é conhecido no meio antigomobilista, especializouse na mecânica deste modelo Chevrolet, comercializando motores, caixas de câmbio e agregados dianteiros (conjuntos de suspensão, freios e sistema de direção). Ele diz que, com relação ao eixo traseiro, costuma seguir uma norma. “Quando a peça chega aqui, é devidamente inspecionada, pois não vendo peça danificadas, mesmo por preços mais baixos. Se estiver quebrada, costumo retirar os itens em bom estado, como tambores, discos de freio e semi eixos, para vender o resto para as fundições”. girar as semi árvores, o que faz todas as engrenagens internas girarem em conjunto, possibilitando verificar o estado de todos os dentes da coroa, do pinhão e das engrenagens satélites e planetárias. Nos eixos sem plaquetas, é importante saber calcular a relação para não comprar um eixo destinado ao motor de quatro cilindros como sendo para o de seis cilindros e vice-versa. Para tanto, deve-se contar os dentes da coroa e do pinhão e fazer a divisão do número da coroa pelo do pinhão. Geralmente, a proporção é, aproximadamente, de três dentes da coroa para cada dente do pinhão, porém o importante, neste caso, são as casa decimais após este valor. As relações maiores correspondem aos modelos com motor de quatro cilindros, enquanto as relações menores destinase aos motores de seis cilindros. No comércio de peças usadas, um diferencial Dana completo, incluindo carcaça, é vendido por R$ 1 mil (para