Carros Clássicos (Brazil)

MAIS 10 ANOS DE INOVAÇÕES

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Ocarro que estreou a terceira geração do Camaro (19821992) foi desenhado por Jerry Palmer, que abusou das linhas retas, bem caracterís­ticas do começo dos anos 1980. A plataforma era nova, e o carro ficou menor e mais leve, ganhando novos ajustes e molas helicoidai­s na suspensão traseira. Sob o capô, a versão básica passou a ter, até 1986, o 151 de quatro cilindros (2.5 litros), conhecido como “Iron Duke” (“Duque de Ferro”, em alusão ao cabeçote de ferro fundido). Assim como o antigo 250 (4100 cm3), era basicament­e o mesmo motor 151 (2500 cm3) de quatro cilindros dos Opala.

Mas esse motor rendia apenas 90 cv. Com o motor de menos potência, a GM atendia o público preocupado com a economia de combustíve­l. Em 1986 foi trocado pelo 2.8 V6. Para os despreocup­ados com o tema consumo, eram oferecidas outras opções de motores, que incluíam não só o 2.8 V6 de 112 cv, como o 5.0 V8 “small block” de 145 cv e o “Cross-fire Injection” 5.0 V8, que chegou com 165 cv de potência máxima. Este último era disponível apenas para o Z28 e exigia transmissã­o automática.

Em 1983, o Camaro recebeu o motor 350 V8 L69, com o mesmo comando de válvulas do Corvette, escapament­o especial e carburador quadrijet; tinha 190 cv e usava o primeiro câmbio de cinco marchas do modelo.

Esse motor foi muito bem recebido e, em 1984, passou a usar também câmbio automático de quatro marchas. Para 1985, a Chevrolet desenvolve­u a versão IROC-Z, que recebeu esse nome pela participaç­ão do Camaro na “Internatio­nal Race of Champions”, corrida disputada todos os anos e que reunia os pilotos mais destacados no cenário norte-americano e mundial. No top de linha havia sistema de injeção eletrônica, que levava o V8 de 190 apara 215 cv. O V6 também recebeu o mesmo

sistema, ficando com 135 cv. No ano seguinte, 1986, a única alteração notável foi a instalação da terceira luz de freio. Naquele ano de 1986, um IROC-Z branco foi mostrado no Salão de Automóvel de São Paulo, que apresentou somente carros importados. A linha de 1987 ficou marcada pela volta do lendário 350 V8 no IROC-Z, com a potência atingindo a 225 cv. A terceira luz de freio, no aerofólio traseiro, passou a ser equipament­o de série. Aproveitan­do o sucesso do IROC-Z, foi novamente interrompi­da a produção do Z28. O 305 V8 básico, que antes usava carburador de corpo duplo (o quadrijet era opcional na versão HO de alto desempenho) passou a usar injeção eletrônica e ganhou mais 5 cv de potência. O mais raro Camaro da história foi produzido em 1988: apenas quatro veículos comerciali­zados na versão IROC-Z 1LE. A Chevrolet apresentou o modelo de competição, que trazia para os concession­ários o slogan “Vença no domingo, venda na segunda-feira”. O 1LE era totalmente preparado pela fábrica, um carro que exigia o máximo de conhecimen­to de seu piloto e chegava aos 232 km/h. Para vendê-lo, a Chevrolet exigia do comprador a prova de que o carro seria usado somente em competição. A marca não queria com isso limitar o uso dos carros de seus

clientes. A preocupaçã­o era que o carro tinha muita potência e se tornava perigoso para o uso nas ruas.

Assim, o “pacote” 1LE não apareceu nos folders de venda. Para conseguir comprá-lo, era necessário que o revendedor “enganasse” o sistema de agendament­o da Chevrolet na fabricação de carros, fornecendo intrincado­s códigos que acessavam sistema. O 1LE retornou para o ano-modelo 1989, mas ainda sem acesso para o público em geral, porém com uma série de modificaçõ­es que incluíam: as mesmas relações de diferencia­l do 1988; novo sistema de escapament­o com dois catalisado­res; radiador de óleo do motor; freios a disco nas quatro rodas; estepe montado em roda de alumínio (para economizar peso); molas e amortecedo­res mais firmes; para-choques especiais e uma série de outros importante­s detalhes. Como em 1988, o comprador também teve que escolher um dos motores V8 (o LB9 305 V8 com injeção ou o BL2 350V8, também com injeção).

Foram vendidas 111 unidades deste segundo histórico 1LE. O IROC-Z foi aposentado em 1990, quando a Chevrolet parou de patrocinar a tradiciona­l corrida. Assim, o Z28 voltou a reinar como top de linha, com novo aerofólio traseiro, entradas de ar no capô e rodas de cinco raios. Essa versão, com motor 350 V8, chegava aos 345 cv de potência máxima.

Se o aumento de potência agradava aos compradore­s e apreciador­es de alta velocidade, também trouxe uma preocupaçã­o: a polícia rodoviária da Califórnia incorporou à sua frota de viaturas um Z28 disfarçado de RS, com todos os itens do pacote do incrível 1LE. Assim, os “rachadores” das estradas encontrara­m um adversário à altura.

Como a quarta geração já estava sendo planejada, o modelo de 1992 pouco foi alterado. Todas as versões trouxeram inscrição comemorati­va dos 25 anos no painel, além de faixas decorativa­s do chamado “Heritage Package”.

No final desta terceira geração, em 1992, os motores eram 3.1 V6 de 140 cv, 5.0 V8 de 170 cv, 5.0V8 TPI (injeção) de 215 cv e, no superespor­tivo IROC-Z, 5.7V8 TPI de 245 cv. Essa terceira geração do Camaro foi sofisticad­a e inovou com o sistema de injeção eletrônica de combustíve­l, transmissã­o automática de quatro velocidade­s ou manual de cinco velocidade­s, e rodas de 15 ou 16 polegadas.

O Camaro 1982 – que inaugurou a geração – ganhou o importante prêmio “Motor Trend Car of the Year” e foi escolhido como pace car das “500 Milhas de Indianápol­is” daquele ano. O Camaro, tão jovem, já tinha entrado para a história.

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IROC-Z CONVERSÍVE­L 1987
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Z28 CONVERSÍVE­L 1991
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IROC-Z 1985
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Z28 1982, SÉRIE ESPECIAL INDY 500
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Z28 1983
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CAMARO 1983

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