DOS EUA PARA O CANADÁ
Aquarta geração começou a ser vendida em 1993 e saiu dos Estados Unidos, passando a ser fabricada no Canadá. Ela manteve a mesma filosofia que o Camaro teve desde a sua primeira geração, lançada em 1967: um coupé de quatro lugares (2+2), motor dianteiro e tração traseira.
A quarta geração oferecia duas opções de motor V6 e três de Motor V8. As novidades eram a adoção de linhas mais arredondadas e aerodinâmicas, acompanhando o estilo curvilíneo e agressivo dos esportivos japoneses; para-brisa bem inclinado (em 68º, que parecia formar linha única com o capô); grade pequena; bico longo; melhorias nas suspensões e motores de maior potência; traseira com spoiler projetado após diversas sessões em túnel de vento; rodas de 17 polegadas (as maiores usadas até então no Camaro); paralamas dianteiros fabricados em material plástico; suspensão dianteira abandonou a arquitetura Mcpherson, dando lugar a uma com braços sobrepostos; a caixa de direção passou a ser do tipo pinhão e cremalheira, mais leve e eficiente do que o sistema de rosca e sem fim que equipava as três gerações anteriores.
Em 1994, houve o lançamento da versão conversível e o câmbio automático foi trocado por um mais moderno. Em 1995, o distribuidor Opti-spark foi melhorado, aumentando sua vida útil. Em 1996 voltaram os Camaros RS e SS, com uma série de aprimoramentos. Em 1997 foi apresentada a edição comemorativa dos 30 anos do Camaro, que vinha na cor branca com faixas laranja, seguindo o estilo do pace car das “500 Milhas de Indianápolis” de 1969. Tinha motor 350 V8 LT4 e só 100 deles foram feitos, o que o transformou em item de coleção. Para 1998, a frente ganhou face lift, com novos faróis (os faróis retangulares montados em posição recuada foram substituídos por conjuntos de refletores duplos rentes à carroceria), coincidindo
com a introdução do novo motor 350 V8 LS1 do Corvette (pela primeira vez todo em alumínio no Camaro), que resgatou nas versões Z28 e SS o desempenho dos velhos tempos. Da geração anterior, basicamente ficou o assoalho e a suspensão traseira. Em 1997 e 1998, os Camaros são considerados os melhores produzidos até então.
Em 2001, ocorreu a menor produção de Camaros da história: apenas 29.009. Pouco mais de 10% do que era vendido nos anos 1970. A produção estava cada vez mais reduzida, mas mesmo assim foi preparada uma série para celebrar o 35º aniversário do modelo. Ela trazia mais equipamentos de série, pintura vermelha e faixas prateadas.
O Camaro ficou em produção até 2002, marcando 35 anos de
produção contínua. Apesar de não ter ganhado tanto destaque na época, a quarta geração do Camaro está cada vez mais valorizada, pelo seu desenho, baixa produção e pelas opções de motores. Comentou Kirk Bennion, diretor de desenho responsável pela carroceria do Camaro: “Mais de 20 anos depois do lançamento, a quarta geração do Camaro ainda é tão bonita quanto qualquer outro carro que encontramos nos show-rooms das concessionárias de hoje em dia. Ele era muito agressivo e tinha a intenção de desenvolver as proporções da terceira geração com um visual mais provocativo e desempenho aerodinâmico ainda melhor”. O Camaro estava se despedindo. A Chevrolet optou por tirar o modelo de linha, pois naquela época o mercado migrou fortemente para os SUVS. Além disso, os esportivos vendiam pouco e a capacidade de fábrica estava no limite.
O Camaro se despediu no dia 27 de agosto de 2002, em grande estilo. Sua produção foi descontinuada na fábrica de St. Therese, em Quebec, no Canadá, após 4,78 milhões de unidades vendidas em 35 anos de produção, fechando um ciclo de quatro gerações. Porém, em 2006, renasceu com um carro conceito, como veremos nas próximas páginas.