Carros Clássicos (Brazil)

NOVA FAMÍLIA

- Roberto Marks Editor-executivo fuscacia@gmail.com

EEm meados dos anos sessenta, a indústria e o mercado automobilí­stico brasileiro começavam a se consolidar, gerando o interesse das três “gigantes” de Detroit em também produzir automóveis no País. Assim, enquanto a General Motors iniciava o desenvolvi­mento do futuro Chevrolet Opala e a Chrysler passava a controlar a Simca, a Ford lançava aqui o Galaxie, ao mesmo tempo em que assumia o controle acionário da Willys Overland do Brasil, que estava desenvolve­ndo o Corcel em parceria com a francesa Renault. Na mesma ocasião, já líder destacada do nosso mercado devido ao sucesso do Fusca, a Volkswagen absorveu a Vemag, que fabricava os modelos DKW com a licença da Auto Union. Procurando ampliar sua fatia no promissor mercado, a VW decidiu desenvolve­r uma nova linha de modelos, denominada Família Tipo 3. Esta nova “família” tinha a finalidade de proporcion­ar um “upgrade” na linha da marca, oferecendo modelos com design teoricamen­te mais moderno, mas basicament­e com a confiável mecânica do Fusca. O primeiro “membro” desta família foi o VW 1600, lançado no Salão do Automóvel de São Paulo de 1968 – marcando também o primeiro revés da marca no nosso mercado. Com design antiquado, além de quatro portas de dimensões limitadas, num mercado que na época dava preferênci­a aos modelos de duas portas, ele logo ganhou o desabonado­r apelido de “Zé do Caixão”, em alusão ao desenho da carroceria com as quatro maçanetas externas, aproveitan­do o pseudônimo do cineasta José Mojica Marins, que na época fazia sucesso com filmes “trash” de terror. Apenas dois anos e meio após seu lançamento, o modelo deixou de ser produzido. Boa parte das unidades que restaram acabaram “aterroriza­ndo” os incautos passageiro­s de táxi, especialme­nte na cidade do Rio de Janeiro. Mas se o primeiro “membro” da Família Tipo 3 foi um fracasso, o mesmo não se pode dizer da “irmã” mais nova Variant, lançada no ano seguinte como modelo 1970. Aproveitan­do uma lacuna no mercado desde o encerramen­to da produção do Dkw-vemaguet, a Variant foi um dos modelos mais bem sucedidos em nosso mercado na primeira metade dos anos setenta. Outro integrante da “família” foi o TL, versão hatch lançada em 1971 para suceder o malfadado “Zé do Caixão”, que não pode ser considerad­o um fracasso como seu antecessor, nem um sucesso como a Variant. Apesar de relativo sucesso de vendas nos dois primeiros anos no mercado, o TL também acabou caindo em desgraça e deixou de ser produzido apenas quatro anos após seu lançamento. Em boa parte, a queda do TL deve ter sido provocada pelo lançamento do Volkswagen Brasilia, em 1973. Apesar de oficialmen­te não pertencer à Família Tipo 3, o Brasilia era definido como um utilitário e utilizava boa parte dos componente­s de seus “co-irmãos”. Também foi o mais bem sucedido modelo derivado diretament­e do Fusca no mercado brasileiro, superando a marca de 1 milhão de unidades produzidas. É a história destes derivados nacionais do Fusca que aproveitam­os para resgatar nesta Edição Especial de Fusca & Cia.

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