DE SONHO A PESADELO
Ao ser lançado no mercado brasileiro, em 1969, o Dodge Dart provocou uma verdadeira revolução. Como um típico modelo americano, assim como o Galaxie, que foi lançado dois anos antes, o Dart também vinha equipado com um “poderoso” motor V8, porém ainda mais potente e moderno do que o utilizado no carro da Ford.
Este motor, de 318 pol. (5.212 cm3), além de ser o maior já fabricado para automóveis no Brasil, desenvolvia 198 cavalos. Com ele, o Dart acelerava com muito vigor, provocando as tradicionais cantadas de pneus que eram um “must” naquela época. Além disso, o Dart também foi o primeiro modelo nacional a alcançar a máxima – real – de 180 km/h.
Claro que, apesar de ser definido como um modelo compacto nos Estados Unidos, o Dart para nós era um “carro grande”, em todos os sentidos. A começar pelo consumo de combustível. Mas isso era algo irrelevante, já que o litro de gasolina naqueles tempos custava alguns centavos de Cruzeiro.
Porém, enquanto a linha Dart e seus derivados, inclusive o charmoso e veloz Charger, alimentavam os nossos sonhos, ocorreu a primeira crise mundial do petróleo. Como era de se esperar, as “banheiras americanas”, como eram popularmente chamadas na época, foram as mais prejudicadas. Da noite para o dia, os “beberrões” Dodge deixaram de ser carros de sonho e se tornaram um pesadelo a cada parada no posto de combustível.
É a história, mais de sonhos do que de pesadelos, dessa linha de automóveis fabricada no Brasil de 1969 a 1981, que nós procuramos resgatar nesta edição especial de Automóveis Antigos. Relatos que marcam a trajetória de um modelo símbolo de uma época onde viver, e principalmente sonhar, era bem mais simples e fácil.