PROPAGANDA SEM MODÉSTIA
A campanha publicitária de lançamento do Charger, em 1970/71, realizada pela Denison, que detinha a conta da Chrysler, destacava em um dos anúncios: “Que venham os carros importados”, e trazia texto claramente desafiador: “Plymouth Barracuda, Dodge Challenger, Camaro, Mustang. Venham todos os importados. Venham conhecer uma nova linha de carros genuinamente brasileiros. Tragam seus motores possantes, suas linhas arrojadas, seu ar grã-fino. Podem mostrar seu acabamento, luxo e requinte. Vocês não causarão mais inveja. E nem serão mais olhados de lado”.
Em outro anúncio convidava o público a criticar o American way of life dentro de um Dodge Charger. Ela era baseada na crítica ao sistema consumista americano, uma das bandeiras defendidas pelos intelectuais da época que acusavam os Estados Unidos de apoiarem o então regime ditatorial brasileiro. A falta de modéstia era justificada, já que a linha Charger trazia algo de inédito para o mercado nacional: um modelo esporte típico americano, com muita potência e desempenho.