Carros Clássicos (Brazil)

CRIANDO UMA MARCA

-

O sucesso do Malzoni nas pistas logo virou negócio. Os elogios ao estilo do modelo incentivar­am um grupo de empreended­ores a montar, em 1965, a Lumimari, que começou construind­o as primeiras unidades ainda na fazenda de Rino Malzoni, em Matão. Posteriorm­ente, a produção foi transferid­a para São Paulo. Em pouco menos de dois anos, 1965 e 1966, cerca de trinta unidades do GT Malzoni foram montadas.

A mecânica era a mesma do Dkw-vemag, com motor de dois tempos. A Vemag, porém, estava fadada a desaparece­r. Desde que a VW assumira o controle da Auto Union na Alemanha, em 1965, o futuro da empresa brasileira, bem como da mecânica do DKW, tinham seus dias contados. Com isso, em meados de 1966, a Lumimari contava com um novo sócio: Jorge Lettry, o chefe da extinta equipe Vemag, que assumiu o cargo de diretor industrial e de desenvolvi­mento da empresa.

Apaixonado por automóveis e também dotado de grande cultura automobilí­stica, a primeira iniciativa de Lettry foi criar uma nova identidade para a empresa e seus produtos. “Lumimari soava como fábrica de fósforos para mim”, lembra Lettry. “Além disso, a marca Malzoni foi um acordo com o Rino, que na ocasião nos cedeu o modelo para nosso carro de competição”. Em uma apurada pesquisa, algo raro na época, Lettry criou uma das mais fortes identidade­s de marca automobilí­stica: Puma, baseada no ágil felino que habita as Américas, com a vantagem de soar fácil em quase todos os idiomas.

Ele parecia estar antevendo o sucesso que a marca brasileira faria no exterior. Este trabalho em qualquer país desenvolvi­do lhe renderia dividendos até hoje. “Eu não ganhei nem um aperto de mão e ainda teve gente reclamando, afirmando que Lumimari era mais familiar”. O segundo passo foi aperfeiçoa­r o modelo, procurando solucionar alguns defeitos típicos de um projeto que basicament­e fora feito para competição. Para isso, Lettry chamou novamente Anísio Campos. Surgia o primeiro Puma, ainda com mecânica DKW.

“Na época, tentaram criar um clima de intriga, afirmando que eu estava assumindo o lugar do Rino”, lembra Anísio. “Na verdade, não foi nada disso. Pra começar, o Rino era

Nana décadadéca­da dede 1960,1960, muitosmuit­os jovensjove­ns brasileiro­sbrasileir­os erameram obcecadoso­bcecados porpor automóveis­automóveis ee sese dedicavamd­edicavam aa desenharde­senhar modelosmod­elos queque acreditava­macreditav­am serser maismais interessan­tesinteres­santes ee sedutores.sedutores. AA grandegran­de maioriamai­oria ficouficou apenasapen­as nono sonho.sonho. Umum númeronúme­ro muitomuito pequenopeq­ueno conseguiuc­onseguiu empregoemp­rego nana indústria.indústria. Umum delesdeles foifoi Mariomario Richardric­hard Hofstetter,hofstetter, queque pôdepôde colocarcol­ocar emem práticaprá­tica suasua fantasiafa­ntasia,incentivad­oincentiva­dopelopelo­pai, pai, Felix,felix, engenheiro­engenheiro suíçosuíço queque veioveio fazerfazer umum trabalhotr­abalho temporário,temporário, masmas sese apaixonoua­paixonou pelopelo Brasil.brasil. Assim,assim, comcom apenasapen­as 1616 anos,anos, eleele começoucom­eçou aa construirc­onstruir nana garagemgar­agem dede casacasa oo seuseu própriopró­prio veículoveí­culo, ((parapara quandoquan­do completass­ecompletas­se dezoitodez­oito anos)anos) inspiradoi­nspirado emem doisdois projetospr­ojetos dede Giorgettog­iorgetto Giugiaro,giugiaro, oo Alfaalfa Romeoromeo Carabocara­bo ee oo Maseratima­serati Boomerang.boomerang. Parapara isso,isso, comproucom­prou umum chassichas­si dede carrocarro dede corridacor­rida ee emem cimacima destedeste foifoi moldandomo­ldando oo plásticopl­ástico ee tornandoto­rnando realidader­ealidade seuseu sonho.sonho. OO carrocarro ficouficou prontopron­to quandoquan­do entrouentr­ou parapara aa faculdadef­aculdade dede engenharia­engenharia mecânicame­cânica ee iaia parapara asas aulasaulas comcom seuseu própriopró­prio projeto.projeto. Logo,logo, muitamuita gentegente sese interessou­interessou emem comprarcom­prar oo modelo,modeloeema­riomariore­solveureso­lveudesenv­olverdesen­volvê-loo comercialm­ente.projetocom­ercialment­e.dessaforma,desta esseforma,autodidata­esteautodi­datatranco­utrancouam­atrículaam­atriculaai­ndanoainda­começonoco­meçodocurs­odo decursoeng­enhariadee­ngenhariae­partiue partiupara­criarparas­uacriarpró­priasuapró­priamarcam­arcadeauto­móvel.deautomóve­l.

 ?? ??

Newspapers in Portuguese

Newspapers from Brazil