Longa trajetória de sucesso
HHá 60 anos que a Kombi faz parte da paisagem brasileira. Lançada na Alemanha, em abril de 1950, chegou ao nosso mercado já no fim daquele ano, como parte do primeiro lote de modelos VW importados oficialmente pela Brasmotor. Três anos depois, no começo de 1953, passava a ser montada aqui pela VW do Brasil. Na ocasião, a Kombi era importada da Alemanha no regime CKD (completamente desmontada) e tinha a montagem final feita num galpão no bairro do Ipiranga, na capital paulista. Mais quatro anos e, a partir de setembro de 1957, foi nacionalizada, passando a fazer parte da “primeira turma” de automóveis fabricados no País – junto com a camioneta DKW Universal, o Jeep WillysOverland e as picapes Ford F-100 e Chevrolet Brasil. Passados 54 anos, a Kombi continua sendo fabricada pela VW do Brasil. Este recorde de longevidade na indústria mundial parece que surpreende até o próprio fabricante, que deixou de produzir o modelo na Alemanha há mais de trinta anos, no fim de 1979. Por aqui, apesar de alguns retoques estéticos e de passar a ser montada a partir de 2005 com novo motor, de configuração diferente ao boxer refrigerado a ar – original de seu irmão mais velho, o Fusca –, ela continua com seu curioso formato “pão de forma”, que também já faz parte do nosso folclore. Virou sinônimo de veículo utilitário. Não deve ter nenhum brasileiro que não conheça a Kombi ou já tenha andando numa. E, ainda hoje, ela continua atuando como lotação, apoiando nosso sempre precário transporte público. Tanto que “Kombeiro” é sinônimo de motorista de lotação no Nordeste – ainda que ele guie van de outra marca.
A Kombi também passou a fazer parte no nosso anedotário. Um exemplo disso foi criado pelos sempre irreverentes cariocas que, ao se referirem à torcida do simpático America Football Club (assim mesmo, na grafia original em inglês), brincam que ela é tão “grande” que cabe toda numa Kombi. Que exagero! Típica malvadeza de torcedores adversários. Brincadeiras à parte, a Kombi pode ser definida como uma verdadeira “testemunha” da nossa indústria automobilística, bem como do desenvolvimento do Brasil nestes últimos sessenta anos. Quando a primeira unidade foi desembarcada no porto de Santos, em 1950, nosso País ainda vivia basicamente da atividade agrícola e tinha somente o café e o minério de ferro como produtos relevantes na sua pauta de exportações. Até sabonete se importava na ocasião. Sessenta anos depois, o Brasil está bem diferente. E, apesar de ainda não ser o País dos sonhos acalentado por nós brasileiros durante esse longo período, sem dúvida está em uma situação bem melhor. Exemplo disso: recentemente, a VW do Brasil alcançou a marca de 2,8 milhões de veículos exportados, sendo 1 milhão somente do Gol, modelo desenvolvido e fabricado com exclusividade no País.