…como no asfalto
tem atividades para todos os gostos e saldos bancários, em eventos monomarca ou abertos, disputados em autódromos ou estradas abertas
como preliminares do Campeonato Brasileiro de Fórmula Truck, mas a ênfase do torneio é essencialmente paulista. Se o asfalto não é exatamente a sua praia, um bom início nas competições é a série organizada pela Mitsubishi, igualmente um campeonato monomarca e já consolidado tanto na qualidade de sua organização como no padrão da competição. Estruturado em torno da pickup L200 R (veja avaliação do modelo R III nesta edição), o torneio este ano abre espaço para o Pajero TR4R. Num contexto mais amplo, as provas de rali-raide se tornam mais populares e já são inúmeras as empresas que se dedicam à preparação de veículos para essa categoria. Casa Haas, em Belo Horizonte, Greco Competições e MSS Motorsport em São Paulo são alguns endereços para quem está interessado em competir com Chevrolet S10, Troller e Mitsubishi, respectivamente. A Troller, saliente-se, desativou a equipe oficial para investir em sua primeira pickup, mas continua apoiando indiretamente equipes extra-oficiais. Nissan e Ssangyong são marcas que deverão se agregar às competições nesta temporada. O automobilismo fora-de-estrada está se disseminando por todo o País e no Maranhão já se prepara a disputa do Rali do Agreste, em julho. A prova é aberta exclusivamente a veículos com tração 4x4 e o trajeto de aproximadamente 1.500 km inclui a região dos Lençóis Maranhenses, que ganha importância como destino turístico. Sem dúvida, um aperitivo interessante para quem vai disputar o Rali dos Sertões, competição que a comunidade dos ralizeiros já classifica como evento de primeira linha e altamente profissionalizado. Este ano, a competição parte de Goiânia e passa por Pirenópolis (GO), Porangatu (GO), Paraíso do Tocantins (TO), Araguaína (TO), Carolina (MA), Barra do Corda (MA), Miguel Alves (PI) e
Barreirinhas (MA) até chegar à capital maranhense.
Para quem não está interessado em competir, apenas desfrutar de sua pickup ou veículo 4x4 num fim de semana ameno (mas nem tanto), as opções são acompanhar as atividades dos Clubes do Picapeiro e da Lama. O primeiro é mantido pela Ford e aberto aos proprietários de qualquer marca de pickup. A proposta dos seus roteiros é extremamente leve e tem a intenção de familiarizar os motoristas com situações de fora-de-estrada, mas com riscos praticamente de nível zero. Assim como a manifestação da Ford, o Clube da Lama também é voltado para o aspecto do lazer, o que significa que, a cada encontro, famílias inteiras se encontram e, em meio aos Sportages – únicos veículos admitidos nos eventos do clube –, notam-se pilotos das mais variadas estirpes, de jovens fissurados em lama a senhoras de idade que orgulhosamente trazem seus netinhos. Apesar disso, a Kia já notou a pressão de alguns participantes para aumentar o grau de dificuldade dos percursos, que são levantados por Alberto Fadigatti, ralizeiro de primeira hora. Para este ano estuda-se a inclusão de alguns percursos onde será incentivada a pratica de técnicas de navegação por planilha mais elaboradas e obstáculos ligeiramente mais complexos. Tanto José Luís Gandini quanto Eduardo Souza Ramos, respectivamente os principais executivos da Kia e da Mitsubishi, descobriram que os eventos que suas empresas promovem acabam despertando a paixão dos proprietários pela velocidade. Ambos são exemplos disso. Souza Ramos é um velejador renomado que já competiu também nas pistas e para este ano pretende disputar provas na Europa, possivelmente em datas do calendário italiano, usando um veículo desenvolvido no Brasil. Gandini acabou sucumbindo ao próprio veneno: no ano passado, participou de um raide no Rio Grande do Sul e no último evento do Clube da Lama em 2002 exibia orgulhoso seu carro e uniforme de competição. A Troller, por sua vez, mesmo tendo encerrado as atividades de sua equipe oficial de competição, continua investindo nas atividades esportivas. A empresa cearense optou por seguir a receita consagrada pela Mitsubishi e pela KIA e lançou dois torneios regionais. O número de inscritos para cada um deles reflete a popularidade da marca e a demanda por competições mais leves, exatamente as que servem para formar novos valores. Segundo a assessoria da empresa, no fim de abril o Torneio Sudeste tinha cerca de 90 inscritos e o Nordeste, 60.