André Eisenlohr
DE ARQUITETURA DIFERENCIADA, O PROJETO BASEOU-SE EM CONCEITOS RÚSTICOS E SUSTENTÁVEIS
LOCALIZADA EM UMA ÁREA DE RESERVA
ambiental de 2.420.000 m2, em Campos do Jordão, SP, a casa se destaca por sua arquitetura simples, porém bastante original e de apelo rústico.
Projetada pelo arquiteto André Eisenlohr, da mesma cidade, possui 50 m2 e foi construída paralelamente às curvas de nível para driblar o declive acentuado do terreno.
Propostas ecologicamente corretas também fazem parte da obra. Materiais sustentáveis ou reaproveitados ajudam a compor o projeto arquitetônico, que se inseriu completamente à natureza sem precisar agredi-la.
Concebida para um casal, a residência foi organizada em apenas um pavimento, com um banheiro, um dormitório e sala de estar integrada à cozinha. “Na face sul é possível apreciar a paisagem bucólica do vale pelos grandes painéis de vidro que dão acesso ao deque. Na face norte, a visão da rua fica protegida com janelas baixas que permitem a entrada de luz solar sem comprometer a privacidade dos moradores”,conta.
Para fazer as estruturas, o arquiteto usou materiais que reforçam o aspecto rústico da moradia, como pilares de eucalipto tratado, vigas de jatobá e garapeira, além de montar um assoalho e deque de muiracatiara, todos provenientes de áreas de manejo sustentável. A cobertura foi composta por telhas de fibra vegetal (Onduline) que garantem o conforto térmico necessário para o clima de Campos do Jordão.
Além da rusticidade marcante, o projeto também segue uma proposta sustentável, incorporando materiais e técnicas construtivas que minimizam o impacto ambiental. “Utilizei as seguintes estratégias: aproveitamento da luz do sol nas aberturas, isolamento térmico entre as paredes com lã de rocha reciclada e instalação de placas solares para o aquecimento da água, com sistema a gás como apoio”, diz o profissional.
A fim de criar a sensação de amplitude no interior da casa, os pilares de sustentação ficaram inclinados. Os conectores metálicos que os ligam às sapatas também os isolam da umidade proveniente do solo.
As vigas principais da cobertura usam o sistema “viga vagão”, desenvolvido especificamente para o projeto a fim de vencer o vão de aproximadamente 7 m sem a necessidade de construir um pilar central, deixando o espaço livre e assegurando que as vigas se mantenham retas. Esse método permite vencer um vão maior do que o normal, sem apresentar deformações ou precisar acrescentar mais pilares à estrutura.
“Para o contraventamento – solução estrutural que permite à edificação resistir a esforços laterais de ventos ou outras cargas horizontais, principalmente em edifícios mais altos ou com estrutura de madeira, como no caso dessa casa, usei cabos de aço de 3/8” na vertical (face sul e face norte) e horizontal (logo abaixo do vigamento do piso), garantindo segurança, flexibilidade e leveza à arquitetura.”