Claudio Macedo
CORES VIBRANTES, JANELAS COM VENEZIANAS, JARDIM REPLETO DE FLORES E AMBIENTES CHARMOSOS DEIXAM O PROJETO ENCANTADOR
PARA CONTAR A HISTÓRIA DA MORADA, conhecida como Villa Vermelha, em Trancoso, BA, é preciso lembrar que o primeiro proprietário também foi o construtor da casa. Mário Beneduce é engenheiro e sócio da Companhia de Engenharia Viver Bahia, de Arraial d’Ajuda, BA. A empresa é especializada em residências de alto padrão para estrangeiros e, com o tempo, ele vendeu o lar para três turistas e amigos italianos que não puderam desperdiçar a oportunidade de apreciar as lindas praias da Bahia pelo resto das suas vidas.
Ao comprá-lo, entraram em contato com a arquiteta Ana Azambuja e o paisagista Tadeu Prosdocimi, do escritório Raiô Espaço Botânico, também de Arraial d´Ajuda.
A casa leva a assinatura deles no paisagismo. Também realizam manutenções, administram e gerenciam a casa de veraneio, que quando não recebe os proprietários, está aberta como se fosse uma pousada. “Assim, os italianos não só têm retorno do investimento como são tratados com toda a mordomia, como se fossem hóspedes”, dizem.
A sala de estar é clara e agradável e como toda a casa possui piso de cimento queimado. Para dar visual diferenciado, os forros são em trançados de palha de dendê com efeito de pátina.
Uma passarela faz a transição do setor social até as suítes no térreo. As colunas são de eucalipto tratado e lixado e com seladora no acabamento.
Por solicitação do primeiro proprietário, a suíte principal fica no segundo pavimento e tem vista para o mar. Piso de cimento queimado no tom ocre e forro de madeira dão rusticidade ao local de descanso. Os banheiros foram planejados para se integrarem ao jardim por meio de fechamentos com vidro e madeira roliça (eucalipto). Apesar disso, o paisagista utilizou poucas espécies para clarear e relaxar os espaços.
No da suíte principal, a área do box, bancada e piso receberam cimento queimado e algumas paredes estão pintadas com látex. Para completar, instalaram um deque de eucalipto na entrada do chuveiro e o teto foi rebaixado, ora com eucalipto serrado ao meio no sentido longitudinal, ora com madeira tatajuba.
O responsável pelo projeto inicial foi o arquiteto e artista plástico carioca Claudio Macedo, com escritório no povoado há 18 anos. “O terreno triangular de esquina com 1.775 m² e a intenção de manter a maior quantidade de mata nativa foram propostas desafiadoras que definiram a necessidade de dois pavimentos”, afirma Macedo.
Graças à construção em módulos foi possível preservar 84 árvores e garantir uma área de 772 m² construídos. Além disso, a distribuição dos ambientes permitiu acesso independente às suítes interligadas por deques voltados para a piscina.
A casa não tem muros. Por isso, adotaram um estilo que preza pela privacidade com mistura de plantas tropicais e modernas com as iucas ( Yucca guatemalensis). A opção por janelas tipo maxim-air com venezianas articuladas nas salas e suíte principal também valorizam a necessidade de ventilar constantemente os ambientes e, ao mesmo tempo, protegem as pessoas do olhar de curiosos. “Como a casa é vermelha, explorei formas bem marcadas com folhagens coloridas e texturas que ressaltam o tom vibrante das paredes”, diz o paisagista.
A fachada da frente possui uma pérgola no local da garagem.
Ela apoia uma cobertura plana de policarbonato, permitindo a passagem da luz para o ambiente. Essa estrutura é feita com o caibros roliços de eucalipto tratado e acabamento com ripas de madeira.
Se você ficou curioso para conhecer essa casa ao vivo, é possível alugá-la, até mesmo para realizar festas de casamento. Os hóspedes são sempre recebidos com lanches na varanda e mesas de massagem podem ser dispostas no meio do área verde para garantir pleno descanso e contato com a natureza. E melhor ainda: na companhia de pássaros atraídos pelas flores.