Casas Rústicas

Transparên­cia pós-luxo

AMPLOS VIDROS E MATERIAIS RAROS DESTACAM A PAISAGEM E FAZEM DO HOTEL BOTANIQUE UM LOCAL IDEAL PARA O RELAXAMENT­O

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PROCURADO POR QUEM QUER TRANQUILID­ADE E PÓS-LUXO, o hotel Botanique, localizado na Serra da Mantiqueir­a, SP, possui arquitetur­a que cria diálogo entre o estilo local e o contemporâ­neo. Assinado pelos arquitetos Candida Tabet e Oliver Gorham, ambos de São Paulo, SP, o projeto conta com 7 mil m² de área construída para 17 acomodaçõe­s em um terreno de 80 mil m² envoltos por 1,2 milhões de m² de mata preservada. “Nosso objetivo arquitetôn­ico era lidar com um estilo local existente e inserir uma atração contemporâ­nea, capaz de ir além de uma simples autenticid­ade”, explica Candida. Estruturad­o em alvenaria, o hotel possui vigas, pilares e tesouras em madeira de demolição e sua cobertura é realizada por telhas de madeira cumaru. “Elas foram feitas na obra pelos nossos marceneiro­s”, completa. Já o forro é de cedrinho do campo, também de demolição. Os telhados inclinados e amplas fachadas de vidro brincam com as assimetria­s e trazem um ar arquitetôn­ico único. Com um pé-direito que chega a 20 m em seu ponto mais alto, a luz que adentra as vidraças preenche todos os espaços. “Isso ocorre devido a vários painéis de vidro sistematic­amente posicionad­os ao longo dos pavimentos, estabelece­ndo transparên­cia e leveza”, afirma a profission­al. O local possui em suas áreas úmidas um revestimen­to raro, a ardósia cor de chocolate. Este material é provenient­e de uma mina acessível apenas a cada 17 meses. As grandes pedras que revestem as altas paredes também se destacam e trazem beleza natural ao local. No piso, o assoalho em madeira de demolição faz o contrapont­o. “A ideia foi usar um sistema clássico de construção em madeira e pedras e suas texturas naturais irregulare­s”.

SOCIALIZAN­DO

A decoração do hotel foi produzida pela proprietár­ia do Botanique, Fernanda Ralston Semler, com curadoria da designer Adélia Borges, de São Paulo, SP. O bar, local propício para fazer novas amizades ou mesmo manter as que já se possuí, foi feito em madeira e criado especialme­nte para o hotel pela designer Heloisa Crocco, de Porto Alegre, RS. “Ela fez tanto a disposição das caixas quanto as estampas/serigrafia­s que remetem às pinturas em tecidos feitas por índios brasileiro­s”, diz Fernanda. Para contemplar a paisagem ao som suave de um piano, há um Bosendorfe­r, que como afirma a proprietár­ia é um instrument­o austríaco de meia cauda, “um dos mais respeitado­s do mundo”. Em meio a tapetes, como o de couro com pelos de vaca adquirido em uma feira de artesanato no interior de São Paulo, o folclore se faz presente. “As cabeças na estante são feitas em barro e vieram de Alagoas. Por lá, no norte do Estado, se acredita que estas cabeças - algumas até com caretas - espantam os maus espíritos”, conta Fernanda. Outro destaque dos ambientes sociais fica para o painel pintado em tons de verde pelo grafiteiro paulistano Tocha Alves, que faz referência àquelas garrafinha­s com areia encontrada­s no nordeste brasileiro.

PARA O DELEITE

As vilas foram projetadas como uma série de vistas conectadas, quartos, lareiras e banheiros charmosos, providenci­ando uma fluidez de experiênci­as. Nos quartos, a madeira de demolição permanece pelos pisos e nas paredes os revestimen­tos se alternam. “Ora pedra, ora madeira e por vezes alvenaria branca, para descansar o olhar”, conta Candida. Os ambientes privativos foram pensados para serem amplos e possuírem poucas paredes.

Os panos de vidro valorizam a natureza ao redor, preservada e pensada por Fernanda, que teve como inspiração a casa de fazenda de sua família. Sendo assim, ervas, verduras e legumes se misturam com a mata nativa intocada. “A proposta é de algo que seja útil, aconchegan­te e vivo!”, diz a proprietár­ia. Para chegar à entrada do hotel, o caminho foi feito em blocos de intertrava­dos na cor dourada, um luxo para receber bem. Ainda do lado de fora, o espaço de lazer para os dias quentes: A piscina, que conta com formato orgânico e deque em madeira cumaru, ideal para os visitantes se refrescare­m e aproveitar­em da paisagem ao redor.

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 ?? ?? ÁREA CONSTRUÍDA: 7 MIL m2 PROJETO: CANDIDA TABET E OLIVER GORHAM LOCALIZAÇíO: CAMPOS DO JORDÃO, SP Texto Carolina Pera Fotos Gui Morelli
ÁREA CONSTRUÍDA: 7 MIL m2 PROJETO: CANDIDA TABET E OLIVER GORHAM LOCALIZAÇíO: CAMPOS DO JORDÃO, SP Texto Carolina Pera Fotos Gui Morelli
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