Cicatrizes de uma guerra
APESAR DE ESTAREM LOCALIZADAS NA PLATAFORMA CONTINENTAL DA PATAGÔNIA, as Ilhas Malvinas ou Falkland é de domínio inglês. Segundo o primeiro registro, o capitão inglês John Strong aportou no arquipélago em 1690. Porém os argentinos reivindicam a descoberta ao navegador português Fernão de Magalhães. No século XVIII, franceses e ingleses se estabeleceram em partes diferentes das Ilhas. Mais tarde a Espanha reivindicou à França a ilha onde estava estabelecida, mas não teve o mesmo sucesso com os ingleses, o que gerou conflitos entre as duas nações até culminar na conhecida Guerra das Malvinas. Em 1982 a Argentina decide invadir o arquipélago e outras ilhas do Atlântico Sul de domínio britânico. Em retaliação, a Inglaterra simplesmente dizimou os combatentes argentinos que não tiveram forças frente ao moderno e tecnológico armamento inglês.
Em Ushuaia o ressentimento gerado pelas consequências da guerra é constante, pois as Ilhas Malvinas pertencem à Patagônia, ou seja, faz parte do seu território. Tanto é que na cidade há um lindo monumento em homenagem aos 649 argentinos mortos nesta guerra com a seguinte inscrição: “El pueblo de Ushuaia a quienes ... con su sangre regaron
las raices de nuestra soberania sobre Malvinas... Volveremos!!!” É comum vermos nas ruas e nos carros, adesivos referentes ao desejo de retomada do arquipélago tomado pelos ingleses. Atualmente moram 130 ex-combatentes tratados como heróis pela população local. No conflito, a Base Naval recebeu tropas e acolheu os náufragos do navio ARA General Belgrano. Na época, o temor de um ataque britânico a Ushuaia era constante, mudando o dia a dia de seus habitantes. Hoje, é um lindo local para conhecer e admirar uma parte da frota marítima da Argentina e entender o sentimento da perda de soberania do país.