ESPORTES
Locais perfeitos para a prática de diversas modalidades
Podemos dizer que Ilhabela é um capricho da natureza. Parece até que seu território foi planejado para abrigar a maioria dos esportes radicais conhecidos. Em meio a rios, cachoeiras, matas e montanhas, o arquipélago torna-se cenário ideal, tanto na terra, quanto na água para as mais variadas práticas esportivas. Vela
Navegar é preciso sempre, principalmente se for por esporte. E as condições geográficas do Arquipélago e do Canal de São Sebastião são favoráveis à prática da vela. Isso ocorre porque a ilha forma um obstáculo natural para as grandes ondas do mar. E também pelo efeito de canalização dos ventos, voltados para o sul formando um corredor entre a Serra do Mar e a Ilha, com picos de mais de 1.300m. Assim torna-se possível a prática desse esporte em todas as suas modalidades, fazendo da região um local de referência mundial aos praticantes. Todo ano, durante o mês de julho, ocorre, há mais de 37 anos, a Semana Internacional da Vela de Ilhabela, maior evento da modalidade na América do Sul, concentrando cerca de 200 barcos de vela oceânica que chegam às praias do arquipélago para competir.
Mergulho
Ilhabela é um dos lugares mais procurados por mergulhadores do mundo todo devido a quantidade de embarcações naufragadas em suas águas. O mergulho é a exploração sub-aquática com garrafas de ar comprimido e equipamento adequado. A Ilha das Cabras, a mais próxima do centro do município, é protegida como um santuário ecológico e possui o fundo do mar favorável ao mergulho. Sua visitação pode ser feita a partir da praia de Pedras Miúdas, numa travessia a nado de mais de 50 m. Outras praias indicadas para mergulhar são: Praia do Jabaquara, Pacuíba, Portinho, Feiticeira, Julião, Indaiatuba, Enchovas, Bonete, Serraria, Fome e Poço.
Aqualoucos
Em meio ao cenário paradisíaco da Cachoeira da Toca, deparamo-nos com Jusineldo, Lucas e Jonathan, três garotos que compartilham o gosto por emoções fortes e muita adrenalina. Conhecidos como “Aqualoucos”, eles literalmente surfam nas águas da cachoeira e o que é incrível, deslizam de maneira rápida e dificilmente se intimidam diante das rochas escorregadias que podem encontrar no caminho. O limo das rochas faz com que se transformem em “ondas” e seus pés em pranchas. Eles trocam as praias pela emoção que a modalidade proporciona. O esporte tem tido uma boa adesão, tanto é que existe até campeonato brasileiro, com cerca de uns vinte participantes que passam por quatro fases: descida inicial, descida do tobogã inteiro, breve corrida e depois cair e, para finalizar, estilo livre. Só vendo para entender, é realmente uma verdadeira loucura. O mais impressionante é a ousadia dos praticantes, o medo passa longe, as piruetas desafiam a lei da gravidade e o mais insano disso tudo é a naturalidade que falam dos tombos. Lucas, que já venceu campeonato, nos dá a dica do sucesso: “o esquema é manter a perna firme e na hora de cair, sentar”. Haja coragem!
Projeto Navegar
Implantado em Ilhabela há mais de quatro anos, o Projeto Navegar é um exemplo de inclusão social através do incentivo ao esporte. Idealizado pelo velejador Lars Grael e viabilizado através de uma parceria entre o Governo Federal e a Prefeitura, o projeto atende a crianças e adolescentes com idade entre oito e catorze anos matriculados na rede pública de ensino. Após o término do curso, que dura cerca de cinco meses, os alunos que se destacam podem continuar se dedicando ao esporte através da Escola Municipal de Iatismo. Foi o que aconteceu com o jovem caiçara Ronyon Silva, aluno do Projeto, que se consagrou Campeão Brasileiro da Classe Optimist.
Trekking
Considerado um esporte radical, pois há trilhas de duração de dias, exige do praticante uma boa dose de fôlego. A Ilha é recostada de norte a sul e de leste a oeste, muitas são as opções e com vários graus de dificuldades. Os percursos não são fáceis, porém a compensação é grandiosa. Podemos cair em uma bela praia deserta ou numa cachoeira de cair o queixo. Muitos obstáculos pelo caminho, principalmente quando se trata de Mata Atlântica, mas vale muito a pena, pois esse contato tão intenso e “selvagem” nos induz ao autoconhecimento e à superação. Os percursos misturam rios, cachoeiras, matas e montanhas e são realizados dentro do Parque Estadual da Serra do Mar. Por isso a importância do acompanhamento de guias especializados. São pequenos detalhes não percebidos, que podem transformar uma simples caminhada em grandes transtornos, como por exemplo, o horário de saída e de chegada, pois caminhar no meio da mata de noite pode ser, no mínimo, arriscado. Abaixo segue algumas trilhas interessantíssimas:
Trilha da Água Branca
– com 2.000m de extensão, possui grau médio de dificuldade e não precisa de guia, pois é totalmente sinalizada. Nela encontram-se vários locais para mergulho, como o Poço da Pedra, da Escada, a Ducha, o Tobogã e o Poço do Jabuti.
Trilha do Pico do Baepi
– baepi significa em tupi “o calvo, o careca”. Como é um pico, a subida transforma essa trilha em grau de dificuldade alto com 1.058m de altitude. Necessário guia profissional e um preparo físico melhor. A água é importante, pois ao longo do caminho não é encontrada.
Trilha da Cachoeira da Laje Preta
– com duas horas de caminhada, também é necessário guia, seu caminho tem muitas bifurcações, além de bela cachoeira e macaco prego.
Trilha das Cachoeiras do Couro do Boi e Friagem
–a partir da praia do Viana, essa trilha apresenta grau de dificuldade médio e alto com cerca de três horas de duração. São locais perigosos que precisam de guia.
Trilha do Poço
– começa pela praia do Jabaquara, com trecho inicial bem íngreme com uma hora de caminhada até a praia da Fome, depois, caminha-se mais três horas até a praia do Poço, mas cuidado com a maré, pois dependendo das circunstâncias, a praia pode sumir.
Trilha do Pirata Borges
– tem seu início na Fazenda da Toca, com uma hora e meia de subida sem parar, esse trecho requer preparo físico e guia. O maior cuidado que se tem de tomar é perto das ruínas da casa do pirata, pois, por motivos óbvios, há muitos buracos escavados por caçadores de tesouros.
Escalada
Oferece desde pequenos paredões rochosos ideais para o treinamento de iniciantes até as encostas do Pico Baepi, que compreende maior nível de dificuldade.
Rafting
Atividade repleta de aventuras que desafiam os limites pessoais e coletivos além de unir as belezas de um rio preservado com o verde das matas.
Off Road
Fora de estrada é o que não falta por aqui. Aliás, se você quiser conhecer as praias mais distantes e estiver, no mínimo, chuviscando, vai precisar de um 4x4. A ilha tem várias opções de graus de dificuldades para essa modalidade de esporte. A estrada mais requisitada para isso é a que corta a ilha de São Sebastião de oeste para leste, a estrada para Castelhanos. São 20 km de extensão próprios para fortes emoções. Mas vá preparado, pois não há nenhum posto ou outra coisa qualquer no meio do caminho.
Rapel
O passeio começa com uma subida por cordas e inclui mirante, gruta do rapel e passagem por praias paradisíacas. O relevo altamente acidentado oferece diversos locais para a prática desse esporte desde grandes pedras espalhadas até os gigantes paredões rochosos, como as encostas do Pico de Baepi. Para os iniciantes nesse tipo de esporte, é indicado o rapel realizado na cachoeira dos Três Tombos, próxima à praia da Feiticeira, imersa na Mata Atlântica. O acesso ao local é feito após caminhada de 20 minutos e a altura é de 30m. A modalidade não é permitida sem a presença de monitor credenciado.
Montain Bike
Ilhabela é conhecida por ser um paraíso para praticantes de bike, amadores e profissionais. As subidas e descidas que mais atraem bikers são as da praia de Castelhanos e Bonete.
Windsurf
É praticado com uma prancha idêntica à prancha de surf e com uma vela de 2 a 5 metros de altura. Consiste em planar sobre a água utilizando a força do vento. Como na vela, a prática desse esporte se dá no Canal de São Sebastião, devido às correntes de ar.
Pesca
A melhor estrutura de pesca do Brasil encontra-se aqui. O município é também conhecido como o maior pólo de pesca da enchova no país e por isso é recomendado o embarque de no máximo 20 delas por dia. A pesca esportiva é realizada próximo às costeiras do sul da ilha. As lanchas saem do píer do Perequê ou da praia do Saco da Capela.