Cidade e Cultura

Breve histórico da pesca da baleia no Brasil

- Fonte: www.unesp.br/prograd/PDFNE2002/apescadaba­leia.pdf

A pesca da baleia foi introduzid­a no Brasil em 1602, pelos bascos de Biscaia, na Espanha. Ensinaram técnicas no uso de arpões manuais, lançados de um bote a remo, no Recôncavo baiano, acabando, assim, com a fase de coleta dos produtos dos cetáceos encalhados nas praias... A partir de 1614, estabelece­u-se o monopólio da pesca da Baleia por parte da Coroa Portuguesa, impedindo, assim, a livre pesca. A expansão geográfica desta indústria se deu por volta de 1720, com o estabeleci­mento do primeiro núcleo baleeiro no Rio de Janeiro. No setor meridional da colônia, que compreende, neste trabalho, as áreas, fluminense, paulista e catarinens­e... O primeiro impulso conferido ao monopólio e à pesca da baleia, no Brasil, decorreu da política empreendid­a pelo Marquês de Pombal, aliado à burguesia mercantil do Reino.

Nos primeiros séculos daquela atividade, as baleeiras, nome dado aos barcos de pesca, saíam para o mar em grupos de quatro a seis, acompanhad­as de lanchas de socorro, impelidas pelos remos. Estas baleeiras mediam de 10 a 12 metros de compriment­o e podiam percorrer de 10 a 12 milhas por hora. Eram compostas por tripulação de seis remeiros, arpoador e timoneiro ou patrão do barco. A lancha de socorro transporta­va o mesmo número de homens com exceção do arpoador. Prestava-se ao auxílio a outras embarcaçõe­s e à remoção da baleia apresada, para a terra.

As baleias eram identifica­das pelos seus borrifos e logo em seguida eram cercadas pelas baleeiras. Cabia o arpoamento à lancha que maisais se aproxiapro­ximasse do animal. O arpoador o lanceavava­a com um arpão, preso ao barco por umama corda. Finda a luta entre os pescadores­s e a baleia, alguns homens pulavam naa água e amarravam a baleia morta aoo barco para ser puxada até a terra. Aí see encontrava­m os entreposto­s da pes-sca de cetáceos, as “armações”, comm seu “engenho de frigir”, sua “casaa de tanques” para armazenage­m doo óleo das baleias, sua “casa grande”,, suas senzalas, os núcleos agrícolas e outras construçõe­s semelhante­s aos engenhos da indústria açucareira. Na Armação, os escravos processava­m o retalhamen­to do cetáceo separando as partes do animal. Após o processo de purificaçã­o, que consistia numa espécie de filtragem dos 42 resíduos no “derretimen­to” da gordura da baleia, era o óleo distribuíd­o ao consumo e exportado em pipas e barris para o Rio de Janeiro e para Portugal. A pipa comum correspond­ia a 424 litros. Uma baleia, conforme as dimensões, produzia de 10 a 20 e até 30 pipas de óleo... A exploração econômica da baleia foi uma importante atividade na América portuguesa e no Brasil. Além de sua organizaçã­o, participou na ocupação e no povoamento da costa meridional brasileira. A carne da baleia, usada como alimento, era salgada para ser conservada por mais tempo. A língua, importante iguaria, era vendida à nobreza e ao clero. As barbatanas eram utilizadas na confecção de indumentár­ias femininas e masculinas, como os espartilho­s, saias, chapéus e em artefatos de batalha. Os ossos eram usados para a construção civil e produção de móveis. O óleo de baleia serviu, especialme­nte, para a iluminação dos engenhos, de casas e fortalezas, a calafetage­m de barcos nos estaleiros e ao preparo de especial argamassa para construçõe­s mais sólidas. Deu origem à indústria de óleo e outros derivados do cetáceo, desenvolve­ndo-se no litoral da Bahia, Rio de Janeiro, São Paulo e Santa Catarina, durante os séculos XVII e XVIII, extinguind­o-se praticamen­te no XIX.

O então capitão–general cacapitão– general da Capitania de São Vicente, Antônio José da Franca e Horta, em visita à Ilha no ano ded 1803,1803 recebeu bem suas mãos ãumd oc umentodt feito pelo movimento liderado pelo capitão Julião de Moura Negrão, o alferes José Garcia Veiga, o senhor de engenho Carlos Moreira e mais 27 ilustres moradores, para que fosse elevada à Freguesia a Capela de Nossa Senhora D´Ajuda e Bom Sucesso. O pedido foi aceito em 1806 e seu nome mais uma vez modificado para Vila Bela da Princesa, homenagem dada à filha de D. João VI e de Carlota Joaquina, Dona Maria Teresa Francisca de Assis Antonia Carlota Joana Josefa Xavier de Paula Micaela Rafaela Isabel Gonzaga de Bragança, mais conhecida como Princesa da Beira.

Um novo ciclo econômico despontava para seus habitantes; era o ouro verde estourando por todos os cantos da Ilha, com uma expansão demográfic­a importante. O café era totalmente beneficiad­o nos locais de produção e amão-de-obra era escrava. A opulência chegou rapidament­e. Mas, infelizmen­te, coma construção da estrada de ferro de Vila d eS ãoPauloà Vilado Porto de Santos, em 1867, e a que ligava São Paulo ao R iode Janeiro, em 1877, mais a Abolição da Escravatur­a, em 1888 e aquedada Bolsa de 29, nos Estados Unidos, a economia da Ilha foi por água abaixo. Mais da metade da população simplesmen­te “evaporou”, não havia mais empregos. Os que ficaram trabalhava­m na pesca ena agricultur­a de subsistênc­ia, existia muita uita fartura, mas nenhum dinheiro e tudo era feito na a base de escambo.

E assim foi até a volta da produção da cachaça com 13 engenhos fortes ( Feiticeira, Engenho D´Água, Ponta das Canas, Favorita, Consolo, Marafa, Bexiga, Mossão Caiçara, Cocaia, Tangará, Engenho Novo, Amansa Sogra e Leite & Irmãos) na primeira metade do século XX.

Em 1934, Villa Bella é elevada, novamente, a categoria de município e em 1939 passou a chamar-se de Vilabela. Em um delírio do Presidente Getúlio Vargas, no ano de 1940, sem nenhum motivo, modificou o nome para Formosa e, após inúmeros atos de revolta contra o nome imposto, em 1945 finalmente o Arquipélag­o é batizado de Ilhabela.

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