Parque Estadual de Ilhabela
Criado em 1977, tem como objetivo garantir a proteção dos remanescentes da Mata Atlântica. Ao todo o Parque compreende 27.025 hectares que englobam 85% do município de Ilhabela. Ao longo do parque, encontram-se diversas praias exuberantes, cristas, picos de montanha, córrego, riachos, muitas cachoeiras, além de ilhas e ilhotas que abrigam diversificada fauna e flora. Características essas que fazem a região apresentar enorme potencial turístico. Através do decreto-estadual 9.914, o Parque Estadual de Ilhabela é uma unidade de conservação de proteção integral que tem por objetivo garantir a preservação de importantes áreas remanescentes da Mata Atlântica, que é um dos biomas mais ameaçados do planeta.
Conversamos com Carolina Bio Poletto que, desde junho de 2007, é responsável pela gestão do Parque Estadual de Ilhabela. Ela nos explicou que, de acordo com a legislação federal, as unidades de conservação podem ser divididas nas categorias de Proteção Integral ou de Uso Sustentável. Como Proteção Integral entenda-se a manutenção dos ecossistemas livres de alterações causadas por interferência humana, admitido apenas o uso indireto dos seus atributos naturais para fins educacionais, de turismo, recreação e pesquisa científica. Assim, o parque classificado como sendo de Proteção Integral - que é o caso em Ilhabela - não permite o uso direto da terra, sendo proibida a edificação de moradias e estabelecimentos comerciais, bem como a implantação de loteamentos e condomínios. Nas unidades de conservação de Uso Sustentável a exploração do ambiente deve ocorrer de maneira a garantir a perenidade dos recursos ambientais renováveis e dos processos ecológicos, mantendo a biodiversidade e os demais atributos ecológicos, de forma socialmente justa e economicamente viável. Embora seja uma unidade de proteção integral, o Parque Estadual de Ilhabela abriga 10 núcleos da comunidade tradicional caiçara, estando eles localizados nas ilhas dos Pescadores, da Vitória, dos Búzios, no Saco do Sombrio e na Praia da Figueira. Os habitantes desses núcleos inseridos no Parque sobrevivem, quase sem exceção, da pesca artesanal, vendendo a produção excedente. Alguns plantam - para consumo próprio - feijão, milho e, principalmente mandioca, sendo que outros poucos produzem artesanato.
O passeio pelo Parque inclui uma série de atividades que permite ao visitante desfrutar das maravilhas naturais que rodeiam a região. Aqueles que desejam observar a rica biodiversidade da Mata Atlântica podem iniciar a visita com a trilha da Água Branca, com 2.145m de extensão. Ao longo do percurso, podem ser avistadas inúmeras espécies de pássaros, cachoeiras e piscinas naturais de águas cristalinas. Foram identificadas, no Parque, 248 espécies de mamíferos e 53 espécies de anfíbios e répteis, boa parte restrita especificamente ao ecossistema local (espécies endêmicas). Além disso, 14 espécies de aves, 8 espécies de mamíferos, 6 de répteis, 1 de anfíbio e 1 de invertebrado, estão incluídas na relação da fauna brasileira de extinção. Complementa-se a função faunística do Parque com sua utilização como ponto de descanso e alimentação de uma enorme variedade de espécies de aves migratórias de longa, média e curta distância. No primeiro caso, estão aves como as batuíras e os maçaricos, provenientes do hemisfério norte, e os albatrozes, provenientes de ilhas sub- antárticas, além dos trinta- réis de bico vermelho. Já entre os mamíferos, destaca- se a presença das três espécies de baleias e, entre os répteis, de 5 espécies de tartarugas marinhas. Entre os migrantes de média distância, encontramse aves como as guaracavas, marias- cavaleiras e tesourinhas, provenientes do planalto central brasileiro, e mamíferos como a toninha e o boto, vindos das regiões do sul do Trópico de Capricórnio. E, entre os migrantes de curta distância, há aves que realizam apenas deslocamentos de altitude, como o beija- flor- preto- e- branco e outras vindas do sul, como o caminheiro.
Conscientização
Este é o tema que hoje norteia a maioria das atividades realizadas dentro do Parque das Cachoeiras, que abriga também a sede da Secretaria Municipal do Meio Ambiente, localizada dentro da antiga Usina Térmica que abastecia o município até o final da década de 60. Vem sendo visitado por muitas escolas de dentro e de fora do município e convidam o visitante a fazer uma viagem pela biodiversidade da Mata Atlântica, incluindo passeios pelas trilhas e visitas às cachoeiras.