O ecletismo em sua maior expressão
A aquarelista Alice Mazzini, senhora de 86 anos, nascida na cidade paulista de Espírito Santo do Pinhal, reside há 63 anos no Guarujá. Veio para a cidade após seu casamento. Foi professora e diretora em escolas públicas na cidade, permanecendo no magistério por 36 anos e, um pouco antes de se aposentar, aos 53 anos, enveredou pelo mundo das artes. Por nove anos dedicou-se à pintura a óleo e depois, incentivada por sua filha, descobriu todo seu talento na aquarela. Aprimorou-se com professores renomados como Angel San Martin, Vega Nery e Celina Shitikov. Sua inspiração vem das paisagens, da variedade das flores, da diversidade da natureza, do colorido dos pássaros e das marinas. Contou-nos também que frequentou a Aliança Francesa e em 1991 participou, com outros 140 tradutores, de um concurso nacional sobre os cinco poemas do escritor Rimbaud e, por sua fiel tradução dos textos, foi premiada com uma viagem a Paris. Nossa entrevista foi cativante, e as respostas, dadas com muita paixão e serenidade, fruto da idade madura, nos empolgaram com sua suavidade.
“Adoto para minha arte as palavras de Matisse: ‘Sonho com uma arte de equilíbrio de pureza e serenidade, destituída de temas perturbadores e deprimentes. Uma arte que exerça uma influência apaziguadora, um sedativo mental’.”
Já expôs seus trabalhos em São Paulo, no Rio de Janeiro, nos Estados Unidos, na Espanha e na França. Ganhou medalhas de Ouro, Prata e Bronze e muitas menções honrosas.