Praia do Tombo
Há muitos anos, essa praia era cercada por pés de abricó e foi palco de tristes acontecimentos históricos. Para termos uma ideia, em 1883, o número de escravos na cidade era maior do que o número de colonos livres. Segundo moradores antigos de Guarujá, os escravos vindos em navios negreiros aportavam perto da praia do Guaiúba e seguiam a pé até a praia do Tombo. Os cativos, enfraquecidos pelo longo trajeto do navio e as dificuldades da trilha, tombavam nessa praia por falta de forças, então os traficantes os matavam para que não houvesse dúvidas de que os negros estavam fingindo. Por isso a palavra “tombo” deu origem ao nome dessa praia. Mas, se formos analisar as condições geológicas do lugar, percebemos imediatamente que é uma praia típica de tombo (vide boxe).
Em 1886, houve uma grande imigração de estrangeiros, que instalaram arrozais, bananais e destilarias em toda a Ilha de Santo Amaro, e aqui estabeleceramse os alemães que mantinham sítios com cabras, cavalos, porcos e também plantavam.
Dos escravos e dos alemães, o que se tem hoje é um exemplo premiado de conservação dos seus 856 metros de praia e respeito à natureza, pois essa é a única praia brasileira a ter, desde 2010, a Bandeira Azul, um prêmio dado ao cumprimento de 32 critérios de segurança, balneabilidade, informação e educação. Entre o Morro da Caixa d’Água e o Forte dos Andradas, o que se vê é qualidade para os banhistas, com muita informação, cestos de coleta seletiva, guardavidas, vagas para idosos e rampas para cadeirantes, bebedouro com água potável etc. A Bandeira Azul é dada pela Organização Não Governamental Foundation for Environmental Education (FEE), a qual atesta a sustentabilidade de praias e marinas mundo afora. Os responsáveis por todos esses cuidados são o Núcleo de Informação e Educação Ambiental da Praia do Tombo e do poder público.
“São aquelas que possuem relevo do fundo com grande inclinação, aumentando a profundidade abruptamente logo após a zona de varrido. A arrebentação é quase ausente, podendo eventualmente aumentar o tamanho das ondas, mas a quebra da onda ocorre sempre na zona de varrido. A areia é composta de grãos mais grossos. Possui, logo após a face da praia, um degrau bem acentuado, chamado de berma, seguido de um declive muito mais acentuado ainda. A menos de um metro da zona de varrido, a profundidade é suficiente para encobrir uma pessoa adulta. Na pós-praia, as cúspides praiais são bem nítidas. Possuem correntezas de retorno fracas, mas que são acentuadas próximas a costeiras. Os riscos a que ela expõe o banhista são a profundidade, que aumenta abruptamente, e as ondas, que são predominantemente do tipo mergulhante (caixote), que, dependendo de sua potência no dia, podem atingir o banhista com força a arrastá-lo para o fundo, ainda que ele esteja na zona de varrido. São ausentes as valas e os bancos de areia.”