Cidade e Cultura

Faith and tradition Fé e tradição

A FÉ REVIGORA e também nos oferece a riqueza de suas tradições

- Faith both invigorate­s and offers us rich traditions

QUANDO PASSAMOS PELO INTERIOR, principalm­ente em cidades menores, muitas vezes observamos em frente às igrejas um pau em pé, todo colorido e enfeitado com fitas, e uma bandeira. Não nos damos conta de quanto aquele pedaço de madeira carrega de tradições passadas de pai para filho. Esse pau se chama mastro e, na maioria das festas populares, assistimos a uma cerimônia intitulada “Levantamen­to dos mastros”. Um dos seus significad­os é a união entre o Céu e a Terra. O mastro feito de madeira, portanto um elemento da natureza, é o condutor energético da fé entre os homens e as divindades. A bandeira com a imagem do santo colocada na ponta

WHEN WE VISIT COUNTRYSID­E CITIES, mainly the smaller ones, many times we can see in front of a church a tall slender piece of wood vividly decorated with ribbons and a banner. Usually we are not aware of how many meaningful traditions are thus symbolized and passed along several generation­s. The pole is called “mast” and in most popular street feasts it is possible to witness a ceremony called “Mast Rising.” One of its meanings is the union between Heaven and Earth. The mast is made of wood, an element from nature, usually thought of as an energy channel between human believers and the deities above. The banner with the image of a Saint pinned to the mast’s tip, is intended to ask such

do mastro tem a função de pedir que esse mesmo santo leve até Deus os nossos pedidos ou os nossos agradecime­ntos. Os mastros podem também significar elementos fálicos herdados de tradições pagãs, que dizem respeito à fecundidad­e, não só da terra, mas também dos homens e dos animais. Essa tradição foi trazida pelos portuguese­s e é revivida nas festas juninas, do Espírito Santo, de São Sebastião, São Benedito e Nossa Senhora do Rosário, além das congadas e dos moçambique­s. Algumas pessoas da cidade, por promessa ou devoção, fazem questão de cavar o buraco e levantar o mastro por anos seguidos, muitas vezes continuand­o a tradição familiar de seus bisavôs, avôs e pais. Nada é

Saint to intercede for us and deliver to God our pleas and signs of gratitude. Those masts also represent phallic elements inherited from pagan traditions related to the land, human and animal fecundity. The tradition brought - tlers is relived during June traditiona­l festivals, celebratin­g the Holy Spirit, Saint Sebastian, Saint Benedict and Our Lady of the Rosary, besides congadas and moçambique­s. Some people, either motivated by faith or promise, dig the hole to rise the mast many years in a row, thus keeping alive a family tradition they received from their greatgrand­father, grandfathe­r and father. Nobody makes plans in advance; chores are not formally assigned—they just

combinado e as tarefas não são distribuíd­as. Elas apenas acontecem num único momento em que a união e a fé transborda­m em todos os sentidos.

Ciclo Natalino

Segundo a tradição de mais de dois séculos, o Ciclo Natalino de Atibaia inicia-se no dia 25 de dezembro e termina no dia 6 de janeiro ou no domingo seguinte (sempre depois do dia 6). Tais datas ficaram convencion­adas porque, durante a época do Natal, os fazendeiro­s que mantinham residência na cidade, ou mesmo se hospedavam com parentes, vinham para o centro comemorar o nascimento de Jesus e participar de todas as solenidade­s religiosas da Igreja Católica, trazendo consigo alguns escravos. Estes, alojados principalm­ente nas modestas casas da rua hoje chamada 13 de Maio, somente ganhavam folga do trabalho após servirem a refeição do dia 25 de dezembro. Assim, contavam, na tarde desse dia, com a complacênc­ia do patrão e podiam se reunir para, a partir daí, realizar as suas festas e louvar seus santos protetores: Nossa Senhora do Rosário e São Benedito.

Descimento do mastro

Essa cerimônia acontece no domingo após o dia 6 de janeiro, encerrando assim o Ciclo Natalino. Os congos se reúnem na frente da Igreja do Rosário e dançam para a retirada dos mastros. Primeiro é o de São Benedito e depois o de Nossa Senhora do Rosário. São colocados em um dos bancos da igreja e as bandeiras são fixadas em andores que sairão em procissão até a casa dos festeiros do ano seguinte.

Fonte: Viva São Benedito! Viva a Mãe do Rosário! A Dança da Congada e as Tradições Seculares em Atibaia no Ciclo Natalino – Lilian Vogel happen in a moment when union and faith overpower the whole community.

Christmas Season

For more than 200 years now, the Christmas Season in Atibaia begins on December 25th and ends on January 6th or the following Sunday. These dates were establishe­d from the time the farmers who owned slaves came into town to stay at their own houses or that of relatives in order to celebrate Jesus’s birth and take part in several catholic feasts, always accompanie­d by their black servants. The slaves usually stayed in humble abodes at the now called May 13th Street, and could only participat­e in their own religious rites after having served their masters the lunch meal on December 25th. Only then they were granted the blessing to get together and praise their favorite protector saints, Our Lady of the Rosary and Saint Benedict.

Mast Lowering

6th, closing Christmas Season. Congos groups get together in front of the Rosary Church and dance while the masts Benedict’s and then Our Lady of Rosary’s is taken. Both are placed on church benches and now the banners are set on top of decorated wooden frameworks which will be taken in procession to the house of next year’s men in charge of the festivity.

Source: Viva São Benedito! Viva a Mãe do Rosário! A Dança da Congada e as Tradições Seculares em Atibaia no Ciclo Natalino – Lilian Vogel

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Congada verde { Green Congada }
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Casais de festeiros e congada vermelha { Feast Couple and Red Congada }

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