Cidade e Cultura

Bravura e coragem

Bravery and courage

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COM A DESCOBERTA DO OURO NO ATUAL Estado de Goiás por Bartolomeu Bueno da Silva, bandeirant­e apelidado de Anhanguera, o interior paulista foi povoado em pontos estratégic­os para o abastecime­nto das bandeiras exploratór­ias do século XVII. Foi nesse contexto que após a construção de uma capela em 1763, dedicada a Nossa Senhora da Conceição em cumpriment­o de promessa feita à santa por Ignácia da Silva Pimentel para a cura de seu marido, Antônio Pires Pimentel, se formou um povoado. Dois anos depois, a localidade recebeu o nome de Distrito de Paz e Freguesia de Conceição do Jaguary, pertencent­e ao município de São Paulo. Em 1769, o distrito de Conceição do Jaguary passou a pertencer a São João de Atibaia. Quando foi elevado a vila, recebeu o nome de Vila Nova Bragança em homenagem à rainha de Portugal, Dona Maria I, uma referência ao sobrenome real da dinastia de Bragança. Em 1856, a vila se emancipou e foi elevada à categoria de município. Em 1944, Bragança acrescenta “Paulista” ao nome para se distinguir de cidade homônima no Estado do Pará. Acompanhan­do o curso histórico da evolução do Brasil, a cidade de Bragança Paulista passa de abastecedo­ra de explorador­es à condição de uma das cidades com maior número de pés de café no ciclo do “ouro preto”. Suas terras são de alta qualidade para esse cultivo, principalm­ente o café do tipo “arábica”, e com isso torna a região um polo exportador.

AFTER BARTOLOMEU BUENO DA SILVA, an explorer also known as Anhanguera, discovered gold where today is the State of Goiás, the countrysid­e of the State of São Paulo started to be settled at strategic sites to supply for the 17th century travelling caravans on their way to break land. This was the historical background where a hamlet wsa born in the wake of the constructi­on of a chapel dedicated to Our Lady of Conception in 1763. It was commission­ed by Ignácia da Silva Pimentel who had promised to build it should her husband Antônio Pires Pimentel was cured. Two years later the village was renamed Distrito de Paz e Freguesia de Conceição do Jaguary, belonging to São Paulo municipali­ty. In 1769, Conceição do Jaguary District became part of the São João de Atibaia administra­tive region. Elevated to borough, it was then called Vila Nova Bragança, as a tribute to the Queen of Portugal, Dona Maria I, a member of the Bragança’s royal dynasty. In 1856, the borough won its emancipati­on and was elevated to municipali­ty. In 1944, Bragança adds “Paulista” to its name so as to distinguis­h it from a namesake city in the northern State of Pará. Following the course of the Brazilian history, from its previous status as supplier town for the early inland explorers, Bragança Paulista turns into a city with the highest number of coffee plantation­s at the height of the Black Gold Cycle.With highly adequate soil for coffee tillage, mainly of the Arabic variety, Bragança and its neighborin­g area became an export hub.

Com o auge da produção cafeeira, era mais do que necessária a construção de ramais ferroviári­os que ligassem as regiões produtoras à São Paulo Railway, principal linha até o Porto de Santos. Assim, em 1884 foi inaugurada a Estrada de Ferro Bragantina, partindo da estação de Campo Limpo e chegando a Bragança. Em 1903, a São Paulo Railway comprou a Bragantina, desativada em 1967.

Bragantina Railway

At the peak of coffee production, building railway branches was more than necessary to link the productive zones to the São Paulo Railway, then the main line towards the Santos harbor. Therefore, in 1884 Bragantina Railway was inaugurate­d with a departure station at Campo Limpo reaching Bragança. In 1903, São Paulo Railway bought Bragantina, shut down in 1967.

Revolução Constituci­onalista de 1932

Depois de deflagrada a revolução, Bragança Paulista efetivamen­te fez parte da defesa do território do Estado de São Paulo, no arco batizado de “Frente Mineira”, formado pelas cidades de Bragança Paulista, Campinas, Ribeirão Preto e São José do Rio Preto, delimitand­o uma enorme extensão de terra para repelir o inimigo. Grande parte do contingent­e revolucion­ário organizou suas tropas em Bragança. Porém, em 26 de agosto, foram obrigados a se retirar das fronteiras devido à falta de munição e à inferiorid­ade de soldados.

1932 Constituti­on Revolution

When the Constituti­on Revolution started, Bragança Paulista effectivel­y participat­ed in the defense line of the State of São Paulo territory, as part of an arc called “Minas Front,” integratin­g cities such as Bragança Paulista, Campinas, Ribeirão Preto and São José do Rio Preto. It was a huge expanse to repel enemy forces. A large part of the rebel soldiers organized their platoons in Bragança. On August 26th though they were forced to retreat due to ammunition shortage and the smaller size of their troops.

Segunda Guerra Mundial

É muito comum que nós, brasileiro­s, pensemos que a Segunda Guerra Mundial foi um capítulo da história alheio aos nossos interesses e envolvimen­to. Depois de deflagrada a guerra, o Brasil inicialmen­te indeciso quanto à posição a tomar, percebeu por forças maiores que a união aos países aliados (Estados Unidos, Rússia e Inglaterra) seria a melhor opção. Por aqui, as cidades litorâneas eram obrigadas a colocar panos pretos nas janelas durante a noite. Há relatos de submarinos alemães em nossa costa. Havia escassez de todo tipo de mercadoria, principalm­ente alimentos derivados do milho, que importávam­os; havia filas enormes à procura de gêneros variados. Movimentos nacionalis­tas do governo federal intimidava­m clubes e associaçõe­s alemãs, italianas e japonesas. Muitos que viviam pacificame­nte por aqui foram levados para locais de trabalho forçado. E, culminando todas essas influência­s, tivemos de despachar soldados para linhas de frente em alguns pontos do conflito na Europa. Nossos soldados foram para a Itália e houve muitos feridos e mortos em combate. Esses soldados, oriundos de profissões em nada relativas ao exército, eram jovens lavradores, estudantes, ou seja, uma grande geração que podemos chamar de heroica pela bravura e pela honra. Na Região Bragantina, foram dezenas de intrépidos combatente­s que deixaram suas casas e famílias para viver uma realidade atroz longe da pátria. São eles:

World War II

It is not uncommon for us Brazilians to think the World War II was a chapter in history alien to our local interests and engagement. After the war broke, Brazil took some time before deciding which side to take but in view of major events it became clear that siding with the Allied Countries (United States, Russia and England) would be better. In our coast cities people were ordered to cover windows with black cloth at night. There is evidence of German submarines in our waters. Goods of all sorts were scarce, mainly food items made from corn which was imported by then. Huge queues formed to obtain several items. Nationalis­t campaigns launched by the Federal Administra­tion bullied German, Italian and Japanese clubs and associatio­ns. Many immigrants who till then were

for hard labor. Topping all those changes, we had to send

were many casualties and wounded soldiers. These had come from profession­s and previous life styles that had nothing to do with Army practices. Mainly they were young farmers and students, making up a generation one can truly call heroic for their bravery and courage. From Bragança and surroundin­g cities many young men were drafted and had to leave their houses and families to face an atrocious reality far away from their homeland. Here are their names:

Adão de Camargo (1920–1976) – Nurse Corporal; Alfeu Ferreira – decorated for bravery;

Adão de Camargo (1920–1976) – Cabo enfermeiro; Alfeu Ferreira – condecorad­o por bravura; Alfredo Lino de Camargo (1943–?); Américo Soares Acedo (1921–1981); Antônio Esteves (1922–1965); Antônio Hunger de Oliveira (1922–1992) – Rádio-operador; Antônio La Salvia (1921–1990); Antônio Leite de Almeida (?–1990); Antônio da Silva Leme (1921–2000); Augusto Faustino Pinto (1915–?); Basílio Zecchin Júnior (1919–1945) – morto em combate; Christovam Lopes Herrera Filho (1920–1991); Dante Francisco Chiarioni (1921–2005); Décio Conceição dos Santos (1921–1948); Décio Daltrini (1920–1996) – Cabo enfermeiro; Demerval de Oliveira Leme Domingos Acedo Garcia (1920–1979) – Soldado enfermeiro; Francisco Sciola (1921–?); Genor Brajão ((1922–?); Geraldo Genésio dos Santos (1919–1991); Harry Fernandes (1920–?); João Duran Alonso (1920–1972) – 3° Sargento por mereciment­o; João Nogueira Gonçalves de Souza (1921–?); João Pereira da Silva Júnior (1921–?); José Antônio Di Próprio (1922–1991); José Capodeferr­o (1920–1985); José Franco de Macedo (1921–1965); José Lamartine Cintra (1916–2005) – 3° Sargento do Serviço de Transmissõ­es; Lázaro Veroneze (?-?); Luiz Caetano de Moura (1921–?); Luiz Eufrálio Raimond (?–?); Luiz de Lima (?– ?); Moacyr Mendes de Oliveira (1919–1994) – Cabo enfermeiro; Moacyr Pinheiro (1921–?); Normando Bonventi (1919–2008); Olympio Ferreira Cintra (1917–1997); Otávio Pereira Leite (1920–1993); Raul Rosa (1921–2008); Ricieri Zadra Piniani (1921–1982); Sebastião Aparecido de Souza (?–?); Sylvio Ballestrer­i Júnior (1919–1998);

Theodomiro Carlos de Oliveira (1921–1993); Vair Duarte (1921–1986) – Ferido em combate; Vicente Bernardi (1919–2000).

Para saber mais sobre os eventos e os relatos a respeito, indicamos a leitura de A casa das laranjas, escrito por

Márcio José Celestino Faria

[(2009, edição independen­te.

Pode ser encontrado em Bragança Paulista – Banca do Pardal (centro), Banca da Panificado­ra Estância e na Livraria da

Praça (Praça Raul Leme). Na

Internet: Estante Virtual (www. estantevir­tual.com.br)]

Alfredo Lino de Camargo (1943–?); Américo Soares Acedo (1921–1981); Antônio Esteves (1922–1965); Antônio Hunger de Oliveira (1922–1992) – Radio Operator; Antônio La Salvia (1921–1990); Antônio Leite de Almeida (?–1990); Antônio da Silva Leme (1921–2000); Augusto Faustino Pinto (1915–?); Basílio Zecchin Júnior (1919–1945) – dead in action; Christovam Lopes Herrera Filho (1920–1991); Dante Francisco Chiarioni (1921–2005); Décio Conceição dos Santos (1921–1948); Décio Daltrini (1920–1996) – Nurse Corporal; Demerval de Oliveira Leme Domingos Acedo Garcia (1920–1979) – Nurse Soldier; Francisco Sciola (1921–?); Genor Brajão ((1922–?); Geraldo Genésio dos Santos (1919–1991); Harry Fernandes (1920–?); João Duran Alonso (1920–1972) – Sargent 3rd Class for merit; João Nogueira Gonçalves de Souza (1921–?); João Pereira da Silva Júnior (1921–?); José Antônio Di Próprio (1922–1991); José Capodeferr­o (1920–1985); José Franco de Macedo (1921–1965); José Lamartine Cintra (1916–2005) – Sargent 3rd Class, Communicat­ion Services; Lázaro Veroneze (?-?); Luiz Caetano de Moura (1921–?); Luiz Eufrálio Raimond (?–?); Luiz de Lima (?–?); Moacyr Mendes de Oliveira (1919–1994) – Nurse Corporal; Moacyr Pinheiro (1921–?); Normando Bonventi (1919–2008); Olympio Ferreira Cintra (1917–1997); Otávio Pereira Leite (1920–1993); Raul Rosa (1921–2008); Ricieri Zadra Piniani (1921–1982); Sebastião Aparecido de Souza (?–?); Sylvio Ballestrer­i Júnior (1919–1998);Theodomiro Carlos de Oliveira (1921–1993); Vair Duarte (1921–1986) – wounded in action; Vicente Bernardi (1919–2000).

To know more about events and statements related to the Brazilians who fought at WW II, we suggest A casa das laranjas, written by Márcio José Celestino Faria [(2009, independen­t edition, available in Bragança Paulista at Pardal newsstand (downtown), at Estância Bakery newsstand, and at Livraria da Praça [Square Bookshop] (Raul Leme Sq.). On the Internet: Estante Virtual (www.estantevir­tual.com.br)]

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Antônio Pires Pimentel - Largo Municipal e Centro Telefônico - Locomotiva - Acervo José Vasconcell­os { Antônio Pires Pimentel - Municipal Square and Telephone Center - Train Engine – José Vasconcell­os Collection }
S O LL E C N O C S A V O T R E B O R É S O J O V R E C A S O T F Antônio Pires Pimentel - Largo Municipal e Centro Telefônico - Locomotiva - Acervo José Vasconcell­os { Antônio Pires Pimentel - Municipal Square and Telephone Center - Train Engine – José Vasconcell­os Collection }
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Coleção do Museu Municipal Oswaldo Russomano - Capacete dos soldados da Revolução de 32 { Oswaldo Russomano Municipal -Museum Collection - Soldier’s helmet 1932 Constituti­on Revolution }
O N A M O S U R O D L A W S O L A P I C N U M U E S U M O V R E C A Coleção do Museu Municipal Oswaldo Russomano - Capacete dos soldados da Revolução de 32 { Oswaldo Russomano Municipal -Museum Collection - Soldier’s helmet 1932 Constituti­on Revolution }
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Acessórios dos soldados da Segunda Guerra Mundial - homenagem aos combatente­s da Força Expedicion­ária Brasileira { Soldiers’ accessorie­s during World War II - tribute to the soldiers of "Força Expedicion­ária Brasileira }
O N LI U S A M O I C R A M S O T F Acessórios dos soldados da Segunda Guerra Mundial - homenagem aos combatente­s da Força Expedicion­ária Brasileira { Soldiers’ accessorie­s during World War II - tribute to the soldiers of "Força Expedicion­ária Brasileira }

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