Como Cultivar Orquídeas Especial
Celebridade mundial
CONSIDERADA UMA DAS ORQUÍDEAS MAIS POPULARES, a Phalaenopsis é a mais produzida no mundo, sendo cultivada em grande escala em diversos países, inclusive no Brasil. Também é amplamente utilizada em cruzamentos.
O gênero possui cerca de 60 espécies, no entanto, os híbridos são os grandes responsáveis pela abundância de cores, formas e tamanhos das flores encontradas no mercado ou em coleções.
Originário do continente asiático, foi descrito em 1825 pelo botânico holandês C. L. Blume, que nomeou a espécie Phalaenopsis amabilis. A designação deriva de Phalaena (mariposa) e opsis (aparência de), numa referência à delicada forma de borboleta que predomina em algumas variedades brancas. Por isso, também é popularmente conhecida como orquídea-borboleta.
Muito querida
Nativa de países como Sri Lanka, Nova Guiné, China, Bornéu, Mianmar, Ilhas Molucas, Austrália, Malásia e Filipinas, esta planta se adapta bem a qualquer região do Brasil.
De acordo com Sérgio Ostetto, proprietário do Ostetto Orquídeas, de Campo Grande, MS, as espécies mais conhecidas são Phal. amabilis, Phal. schilleriana, Phal. stuartiana, Phal. cornu-cervi, Phal. mannii, Phal. equestris, Phal. lindenii, Phal. gigantea, Phal. fasciata, Phal. fimbriata, Phal. lueddemanniana, Phal. pulchra, Phal. pallens, Phal. sumatrana, Phal. violacea, Phal. hieroglyphica, Phal. lowii e Phal. mariae.
Em território nacional, a mais famosa e que tem maior volume de comércio é a Phal. amabilis, muito requisitada para ornamentação de casas e ambientes internos, decoração de casamentos e composição de buquês. Isso acontece porque apresenta ótima durabilidade e floração prolongada.
“A flor pode permanecer aberta por até três meses, aparecendo durante todo o ano”, afirma Carlos Espejo, proprietário do Orquídeas de Latinoamérica, de São Paulo, SP. As cores são um atrativo à parte e grandes responsáveis pelo sucesso desta orquidácea. Branca e lilás são as tonalidades comumente encontradas, mas há variações de castanho, amarelo e rosa, sendo algumas flameadas.
Além disso, possui folhagem suculenta e crescimento monopodial, ou seja, desenvolve-se sempre para cima e não lateralmente. “Por isso, é importante evitar o acúmulo de água no meio das novas folhas para não haver problemas fúngicos ou apodrecimento da planta”, pondera Ronaldo Sabino, proprietário do Orquidário Imirim, de São Paulo, SP.
Suas folhas carnosas a tornam vulnerável ao ataque de gafanhotos, caramujos e lesmas. “O controle, nestes casos, é a cata manual, geralmente, à noite”, ensina Sabino.
Como cultivar
A Phalaenopsis aprecia clima quente, alta umidade do ar e meia-sombra. Por ser delicada, deve preferencialmente ficar em locais protegidos e bem iluminados, porém, sem luz solar direta. Essa é uma das razões de ser recomendada para apartamentos.
“O sombreamento de 30% é ideal, então, um lugar apropriado para dispô-la é próximo à janela do banheiro, pois o vapor d’água favorece seu cultivo. Vale lembrar que esta planta não tolera vento direto”, orienta o proprietário do Orquidário Imirim.
Quanto mais elevada a umidade do ambiente, melhor será seu desenvolvimento, no entanto, isso não significa que deve permanecer molhada. “A maior dificuldade é em relação à umidade. Se não regar, ela desidrata; e se molhar muito, a raiz e o miolo apodrecem”, comenta Espejo.
A irrigação precisa ser moderada, com intervalo para secar o substrato, sendo importante evitar o encharcamento. “Durante as estações de estiagem e nas regiões secas, molha-se duas vezes por dia, ao passo que em épocas de chuvas, o intervalo pode ser de vários dias”, completa Ostetto.
Adepta ao clima quente, de acordo com ele, necessita receber diretamente os raios solares fracos no período da manhã e ser protegida por sombrite nos horários de sol forte. “As altas temperaturas provocam queimaduras nas folhas”, explica o proprietário do Orquídeas Latinoamérica.
Em relação ao substrato, atualmente, é muito utilizada a casca de pinus ou ainda uma mistura formada por fibra de coco, casca de pinus e carvão. Há também a possibilidade de optar pelo musgo, que mantém a umidade e possui grande sucesso nesse tipo de cultivo.
Sabino diz que para sustentar o bom desenvolvimento da Phalaenopsis, o melhor é usar adubo foliar balanceado NPK 20-20-20 uma vez por semana e orgânico a cada dois meses. “A aplicação mensal de inseticida previne o ataque de pragas. As doenças podem ser evitadas com a utilização de fungicidas ministrados a cada três meses ou mensalmente nas épocas de muita umidade”, adiciona Ostetto. No entanto, é sempre recomendado consultar um especialista antes de usar produtos químicos.
Perpetuação da planta
No caso da Phalaenopsis, o proprietário do Orquidário Imirim recomenda o replantio a cada três anos. “As plantas necessitam de um novo substrato, caso contrário, começam a aparecer folhas com manchas aquosas.” No entanto, durante esse procedimento, nunca se deve cortar as raízes saudáveis, pois é por onde ocorre a condução de seiva.
“Raramente espécies deste gênero emitem brotos laterais. Ocasionalmente, na haste floral podem nascer mudas (keikis) que, quando atingirem aproximadamente 12 cm de altura e já estiverem com raízes, podem ser retiradas e plantadas normalmente”, afirma o proprietário do Ostetto Orquídeas, ao informar que a reprodução é feita principalmente por sementes ou clonagem.