Como Cultivar Orquídeas Especial
Rhynchostylis
CONHECIDAS E APRECIADAS pelo vistoso cacho pendente de flores, as espécies do gênero Rhynchostylis têm como destaque a durabilidade da floração, que pode chegar a 60 dias. Além disso, são plantas rústicas, de fácil cultivo e bastante resistentes.
De grande valor ornamental, são nativas da Ásia, sendo comumente encontradas em países como Laos, Camboja, China, Bornéu, Filipinas, Vietnã, Malásia e Mianmar, além da Tailândia, maior produtor mundial de espécies deste gênero.
As condições climáticas brasileiras também são favoráveis ao seu cultivo, uma vez que apreciam calor e umidade. Nas regiões Norte e Nordeste do País, apresentam ótimo desenvolvimento, já no Sul e Sudeste, onde as temperaturas são mais baixas, podem ter crescimento mais lento.
“Adaptam-se bem em locais que possuem clima de monções, como é o caso da Amazônia brasileira, rica em umidade e calor, porém com pouca luminosidade”, explica Reinaldo Ilaci, proprietário do Orquidário Paulista, de São Paulo, SP.
Ainda segundo ele, para que permaneçam saudáveis e com floração constante, é necessário mantê-las sob temperaturas que variam de 15 a 35ºC e sombreamento em torno de 50 a 70%. Com o manejo adequado, as flores surgirão no Inverno e na Primavera, uma ou duas vezes ao ano.
Características
As espécies epífitas deste grupo têm características morfológicas bastante peculiares. A inflorescência densa e curva é composta por muitas flores de longa duração. Ela se apresenta pendente em forma de cachos.
As flores, especificamente, possuem dimensões de cerca de 3 x 3 cm, a haste floral pode medir até 30 cm e a planta pode alcançar aproximadamente 30 cm de altura. Seu crescimento é monopodial, ou seja, desenvolve-se para cima e não para os lados, e suas folhas são semirrígidas.
“As Rhynchostylis são plantas que todo orquidófilo deveria ter. É muito gratificante cultivá-las. As floradas são encantadoras, bonitas e bastante duráveis”, diz Eduardo Nascimento, proprietário do Orquidário do Sol, de Salto, SP.
Ilaci afirma que se trata de um grupo reduzido. “A Rhy. gigantea éa mais comum e valorizada. Embora o nome possa sugerir o contrário, é uma orquídea de médio e pequeno porte. Em relação às outras espécies, as flores são maiores e em menor quantidade e se apresentam nas cores branca, rósea e vermelha”.
E continua: “A Rhy. coeleste tem como principal característica a haste floral ereta com mais de 25 unidades de tonalidade azul-violácea. Além disso, seu perfume adocicado é bastante apreciado. Já a Rhy. retusa, por ser pendente com flores menores, é pouco procurada.”
Pela beleza, textura e tamanho das flores, exuberância das cores e boa durabilidade, entre todas as espécies, segundo o especialista de São Paulo, a Rhy. gigantea é a mais utilizada como matriz para hibridação.
Cultivo simples
Por serem rústicas, o cultivo das espécies deste gênero é considerado fácil. No entanto, são plantas que apresentam crescimento lento.
De acordo com o proprietário do Orquidário Paulista, as Rhynchostylis se desenvolvem bem em locais de clima quente, com boa umidade e sombreamento. Vale lembrar que ambiente úmido não é o mesmo que constantemente molhado. O excesso de umidade pode matá-las. “A rega excessiva cria acúmulo de água no apical (folhas iniciais). Dessa forma, a temperatura se eleva em demasia, os fungos aparecem e as orquídeas não resistem.”
Ele afirma que o ideal é regá-las duas vezes ao dia, pela manhã e à noite. Sempre molhando folhas e raízes, preservando a secagem do substrato e evitando o encharcamento. No Inverno, especificamente, a irrigação deve ser reduzida, sem deixar os exemplares secarem por completo para que não desidratem.
O sombreamento também merece atenção. Nascimento diz que se as plantas ficarem diretamente expostas ao sol, têm tendência a apresentar aspecto amarelado e o crescimento pode sofrer alterações. O correto é deixá-las em local de luminosidade mediana.
Ele ainda afirma que a melhor forma de cultivar as Rhynchostylis é em cachepôs de madeira. Em relação ao substrato, o esfagno é muito utilizado já que mantém o controle da rega com sucesso. As orquídeas devem ser manuseadas com bastante cuidado, uma vez que suas raízes são frágeis. Quando os cachepôs se tornam pequenos, é preciso transferi-las para um maior, evitando o manejo brusco.
O proprietário do Orquidário do Sol indica adubação com NPK 2020-20, sendo que os exemplares inteiros devem ser pulverizados a cada 15 dias para um desenvolvimento saudável. Inseticidas ou fungicidas podem ser aplicados em períodos de maior umidade. No entanto, um especialista deve ser consultado antes da utilização de produtos químicos.
“O replantio dos exemplares deve ser feito quando há a emissão de novas raízes. É possível percebê-las através das pontinhas verdes nas extremidades das raízes já existentes. Quando elas surgirem, é hora de replantar”, finaliza Nascimento.