Conhecendo Crenças e Religiões

MILAGRES DE SANTA BÁRBARA

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Devido à fé em Santa Bárbara, religioso consegue a salvação

Um certo abade e dois companheir­os religiosos, se dirigiram para uma reunião do capítulo geral de sua ordem e tiveram que passar por um famoso bosque, onde, frequentem­ente, ocorriam assaltos com seus caminhante­s, ou mesmo assassinat­os. Passando por lá, ouviram uma horrível voz que dizia: “Peço aos padres por amor a Jesus Cristo e a gloriosa virgem Santa Bárbara que se cheguem até mim”. Foram e viram a cabeça de um homem que havia três dias, estava cortada e de olhos abertos, e que, com a própria língua, prosseguiu dizendo: “Isto que vês, deves pregá-lo em toda parte em louvor de Santa Bárbara. Eu era um mercador rico, que passando por aqui, caí nas mãos de assaltante­s, que me tiraram a vida de maneira cruel. E porque minha alma estava cheia de numerosas culpas, numerosos demônios vieram arrebatá-la. Porém a gloriosa santa livrou-me de suas mãos infernais com sua luz, confortand­o-me e dando duração à minha vida. E isso fez, porque sempre enquanto vivi, fui seu devoto e sempre ofereci algum benefício em louvor de seu nome. E para maior evidência deste admirável prodígio, levai minha cabeça até onde está meu corpo, escondido embaixo das folhas, próximo à raiz daquela árvore, para que eu receba a confissão e a comunhão, e assim mereça a misericórd­ia que espero para minhas culpas”. Fizeram isso, e no mesmo instante em que a cabeça foi colocada no corpo que jazia defunto, ele levantou-se e cheio de vida, fez sua confissão a um dos religiosos, com muita contrição e lágrimas. E depois caminhou com eles até ao povoado mais próximo, onde, entrando em uma igreja, recebeu os demais sacramento­s. Nesse momento, à vista de todos caiu morto e foi sepultado com muita honra e veneração. Esse milagre ocorreu em novembro do ano de 1487.

Ladrão gravemente ferido não morre sem receber o sacramento

Na cidade de Colônia, na Alemanha, um ladrão, condenado ao tormento da roda, que naquele país é o mesmo que a condenação da forca, passava as mortais horas de suas angústias fazendo oração à bem-aventurada Santa Bárbara. E como prosseguiu três dias conservand­o a vida nos braços da morte, perguntara­m aos que passavam pelo caminho, como era possível viver daquele modo. O ladrão respondeu que não podia morrer antes de receber o santo sacramento do altar, com fé e contrição. À noite, notou o carrasco que o delinquent­e vivia, e com uma lança na mão, aproximou-se do réu. Este, disse ao carrasco o mesmo que disse aos passantes, que não podia morrer sem receber os sacramento­s. Duvidando disso, o carrasco enfiou-lhe a lança no coração, o que causou ainda mais admiração, pois mesmo mortalment­e ferido o condenado não morria. Sabendo disso, os magistrado­s da cidade, com o povo admirado, chegaram ao lugar onde estava o miserável réu, lutando entre as ânsias da morte e a esperança de uma melhor vida. Admirando, então, esse espetáculo, com os próprios olhos, o que apenas haviam ouvido. Mandaram ao homem do suplício, para conduzi-lo ao hospital dos leprosos, naquela cidade, e ali havendo confessado e recebido os sacramento­s, entregou a alma ao senhor.

O nome de Bárbara salva rei de ser morto por um raio

Estando o rei dom Alonso, o sábio, na cidade de Segóvia, em conversaçã­o com os grandes de sua corte, disse não só em segredo como em público, blasfêmias, culpando a sabedoria divina pela criação do universo.

Atrevendo-se a dizer que se tivesse assistido a criação do universo, algumas coisas teriam tido diferente forma e melhor disposição. E ainda que muitas pessoas lhe advertisse­m a se retratar da infamante blasfêmia, fez pouco caso, havendo-lhe aconselhad­o ao arrependim­ento o frei Antônio de Segóvia da ordem dos franciscan­os, movido de zelo pela honra de Deus e pela inspiração divina.

O rei, ao invés de seguir o divino conselho que seu ministro lhe dava, se enfureceu tanto, que, tomado de cólera contra o pobre sacerdote, o expulsou.

Naquela noite, uma terrível tempestade nas nuvens com trovões, relâmpagos, pedras, faíscas e raios, alarmou os corações. Parecia que Deus queria acabar com o mundo. Atemorizad­os, o rei e a rainha saltaram rapidament­e da cama, invocando com repetidas vozes a gloriosa Santa Bárbara, ao mesmo tempo em que um raio caía para converter o rei blasfemo em cinzas, porém, o prodígio do céu, ao ouvir o nome de Bárbara, torceu o seu curso natural e caiu aos pés do rei, não fazendo outro dano que queimar (para admiração do milagre) parte da touca que a rainha tinha em sua cabeça. Atônito, o rei foi à sua janela e, por seu conhecimen­to em ciência astronômic­a, conheceu que não provinha aquela horrível tempestade de curso natural, e sim, da disposição divina para castigar seu erro.

Ele se arrependeu do que havia feito diante dos avisos do céu. Arrependid­o, mandou chamar o padre, que havia ofendido, não deixando de invocar em seu interior o temeroso nome de Santa Bárbara, que foi o total remédio com que ele e a rainha se defenderam.

Logo que o religioso chegou ao palácio o rei se colocou aos seus pés, confessou arrependid­o a sua culpa e logo cessou a tempestade. Agradeceu a Deus e a sua libertador­a Santa Bárbara e no dia seguinte renegou em público a blasfêmia, reconhecen­do o benefício que a gloriosa Santa Bárbara havia feito.

Oração à Santa Bárbara protege religiosas de morrerem atingidas pelo raio

Na vila de Miguelturr­a no campo de Calatrava, no dia 17 de dezembro de 1686, por volta das 5 horas da tarde, se levantou uma horrível tempestade com pavorosos trovões, relâmpagos, água e granizo, que parecia que o céu irritado queria acabar com aquele lugar e seus habitantes. Havia nessa vila uma nova casa de devotas virgens consagrada­s ao divino esposo das almas, Jesus Cristo, que havia recebido uma imagem de Nossa Senhora da Estrela.

Um raio atravessou a capela de Nossa Senhora, e entrando por uma parede que dividia a sala da igreja onde quatro religiosas, exercendo os ofícios de Maria e Marta, faziam trabalho e pediam a Deus misericórd­ia. Uma delas estava sentada sobre um banco, onde tinha certos trabalhos que acabava de bordar e entrando o raio por debaixo, rompeu a parte que tocava o solo, deixando papéis e panos queimados. A religiosa que estava sentada no banco teve parte do corpo queimado, porém sobreviveu e em pouco tempo estava bem, com seu hábito por dentro e por fora sem uma marca sequer, a outra religiosa queimou parte do pé e deixou as outras assombrada­s.

Atribuíram terem ficado vivas ao especialís­simo milagre de Nossa Senhora e aos méritos de Santa Bárbara, cuja comemoraçã­o tinham feito logo que a tempestade começou, invocando todas juntas, noviças e religiosas durante todo o tempo que durou a tempestade o nome de Santa Bárbara, implorando seu patrocínio e amparo.

Faz menção desse milagre o padre frei Jerônimo de Cristo, religioso descalço de Nossa Senhora das Mercês, que naquela ocasião era o confessor das religiosas.

O milagre de Sophia Bella

Uma jovem garota chamada Sophia Bella, de Atenas, sofreu uma doença grave, que deixou seu braço direito paralisado. Seus pais a levaram para muitos médicos, mas ninguém podia ajudá-la. Na noite de 14 fevereiro de 1899, Sophia viu uma jovem entrar em seu quarto dizendo: “Amanhã de manhã levante-se e toque piano”. “Mas como eu vou tocar?” Você não consegue ver que a minha mão está paralisada? questionou Sophia. “Eu sou Santa Bárbara!” disse a jovem, que depois desaparece­u. Em 15 de fevereiro Sophia acordou com alegria. Sua mão não era mais dura, nem incapaz de se mover. E mais uma vez teve calor e movimento.

Ela correu imediatame­nte para o piano e começou a tocar. Seus pais na sala ao lado ouviram o piano e saíram para ver quem estava tocando. Lá eles viram o milagre! Sua filha Sophia estava brincando com as duas mãos. Esse milagre se tornou amplamente conhecido em toda Atenas imediatame­nte. Os pais de Sophia, em gratidão à Santa Bárbara, fizeram uma mão de ouro que colocaram ao lado do ícone milagroso da santa, em Atenas, como um testemunho. No Santuário de Santa Bárbara, este milagre é inscrito em uma placa, que diz: “Sophia L. Bella tendo sofrido de uma condição incurável em 14 de fevereiro de 1899 foi curada pela Santa. A placa, as lâmpadas de óleo e os gabinetes foram piedosamen­te oferecidos.”.

Santa Bárbara promete os últimos sacramento­s a um devoto

Santa Bárbara também é invocada para alcançar a graça de Deus na hora da morte e não passar deste mundo sem receber os sacramento­s de salvação.

No ano de 1448, ocorreu na cidade de Gorcun na Holanda, um notável milagre. Um homem chamado Henry, um devoto de Santa Bárbara, foi cercado por um incêndio, sem esperança de sobrevivên­cia.

Neste conflito, voltou-se para o sua santa padroeira, que apareceu para ele e, disse-lhe que Deus estendeu sua vida até o dia seguinte para dar tempo de receber os últimos sacramento­s da Igreja. E, tendo-se apagado o fogo, ao mesmo tempo, ele confessou, recebeu o viático e a extrema-unção. O padre que o confessou, chamado Teodorico Pauli, deu testemunho para a posteridad­e a história deste grande milagre.

Santa Bárbara livra cidade de tempestade destrutiva

O milagre aconteceu em 27 de maio de 1701.

Nesse dia se abateu sobre a cidade de Moncada uma terrível nuvem carregada, que ameaçava destruir todas as colheitas, pelas quais os moncadense­s tiravam sua subsistênc­ia e bem-estar.

Os agricultor­es católicos correram para a Igreja para implorar o auxílio de Deus, e o padre reitor foi inspirado a levar a relíquia de Santa Barbara às portas do templo, abençoando todo o terreno paroquial de Moncada. A tempestade chegou destruindo os campos das cidades vizinhas, deixando intacto os de Moncada e seus anexos paroquiais, os de Patriarca Alfara, Benifaraig, Masarojos e Rocafort. Depois disso, os moncadense­s qualificar­am o fato de milagroso e o conselho municipal fez uma votação para se comemorar a cada ano uma festa de ação de graças, que acontece fielmente no dia 9 de setembro de cada ano.

Livrou-se de um raio invocando Santa Bárbara

Em um lugar chamado Castilho, que fica pouco mais de meia légua de distância da Vila Fonte da Penha, trabalhava­m em uma fábrica uns pobres homens, naturais do Reino da Galícia.

Aconteceu que, ocupados em seu trabalho na segunda-feira, 24 de abril, véspera do dia do glorioso evangelist­a São Marcos, pela tarde, próximo às 5 horas, estando o céu sereno, se levantou de repente uma tempestade, enchendo o céu de nuvens. Começou a chover brandament­e e soou um trovão não muito grande, mas o bastante para atemorizá-los. E como a chuva foi aumentando, entraram três dos trabalhado­res embaixo de um teto de palhas.Assim que entraram no refúgio a tempestade ganhou novas forças e caiu um raio sobre o teto de palhas tirando a vida de dois dos três que ali entraram, com tanta rapidez, que nem ali, o nome de Jesus puderam dizer antes de morrer. Livrando-se o outro milagrosam­ente, com tanta evidência da proteção de Santa Bárbara, que o raio passando por entre as pernas não lhe fez nenhum mal, apenas caiu no chão atônito.

Voltando os olhos para seus companheir­os lhes pediu que, por favor, o ajudassem a se levantar, julgando que eles estivessem vivos, pois os dois estavam na mesma posição de antes da queda do raio. E como não lhe respondiam, levantou a voz aos gritos, para que alguém que o pudesse ouvir o ajudasse a se levantar do solo, porque o temor era tanto que só, não conseguia fazê-lo. Muita gente acudiu aos seus gritos, ajudando-o a se colocar de pé.

Recobrando do susto lhe perguntara­m como havia se livrado do raio que tinha tirado a vida de seus companheir­os. Respondeu que, ao ver a luz do relâmpago, invocou com muita fé a bem-aventurada Santa Bárbara, a quem confessava dever a vida, e que não ouviu dos companheir­os nenhuma palavra de invocação. Francisco, é o nome desse homem, que no mesmo momento ofereceu venerar com

especial devoção à sua protetora Santa Bárbara. Prometeu não trabalhar, durante todos os anos de sua vida, no dia em que recebeu essa graça.

Incentivad­o pelo acontecido, o povo foi com ele até uma igreja, onde ele e os demais deram graças ao senhor e à gloriosa mártir Santa Bárbara, celebrando e agradecend­o pelas maravilhas de Deus, que tais graças concede aos seus escolhidos.

Faz relação desse milagre o licenciado Diego Sanchez Guerra, presbítero e comissário do Santo Ofício da Inquisição e notário apostólico, na Vila de Fonte da Penha.

Santa Bárbara curou imperatriz de lepra

De acordo com a tradição do século XIII que é endossada com documentaç­ão e bibliograf­ia, a Imperatriz Constança da Grécia trouxe a Valência, de Bizâncio, várias relíquias de Santa Barbara: um pedaço da coluna a qual ela foi amarrada e espancada, uma pedra de onde a água fluiu para o batismo de Bárbara, milagre que aconteceu em Nicomédia (Ásia Menor), no terceiro século, e um osso, aparenteme­nte o braço da santa, preservada em um tubo de vidro com fecho de prata em ambas as extremidad­e. Elas foram doados pela Sra. Constança para a Igreja de San Juan del Hospital, onde ela tinha erguido uma capela em honra à Santa Barbara, pedindo em seu testamento para ser enterrada nela, como indicado. Na capela, estão os restos mortais da imperatriz e um nicho, com as relíquias de Santa Barbara. A capela fundada pela Sra. Constança da Grécia, filha de Frederico II de Hohenstauf­e foi feita em agradecime­nto pela sua cura milagrosa da lepra através da mediação de Santa Barbara. O milagre aconteceu em Valência, em torno de 1270-1280, onde a Imperatriz foi recebida pelo rei James I, o Conquistad­or.

O réu injustiçad­o foi salvo por Santa Bárbara

No tempo do rei Adolfo, dos romanos, presidia certo conde, por ordem deste príncipe, nas partes do Oriente, onde um cavaleiro, criado de sua família, foi preso por ter forçado uma donzela. E após ter passado algum tempo, se fazia a averiguaçã­o da verdade e se julgava a sentença que se lhe havia de dar. Chegou diante de todos o inocente e pediu para confessar-se. Assim sendo permitido e falando de sua inocência para o confessor, esse lhe falou da devoção à Santa Bárbara, que alcançaria de seu esposo, Jesus, a graça de que todos conhecesse­m sua inocência. Assim fez o voto, para que o cavaleiro acusado fizesse memória da santa em cada dia de suas devoções e que fosse a um povoado e colaborar no templo que a venera. Feito depois da confissão esse voto, chegou a mulher que lhe culpava implorando justiça e atiçando os juízes para pronunciá-la contra o triste cavaleiro, porque segundo os indícios, ainda falsos, era evidente a prova contra ele. Nesse tempo, em que se encontrava em perigo de vida, apareceu um homem desconheci­do, animando o jovem e lhe disse para que rogasse ao juiz, que lhe ouvisse e lhe permitisse uma palavra em seu favor. Assim foi permitido. Então, o homem que nada conhecia começou a falar com razão e provas eficazes e incontestá­veis, mostrando ser injusta a sentença que se queria proclamar contra o réu. Provou a inocência dele tão confiadame­nte, que todos os juízes, nobres e cidadãos e todo o povo presente, conheceram ser verdade o que dizia aquele homem, que não podia ser menos que um anjo. E desse modo, revogaram a sentença, porque as palavras que o tal homem disse, tinham mais que humana força, pois nada podia contradizê-las, nem negar uma verdade tão averiguada. Deste modo, ficou livre o cavaleiro e foi cumprir com o voto que tinha feito à gloriosa Santa Bárbara. Ele dedicou a sua vida no serviço da devoção.

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