Contigo Novelas

Reciclável

Como o biólogo ativista Davi, da novela Amor de Mãe (Globo), Vladimir Brichta se preocupa ainda mais com questões relacionad­as ao meio ambiente e espera mobilizar a opinião pública para os danos da poluição no planeta

- POR ANDRÉ ROMANO

Você vai manter o cabelo comprido para o personagem durante toda a novela?

Todo mundo está perguntand­o isso. Para mim, qualquer visual para trabalho é bacana. Costumo topar as ideias dos diretores e autores... É muito raro eu pensar na imagem dos personagen­s, isso geralmente vem depois. Mas costumo acatar com muita facilidade as sugestões. Ele quiseram esse cabelo e essa barba para remeter um pouco ao passado, período em que a gente é mais realista e o idealismo vive melhor, na cabeça da juventude.

Como é o Davi?

Além de ser o cara com esse cabelo, ele é um biólogo que, em um dado momento, muda o ponto de vista em relação ao trabalho. Acontece um acidente ambiental e ele é um dos responsáve­is por aquilo, vira um trauma. Então ele cria essa organizaçã­o, a Planeta Vivo, para preservar a natureza.

Qual o objetivo da organizaçã­o?

Limpar a Baía de Guanabara. O Davi denuncia as empresas que estão poluindo e, infelizmen­te, nada disso é fantasiado. Tudo é inspirado em pessoas que vivem nessas ONGS espalhadas pelo Brasil. Ele é um cara apaixonado pela natureza e terá um filho com a Vitória [Taís Araujo] e acha maravilhos­o.

“Esse cabelo e essa barba remetem um pouco ao passado, período em que a gente é mais realista e o idealismo vive melhor, na cabeça da juventude”

Mas o Davi descobre que a Vitória é uma advogada a serviço do Álvaro [Irandhir Santos], dono da empresa que mais polui a Baía. Aí aparece a Amanda [Camila Márdila], que antes de ser um romance, é uma parceira.

Você e a Adriana Esteves estão mais uma vez na mesma novela. Vão contracena­r?

Até agora não encontrei com ela nem mesmo no estacionam­ento. Na cidade cenográfic­a a gente fica até bem perto, mas a princípio não tem nada. Gravei uma cena em que, pela primeira vez, ouvi o nome da personagem Thelma. A empresa contra a qual o Davi luta quer comprar o estabeleci­mento da Thelma. Provavelme­nte, em algum momento, exista alguma possibilid­ade, mas ninguém me ofereceu o papel me prometendo que a gente se encontrari­a.

Esse lance da reciclagem afeta a sua vida?

Claro! A gente muda alguns hábitos. Sempre fui, de alguma forma, bem-informado a esse respeito. Meu pai é geólogo, meu irmão é biólogo e a minha família é muito ligada em questões ambientais. Sempre tive um certo cuidado, mas é óbvio que, em contato com esse assunto, isso ganha uma outra dimensão na minha vida.

“Acho que ela [Adriana Esteves, esposa do ator] realmente tem muito de mãe, isso me chamou a atenção assim que a conheci. Eu também gosto muito de ser pai, mesmo tendo sido pai muito cedo, aos 21 anos”

Você disse que o Davi e a Vitória vão se separar. Acha que esse filho mudará essa relação?

Acho que sim. A coisa de ter um filho é tão linda… De qualquer forma, acho possível reatarem pela questão da maternidad­e, é um amor tão forte e natural. Filho é um vínculo e, acho, um aprendizad­o para as duas partes. Reconheço muito mais os valores legais do Davi do que da Vitória. No entanto, o Davi tem umas escolhas e condutas que também preciso questionar, mas ele busca melhorar. E também existe egoísmo nas escolhas da Vitória.

Então, vai rolar um triângulo amoroso...

Sim, tem um triângulo! Tem o Davi, a Amanda, a Vitória... o Raul [Murilo Benício], que em algum momento entra nessa história. Ele a Vitória viveram um amor na juventude. Para quem gosta de triângulos amorosos, tem bastante [risos].

Teve contato com ativistas?

Sim, com várias pessoas. Conheço por leitura e ações que vejo, mas a inspiração maior é meu irmão. Biólogo, trabalha no Ibama e combate extração ilegal de madeira. Ele está em todo trabalho que o Ibama faz para coibir crime ambiental.

“Provavelme­nte, em algum momento, exista alguma possibilid­ade [de atuar com Adriana na trama], mas ninguém me ofereceu o papel me prometendo que a gente se encontrari­a”

A Adriana disse que nasceu para ser mãe. Como pai, você também tem isso?

Acho que ela realmente tem muito de mãe, isso me chamou muito a atenção assim que a conheci. Eu também gosto muito de ser pai, mesmo tendo sido pai muito cedo. Sempre adorei a ideia, o desafio e achava que era muito legal. Com 15 ou 16 anos de idade, eu já reconhecia valores em mim que poderia passar adiante. Eu fui pai aos 21 anos.

Gravou muitas cenas na Baía de Guanabara?

Sim... Tem muita coisa suja. A quantidade de plástico é absurda. Precisamos preservar o que está ali... Já disseram que iriam limpar, jogam um produto químico, mas tem muita sujeira. A nossa equipe leva o lixo para gravarmos cenas na Baía... E é importante dizer: todos são amarrados para não serem levados pelo mar. Depois, recolhemos o lixo cenográfic­o e começamos a tirar muito lixo de verdade que estava ali, é assombroso. Espero que a novela tenha a capacidade de mobilizar as pessoas, a opinião pública. Para isso, a mensagem precisa chegar nas pessoas, e a novela é um veículo.

Fez aula de mergulho?

Fiz. Mas há 14 anos já tinha feito. Agora fiz uma aula só para relembrar em Angra dos Reis. É mais uma das coisas que fui aprendendo por conta do trabalho.

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