Tenente preso após atirar em festa; uma pessoa morreu e duas feridas
PIRAJÁ O tenente da Polícia Militar Daniel Leite dos Santos, 37 anos, foi preso, na noite do último domingo, após matar um homem e balear outras duas pessoas durante os festejos em homenagem ao general Labatut, em Pirajá. Segundo informações da corporação, o tenente — que é lotado no Batalhão Especializado de Policiamento de Eventos — aguardava com a esposa a passagem de um bloco quando teve início uma briga generalizada. Nesse momento, o policial — que não estava trabalhando — sacou a arma e efetuou os disparos. O pedreiro Antônio Carlos Costa Alcântara, 42, foi baleado nas costas e socorrido por uma viatura da PM para o Hospital do Subúrbio, onde morreu. Tatiana da Silva Calmon, 41, baleada na nádega direita, e Francisco Portela Ferreira Neto, 28, atingido na cabeça, também foram levados para a unidade hospitalar, receberam atendimento médico e foram liberados ontem no final da manhã. A versão divulgada pela PM, no entanto, diverge da apresentada por Francisco — uma das vítimas. “O vizi- nho daqui de baixo estava sendo espancado por cinco rapazes. Puxei ele (o vizinho) e ainda falei com um dos agressores: ‘Eu conheço, é meu vizinho, rapaz’. Aí, o policial veio, puxou a arma e botou em minha cara. Eu levantei as mãos e ele me deu um murro. Caí desmaiado. Aí ele me deu um tiro, que passou de raspão na cabeça”, contou o rodoviário em entrevista à TV Bahia. O tenente foi conduzido para a 9ª Companhia Independente de Polícia Militar (CIPM/Pirajá) e apresentado ao Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP). Em seguida, Daniel foi levado para a Corregedoria da Polícia Militar, onde prestou depoimento. Lá, segundo o corregedor da PM, Manoel Amâncio, o tenente informou que efetuou os disparos em defesa da família. “Ele alegou que foi buscar um churrasquinho próximo a um bar, onde teve uma briga generalizada. Na intenção de defender seus familiares, ele fez alguns disparos”, disse à TV Bahia. Segundo a Corregedoria, o tenente não poderia estar usando uma arma da corporação durante a folga. Ele, que está preso na Coordenadoria de Custódia Provisória, será afastado das atividades e responderá Processo Administrativo Disciplinar. O Ministério Público da Bahia informou que irá acompanhar o caso, mas aguardará a conclusão do inquérito policial para se posicionar. O caso será investigado pela 3ª Delegacia de Homicídios. Até o final da tarde de ontem, o corpo de Antônio Carlos não tinha sido liberado do Instituto Médico Legal Nina Rodrigues. A família do pedreiro é esperada hoje para a liberação do corpo. Ele era casado há 12 anos e morava em Pirajá com esposa e uma filha de 4 anos.