Câmara ordena ‘despejo’ em salas ocupadas por outros poderes
LEGISLATIVO A Câmara dos Deputados notificou 25 órgãos que ocupam salas na Casa para que deixem as instalações até o próximo dia 25. A medida foi determinada pelo presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). No total, são 22 salas que somam 154 metros quadrados e estão, atualmente, ocupadas por assessorias parlamentares de ministérios, bancos, institutos e órgãos públicos. Entre os quais, a Procuradoria-Geral da República (PGR), alvo de críticas constantes de Cunha desde que ele passou a ser investigado pela Operação Lava Jato. Os órgãos foram notificados pela diretoria-geral da Câmara, no último dia 25 de junho, e receberam um prazo de 30 dias para ser “despejados”. “Precisamos de espaço. Há uma série de espaços que estão ocupados por diversas instituições e precisamos de salas”, afirmou o primeiro-secretário da Casa, deputado Beto Mansur (PRB-SP). Segundo o parlamentar, os espaços a ser desocupados abrigarão estruturas partidárias e comissões em anda- mento na Câmara. “Você tem partido que está reivindicando espaço. O pessoal vai ter que se adequar. Não tem jeito”, disse Mansur, que defende a construção de um conjunto de anexos com salas, lojas e praça de alimentação. Batizada pelos críticos de “parlashopping”, a extensão da Câmara é promessa feita por Cunha quando disputava a presidência da Casa. À Folha de S.Paulo, Cunha negou retaliação e disse que a Câmara não tinha espaço de “graça” em outros órgãos e que a Casa não poderia ser sacrificada. Com a decisão, serão desalojadas as assessorias do Ministério Público em diversas instâncias, do Tribunal de Justiça do Distrito Federal, Banco Central e Banco do Brasil, Agência Nacional de Transportes Terrestres , Inmetro, Advocacia-Geral da União, além dos ministérios da Agricultura, Ciência e Tecnologia, Cultura, Educação, Fazenda, Desenvolvimento, Previdência, Esporte, Meio Ambiente, Planejamento, Desenvolvimento Social, Cidades, Trabalho e Transportes.