Correio da Bahia

Cenário político derruba Bovespa ao menor nível desde 31 de março

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AÇÕES O cenário político brasileiro pressionou o principal índice da Bolsa de Valores de São Paulo, ontem, impedindo o Ibovespa de acompanhar a alta dos mercados europeus diante do avanço nas negociaçõe­s de resgate da economia grega. O Ibovespa fechou em queda de 1,42%, a 51.600 pontos. É o menor nível desde 31 de março, quando estava em 51.150 pontos. O volume financeiro foi de R$ 6,892 bilhões. No exterior, as Bolsas da Europa ganharam entre 0,2% e 1,1%, enquanto os índices de ações nos Estados Unidos encerraram a sessão perto da estabilida­de. Segundo analistas, o vencimento de opções sobre ações - quando acaba o prazo de contratos que apostam no valor futuro de papéis - também pesou sobre o desempe- nho do Ibovespa. A operação movimentou R$ 2,05 bilhões. O índice brasileiro sentiu peso da piora no quadro político do país, na esteira do anúncio pelo presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), de seu rompimento com o governo. Cunha e o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), tentam transforma­r a crise política em institucio­nal, com o discurso de que o Poder Legislativ­o está sendo atacado pelo Judiciário e pelo Ministério Público, numa ação orquestrad­a pelo Executivo. “A instabilid­ade é grande. O temor de uma crise institucio­nal paira sobre as mesas de operação”, disse o analista da Clear Corretora Raphael Figueredo. “O mau humor faz com que o investidor se proteja e fuja das operações de risco, como o mercado de ações (...) Com poder suficiente para barrar e dificultar a aprovação das medidas de interesse do governo na Casa, Cunha é figura central de uma batalha que poderá custar à presidente Dilma Rousseff a perda do mandato”, escreveu o operador da corretora Correparti Ricardo Gomes da Silva em nota enviada a clientes.

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