Correio da Bahia

Cerca de 25 mil cubanos que vivem nos EUA podem ser deportados

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depois. Em 1923, o edifício foi elevado à categoria de embaixada e desde então recebeu vários presidente­s cubanos, inclusive Fidel Castro em abril de 1959. A embaixada fechou suas portas em janeiro de 1961, quando ocorreu a ruptura entre os países.

Em 1977, EUA e Cuba chegaram a um acordo para abrir seções de interesses que dariam uma presença diplomátic­a limitada nas respectiva­s capitais, e o governo cubano reabriu a mansão na Rua 16. Desde então, o governo suíço foi o responsáve­l técnico da seção, cuja representa­ção é muito inferior a dos EUA em Havana. Nos dois casos há notáveis restrições de movimento, que agora serão suavizadas.

COBRANÇA Durante o evento, o ministro cubano Bruno Rodríguez agradeceu ao presidente americano, Barack Obama, pelo apoio ao fim do embargo contra a Ilha. Ele aproveitou para pedir a Obama que use seus poderes para diminuir os efeitos do bloqueio e ao Congresso que aprove o fim da punição. “Só o fim do embargo que provoca tanto sofrimento ao nosso povo, a devolução do território de Guantánamo e o respeito ao território e à soberania de Cuba darão respeito à retomada destas relações”, disse. A reabertura da Embaixada de Cuba na capital americana provocou reações diversas entre os cubanos que vivem nos Estados Unidos. Um grupo numeroso vê a retomada das relações como um fator de risco, que facilita a execução de ordens de deportação pendentes.

Cerca de 25 mil cidadãos cubanos estão na lista de prioridade para envio de volta ao país de origem e só não foram deportados porque o presidente de Cuba, Raúl Castro, ainda não permitiu o retorno. A relação elaborada pela Imigração e Alfândega dos Estados Unidos inclui pessoas com condenaçõe­s penais graves ou que são considerad­as uma ameaça à segurança nacional.

Desde a ruptura das relações diplomátic­as entre os países, as deportaçõe­s eram dificultad­as pela decisão do governo cubano de não fornecer documentos de viagens para a maioria dos imigrantes.

Confiante nos efeitos positivos da reaproxima­ção entre os EUA e Cuba, a assistente de enfermagem Fanny Tromp, 65, fez questão de ir ao prédio acompanhar o hasteament­o da bandeira, mesmo que da calçada em frente. Vivendo nos EUA há mais de 20 anos, ela não se conteve e gritou “Viva Cuba”.

Fanny disse não acreditar em mudança de regime, mas espera que esse novo momento acelere reformas no seu país de origem. “Para o bem do povo”, ressaltou. A expectativ­a de melhorias para o povo cubano é compartilh­ada pelo aposentado Eloy Hernandez, 88, que vive há 37 anos nos EUA. “Eu não podia morrer sem ver isso”, declarou.

Os primeiros reflexos do avanço contínuo no restabelec­imento das relações entre os países já podem ser percebidos na área comercial, com o anúncio que a companhia aérea americana JetBlue começará a voar entre Nova York e Havana, em data ainda não definida. Além disso, a empresa de aluguel por temporada Airbnb adicionou Cuba ao seu catálogo e os EUA começaram a emitir licenças para empresas que operam serviços de ferry para a ilha, a 150 km da costa americana.

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