Após dois ouros, meninas da ginástica rítmica são prata no Pan
O show continua, ainda que a medalha tenha sido diferente. Depois de conquistar dois ouros, o conjunto brasileiro de ginástica rítmica encerrou sua participação no Pan com uma prata. Ontem, a equipe ficou na segunda posição na final com seis maças e dois aros, com 14.692 pontos. Os Estados Unidos levaram o ouro, com 14.983, e o Canadá foi bronze, com 13.709.
O terceiro ouro poderia ter vindo, mas uma pequena falha atrapalhou a equipe formada por Ana Paula Ribeiro, Beatriz Pomini, Dayane Amaral, Emanuelle Lima e Jéssica Maier e Morgana Gmach (reserva).
Durante a apresentação, ao som de Tico-Tico no Fubá, Brasileirinho e Alegria Geral, do Olodum, entre outras num pout-pourri, o time brasileiro deixou cair uma maça, o que prejudicou o resultado final. O Brasil terminou a campanha na ginástica rítmica por equipe com dois ouros, conquistado no sábado (no geral) e no domingo (nas fitas) e uma prata. Em 2011, em Guadalajara, haviam sido três ouros.
O segredo para tanto sucesso passa pela disciplina rígida da técnica Camila Ferezin. Ela mesma admite ser linha-dura com as nove meninas que compõem o grupo permanente, baseado em Aracaju, cujas representantes têm idade entre 19 e 26 anos e vêm de estados como Espírito Santo, Paraná e Santa Catarina.
“Acabo sendo mãe, psicóloga, maquiadora e tudo. Elas falam que comigo é missão dada, missão cumprida”, contou a treinadora, que foi campeã do Pan de Winnipeg-1999 como atleta. Camila afirmou que sua maior fixação é controlar o peso das meninas. Em vez de longilíneas, como as competidoras do Leste Europeu, melhores do mundo, as brasileiras tendem a possuir um corpo mais robusto.
“Elas comem escondido. Aí chamei e me reuni com todas. Falei: ‘Vocês precisam emagrecer’”. Incumbiu a capitã da equipe, Débora Falda, que se machucou e não foi ao Pan, de fechar a cozinha pontualmente às 22h30 todos os dias. De acordo com Camila, um cadeado é realmente utilizado. Não para por aí. Ela criou um grupo no Whatsapp no qual as ginastas têm de comunicar qualquer movimentação à mestra. “Elas estão sob minha responsabilidade, e eu sou muita disciplinada. Quem entra na equipe tem que se acostumar com isso”, disse.
BRONZEADA Além da prata por equipes, o Brasil conquistou outra medalha no individual, novamente com Angélica Kvieczynski, que havia ficado em 3º lugar nas finais com arco. Desta vez, a paranaense levou o bronze nas fitas. A medalha, ganha antes da prata da equipe, acabou sendo a 100ª do país em Toronto.
“É uma honra ganhar a medalha de número cem do Brasil. Estou muito feliz, é uma medalha com gosto de ouro”, afirmou. Angélica somou 15.633 pontos, atrás apenas das americanas Laura Zeng (ouro com 16.267) e Jasmine Kerber (prata com 15.992).