Correio da Bahia

Joaquim Levy afirma que há espaço para mais cortes de gastos

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ESTRATÉGIA Na véspera da divulgação do relatório de avaliação de despesas e receitas do Orçamento, o ministro da Fazenda, Joaquim Levy, afirmou, ontem, que há espaço para um novo corte de gastos com “vigor e realismo”. Ele surpreende­u os jornalista­s que acompanham o dia a dia do Ministério da Fazenda ao entrar no comitê de imprensa para uma conversa informal com os repórteres. No encontro, ele evitou as insistente­s perguntas sobre a manutenção da meta fiscal em 1,1% do PIB e traçou um cenário difícil para a economia, preferindo afirmar: “Estou indicando a mudança de cenário, uma mudança significat­iva, e temos de respon- der com vigor e mais realismo”. Sobre a meta, ressaltou: “Temos de aguardar, não vou me precipitar sobre um assunto que é adequadame­nte conduzido”. Diante de uma pergunta sobre se uma redução da meta não daria um sinal negativo ao mercado financeiro, respondeu: “Depende do que se faz, qual é a estratégia. A situação fácil não é. Alguém está achando fácil? A gente diz que é fácil?”. Ele disse que o governo vai conduzir esclarecim­entos sobre o quadro fiscal de forma transparen­te e mostrar o porquê das receitas terem caído. Levy afirmou que hoje, na divulgação do relatório, o governo vai traçar um “mapa” da estratégia e que o seu recado era que “continuamo­s tendo uma estratégia fiscal que responde às circunstân­cias e garantem nossos objetivos”. O ministro falou que a economia brasileira não desacelero­u pelo impacto do ajuste, pois já recuava no ano passado. Ele afirmou ainda que o governo trabalha para aumentar as receitas e considera a abertura de capital do IRB e da Caixa. Levy afirmou também que mudar a meta fiscal não significa o fim do ajuste. Instado a dar uma interpreta­ção à sua fala, disse: “Não há nada o que mencionar agora. A questão é que vamos ter que trabalhar na economia, se a meta é A, B, C ou D, é a meta que a gente considera realista e factível”.

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