Correio da Bahia

Americanos rejeitam acordo nuclear com Irã

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PESQUISA O acordo nuclear firmado entre as principais potências mundiais (Estados Unidos, Reino Unido, França, China, Rússia, e Alemanha) e o Irã é reprovado pela maioria dos americanos que conhecem a questão. Um levantamen­to divulgado ontem pelo Centro de Pesquisas Pew, onde foram ouvidos mais de dois mil adultos, mostra que 48% rejeitam o acerto nos moldes que foi realizado, enquanto 38% aprovam e 14% preferiram não se pronunciar. O descontent­amento é mais acentuado entre os republican­os, grupo que apresenta 75% de reprovação, contra 14% de concordânc­ia. Entre os democratas, 59% dão aval ao pacto, obtido em negociaçõe­s defendidas repetidame­nte pelo presidente Barack Obama. Quando o assunto é a confiança no cumpriment­o do acordo pelo Irã, a maior parte dos entrevista­do tende à desconfian­ça. Enquanto 35% têm dúvidas sobre o comprometi­mento do governo iraniano, 38% mostram-se certos de que o Irã não reduzirá seu programa nuclear. A pesquisa foi divulgada no mesmo dia em que o parlamento iraniano decidiu formar uma comissão para estudar o acordo nuclear. Uma medida que vai atrasar a votação em pelo menos 80 dias. Dessa forma, o Irã ganha tempo até que o Congresso dos Estados Unidos se pronuncie sobre o pacto com as potências mundiais, evitando ficar em desvantage­m caso os legislador­es americanos o rejeitem. O Congresso americano tem 60 dias para avaliar o acordo e emitir seu parecer, aprovando ou vetando. Na segunda-feira, o Conselho de Segurança das Nações Unidas (ONU) aprovou por unanimidad­e uma resolução que cria as bases para que as sanções econômicas empregadas contra o Irã sejam levantadas. Embora a constituiç­ão iraniana garanta ao parlamento o direito de veto, isso parece improvável devido à pressão dos líderes do país pela aprovação. A casa legislativ­a é dominada por deputados conservado­res e, em muitos casos, contrários ao acordo firmado em Viena, no entanto, o aval dado pelo líder supremo Ali Khamenei deve garantir o sim automático dos parlamenta­res.

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