Papa espera que ONU adote uma postura firme contra aquecimento
mento humano”.
Os políticos afirmam, ainda, que os 5.570 prefeitos brasileiros estão empreendendo esforços para que os excluídos possam superar a situação de vulnerabilidade, com a adoção de políticas públicas em várias áreas, como educação, saúde, habitação e saneamento, além de medidas que contribuam para a reversão da atual crise climática global.
“Atendendo ao chamado da Encíclica, reconhecemos que o momento é de extrema gravidade e requer a conquista de consciências e uma mudança que não é apenas tecnológica, mas de concepção da forma de viver”, declaram. Hoje, eles participam do simpósio Prosperidade, Pessoas e Planeta: Alcançando o Desenvolvimento Sustentável em Nossas Cidades.
O papa Francisco agradeceu a presença de todos os prefeitos e disse que sem o engajamento de todos não haverá avanço na integração entre o ambiente natural e social. Pouco mais de um mês após o lançamento da Encíclica, o encontro serviu para reunir líderes mais próximos da população para auxiliar na construção de diretrizes concretas para a 21ª Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 21), que ocorrerá em dezembro deste ano, em Paris.
PARTICIPAÇÃO O prefeito ACM Neto destaca a importância da participação dos municípios na defesa do meio ambiente. Para ele, a sustentabilidade e, acima de tudo, a inclusão social são temas fun- damentais para o desenvolvimento global. “Se, por um lado, o papa tem um apelo global, as práticas públicas acontecem nas cidades. É ali onde, de fato, a gente pode transformar a realidade. Por isso, é fundamental a participação do prefeito. E o papa, com sua liderança, conseguiu trazer todos nós”, ressaltou Neto.
Antes do encontro com o papa Francisco, o prefeito ACM Neto foi o único representante brasileiro na reunião do C40 (Cities Climate Leadership Group, Grupo de Cidades Líderes contra Mudanças Climáticas, em tradução livre do inglês ). A capital baiana ingressou em maio deste ano na lista do C40. O papa Francisco recomendou ontem que a Organização das Nações Unidas (ONU) adote uma “postura muito firme” contra a mudança climática na cúpula sobre o aquecimento global que está marcada para o mês de dezembro em Paris.
O pontífice mandou o recado durante uma conferência organizada pelo Vaticano com os governantes de grandes cidades do mundo, que assinaram uma declaração que pede que os líderes globais tomem atitudes firmes na cúpula da ONU, dizendo que pode ser a última chance para lidar com o aquecimento do planeta, que é induzido pela atividade humana.
“Tenho grandes esperanças na cúpula de Paris”, declarou o papa. “Tenho grandes esperanças de que um acordo fundamental seja alcançado. A Organização das Nações Unidas precisa adotar uma postura muito firme nisso”, ressaltou.
No mês passado, Francisco emitiu uma encíclica sobre a mudança climática, a primeira dedicada ao meio ambiente. A exortação para 1,2 bilhão de membros da Igreja pode levar os católicos de todo o mundo a fazer lobby com formuladores de políticas a respeito de temas ecológicos e da mudança climática.
A conferência no Vaticano ligou a mudança climática à escravidão moderna porque, segundo um documento de apresentação, “o aquecimento global é uma das causas da pobreza e da migração forçada”.
Francisco, que falou de improviso em espanhol a um grupo no fim do primeiro dia do evento, declarou esperar que a reunião parisiense trate “particularmente de como ela (mudança climática) afeta o tráfico de pessoas”.
Na encíclica, o papa criticou a exploração da natureza pelas nações mais desenvolvidas. “Já se ultrapassaram certos limites máximos de exploração do planeta, sem termos resolvido o problema da pobreza”, disse.