Sanfona em destaque
Vencedor de um Grammy (2001), um Troféu Caymmi (2001) e um Prêmio da Música Brasileira (2010), o cantor e sanfoneiro pernambucano Targino Gondim, 42 anos, passeia por outros ritmos, além do forró, em seu mais recente álbum, Chorando Mais Eu, primeiro trabalho em mais de 20 anos de carreira que é totalmente instrumental.
No disco, produzido pelo próprio Targino e com direção musical também dele e de Tadeu Gouvêia, o músico passeia por ritmos como forró, bossa nova, tango argentino e chorinho. Entre as canções estão Princesinha no Choro, composta por Dominguinhos (1941-2013), Adios Nonino, de Astor Piazzolla (1921-1992), João e Maria, de Sivuca (1930-2006) e Chico Buarque, Subindo ao Céu, assinada por Aristides Borges (1884-1946), Mercedita, de autoria de Ramon Sixto Rios (1913-1995) e Wave, do compositor e maestro Tom Jobim (1927-1994).
“Até então, não tinha nenhuma ambição de fazer um disco exclusivamente instrumental. Essa ideia surgiu durante as edições do Festival Internacional da Sanfona”, conta Targino. “A ideia era que não fosse só de forró. Queria que a sanfona viajasse por vários estilos de diversos países”, emenda.
Entre os convidados especiais do trabalho estão os amigos Osvaldinho do Acordeon e Renato Borghetti. Há ainda Beto Hortis, Cezzinha, Tadeu Gouvêia e o argentino Hector Del Curto.
Por fim, Targino divide a cena com o Quinteto Sanfônico da Bahia, grupo do qual é o líder, e que é formado pelos músicos Cicinho de Assis, Gel Barbosa, Rennan Mendes e Marquinhos Café.
DOMINGUINHOS “São amigos que fiz durante as edições do festival e também outros companheiros de longa data”, detalha o músico, que contaria ainda com a presença de Dominguinhos.
Ele revela que, em 2013, os dois se apresentaram juntos em Exu, cidade natal de Luiz Gonzaga (1912-1989). Lá foi feito o convite para ele tocar sanfona na música Subindo ao Céu. “Enquanto tomávamos café, ele disse que gravaria a sanfona, mas dois dias depois ele passou mal, foi internado e terminou falecendo após algum tempo no hospital. Costumo dizer que ele subiu ao céu antes e não pôde participar”, lamenta Targino.
O repertório do disco, segundo o músico, foi pautado em seu gosto pessoal, pois queria apresentar para o público músicas que o agradam. De acordo com Targino, por enquanto, não há nenhuma turnê prevista, embora aconteçam shows pontuais de divulgação de Chorando Mais Eu. “O repertório do álbum é praticamente o do Quinteto Sanfônico da Bahia. Esse meu lado mais instrumental está mais ligado ao quinteto mesmo”, ressalta.
Em tempo: o grupo se apresenta em Salvador no Café-Teatro Rubi, no Sheraton da Bahia Hotel, no Campo Grande, em setembro. Data, valores dos ingressos e locais de venda, no entanto, ainda não foram divulgados.
Targino segue também, em paralelo, com seus shows solo, que são mais voltados para o forró, e está cheio de planos. Entre eles, promover um novo Festival Internacional da Sanfona, cuja última edição aconteceu entre 14 e 18 de julho em Juazeiro, cidade localizada no extremo norte da Bahia.
O show de lançamento de Chorando Mais Eu aconteceu durante o evento, que reuniu nomes nacionais e internacionais, como Ksenija Sidorova, Toninho Ferragutti, Chico Chagas, Dino Rocha, Quinteto Persch, Elba Ramalho, Quinteto Sanfônico da Bahia, Bebê Kramer, Raimundinho do Acordeon e Wanderley do Nordeste.
“Estou esperando baixar a poeira dessa última edição para começar a escrever o projeto da quarta temporada”, detalha. Além disso, o músico grava, ainda neste segundo semestre, dois novos trabalhos, sendo um voltado para canções de vaquejada e outro com músicas autorais inéditas.
Em primeiro disco instrumental, músico recebe vários convidados
Targino Gondim, sobre participação de Dominguinhos
Artista Targino Gondim
Produção Targino Gondim
Gravadora Independente
Preço R$ 18