Correio da Bahia

Corrida da vida

- Miro Palma com agências miro.palma@redebahia.com.br Com Ávine (foto) e Kieza, hoje o Bahia precisa golear o Paysandu

No primeiro dia das provas de campo e pista, o Brasil já conquistou sua primeira medalha de ouro no atletismo no Pan de Toronto. E foi uma surpresa até mesmo para a campeã Juliana dos Santos, 32 anos, campeã nos 5.000m.

“Foi a prova da minha vida. Não estou acreditand­o ainda. Era uma prova muito forte”, afirmou a atleta paulista, que conquistou o ouro em uma arrancada espetacula­r na reta final, deixando para trás a mexicana Brenda Flores (prata) e também a americana Kellyn Taylor (bronze).

Mulher do maratonist­a Marilson Gomes dos Santos, ouro no Pan de 2011 nos 10.000 m, Juliana deixou o atletismo por cerca de dois anos para cuidar do filho Miguel, de apenas 4 anos. Especialis­ta nas provas de 1.500 m, na qual foi ouro no Pan do Rio-2007, Juliana fez sua segunda corrida oficial de 5.000 m ontem, em Toronto, e com o melhor tempo de sua carreira: 15min45s97. O recorde brasileiro, de 2011, pertence a Simone Alves da Silva, com 15min18s85.

“Estava em terceiro, olhei para o telão e não estava mostrando se tinha alguém atrás de mim. Então pensei: não quero nem saber, não vou de- sistir, vou correr. Estou rápida e confiante. E deu certo”, explicou Juliana.

O tempo, porém, não está entre os 150 melhores do mundo da distância neste ano. O que não tirou a alegria e a emoção da atleta, de olhos marejados após a prova. “Ser mãe e voltar a ser atleta é muito difícil. Tem que matar vários leões por dia em casa”, disse Juliana, que deixou o marido Marilson cuidando do filho de 4 anos, em casa, em Santo André, durante o Pan.

Segundo o técnico Adauto Domingues, Juliana e Marilson “fizeram mágica” nos últimos anos para cuidar do filho e continuare­m como atletas de elite. “Foi muito punk”, resumiu. Juliana ainda compete no Pan na prova de 3.000 m com obstáculos, na sexta-feira.

Brasileira supera rivais na reta final e chega em primeiro nos 5.000 metros

MAIS MEDALHAS No salto triplo, a pernambuca­na Keila Costa atingiu a marca de 14,50 m e foi a segunda melhor atleta da prova. Ela conquistou a prata, enquanto as colombiana­s Caterine Ibarguen (15,09 m) e Yosiry Urratia (14,38 m) ficaram com o ouro e o bronze, respectiva­mente.

No lançamento de dardo, Jucilene Lima levou a medalha de bronze ao atingir 60,42 m em sua melhor tentativa. Ela foi superada pela canadense Elizabeth Gleadle (62,83 m) e pela americana Kara Winger (61,44 m).

Quem pode conquistar medalha hoje é Flávia de Lima, que ficou em primeiro na sua bateria da semifinal dos 800 m e garantiu vaga na final, que acontece às 20h30.

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ARISSON MARINHO

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