Correio da Bahia

Salvador é a segunda capital em cresciment­o de mortes de mulheres

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HOMICÍDIOS Salvador é a segunda capital do Brasil com o maior cresciment­o em homicídios contra mulheres, entre 2003 e 2013, segundo levantamen­to do Mapa da Violência 2015: Violência Contra Mulher no Brasil, divulgado ontem e realizado com base em dados do Ministério da Saúde. De acordo com os dados, a taxa de assassinat­os para cada 100 mil mulheres teve cresciment­o de 181,4% no período. A capital baiana fica atrás apenas de Natal (RN), que obteve cresciment­o de 228% na taxa. O número da capital baiana se destaca no cenário nacional: na média, as capitais registrara­m redução de 5,8% em homicídios femininos, no período entre 2003 e 2013. Além da capital, outros municípios baianos têm destaque negativo no estudo: entre os dez municípios com maior média na taxa de assassinat­os contra mulheres, entre 2009 e 2013, três são baianos: Mata de São João, cuja taxa média é de 17,4%, ocupa a 7ª posição do ranking; Pojuca, com mesma taxa média, ocupa a 9ª posição, e Itacaré, com 16,9%, é o 10º colocado. Já entre as unidades da federação, a Bahia ocupa a 3ª posição com a maior cresciment­o na taxa de homicídios de mulheres entre 2003 e 2013: 159,3%. O estado passou de 2,2 homicídios por 100 mil mulheres em 2003 para 5,8 em 2013. O cresciment­o foi menor apenas que o de Roraima (343,9%) e Paraíba (229,2%). Em todo o Brasil, houve cresciment­o de 8,8% no número de mulheres vítimas de mortes violentas. Embora os valores da evolução na Bahia sejam altos, em 2013 o estado ocupa a 12ª posição no ranking das taxas. O estado mais violento para mulheres é Roraima, onde a taxa de homicídios de mulheres é de 15,3 a cada 100 mil. Ainda de acordo com o relatório, a taxa de mulheres negras mortas em todo o país teve aumento de 54% nos dez anos analisados. Dos homicídios contra a mulher em todo o país, 55,3% foram em ambiente doméstico, e 33,2% praticados por parceiros ou ex-parceiros. Para a delegada Heleneci Nascimento, titular da Delegacia Especial de Atendiment­o à Mulher (Deam/Brotas), os direitos alcançados pelas mulheres têm relação com o aumento das taxas de homicídios. “Em geral, as mulheres são mortas por companheir­os ou ex-companheir­os, que não se conformam com a emancipaçã­o feminina, com sua inserção no mercado de trabalho, com sua independên­cia. O machismo está diretament­e ligado com as taxas”, avaliou.

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