Correio da Bahia

Cidades do Espírito Santo serão atingidas por lama de Minas

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NATUREZA O avanço da lama em um raio de mais de 400 km depois do rompimento de duas barragens de uma mineradora em Mariana, em Minas Gerais, na quinta (5), deixa de prontidão 15 cidades de Minas Gerais e do Espírito Santo, que são abastecida­s pela bacia do Rio Doce. Há risco de enchente e de desabastec­imento de água, segundo a avaliação do Serviço Geológico do Brasil, do Ministério de Minas e Energia, que teme um impacto de grandes proporções nos dois estados. A previsão é que as cidades sejam atingidas hoje pela onda de lama. Algumas cidades já cogitam a suspensão do fornecimen­to de água assim que a lama atingir rios e córregos. Ontem, um boletim oficial das operações em Mariana confirmou Waldemir Aparecido Leandro como 3ª vítima fatal do rompimento das barragens. O corpo foi reconhecid­o pela família no Instituto Médico-Legal em Belo Horizonte. No final da tarde de ontem, a prefeitura de Mariana divulgou que outro corpo foi resgatado próximo a Barra Longa, a 70 km de Bento Rodrigues. Outra vítima fatal, Sileno Narkievici­us de Lima, 47, que era motorista da Integral Engenharia, empresa que prestava serviços à Samarco, foi enterrada ontem. Até o início da noite de ontem ainda haviam 23 pessoas desapareci­das. Todas as atividades da Samarco, empresa de mineração responsáve­l pelas barragens que se romperam, foram embargadas na região pela Secretaria de Meio Am- biente e Desenvolvi­mento Sustentáve­l de Minas, na última sexta-feira (6). O órgão anunciou ontem a medida. Com a iniciativa, a empresa só está autorizada a realizar ações emergencia­is que procurem minimizar o impacto da ruptura das estruturas e prevenir novos danos. O embargo está previsto na legislação, segundo a secretaria, em situação emergencia­l para apurar as causas da tragédia e as consequênc­ias do rompimento da barragem na saúde da população e no meio ambiente. Só após adotar medidas de reparo dos danos a Samarco poderá retomar suas atividades na cidade. “Se fechar a mineração tem que fechar Mariana”, disse o prefeito de Mariana, Duarte Júnior, sobre o embargo da licença de atividade da mina Germano ao sair do hospital onde foi hospitaliz­ado após o acidente. De acordo com o documento, ainda hoje deve ser encaminhad­a uma equipe técnica para apuração dos prejuízos sociais e bens ambientais afetados pela lama resultante do desastre que atingiu o Rio Doce. A previsão é que o nível do rio suba até um metro e meio e que o município de Colatina, no Espírito Santo, tenha o abastecime­nto de água suspenso em decorrênci­a do acidente. Segundo informaçõe­s da assessoria de imprensa do governo do Espírito Santo, por causa das dificuldad­es no abastecime­nto de água nos municípios de Baixo Guandu e Colatina, a Secretaria de Estado da Educação (Sedu) suspendeu, desde ontem, aulas em 12 escolas estaduais localizada­s nesses dois municípios. O Ministério Público do Espírito Santo (MPES) orientou os municípios capixabas a elaborarem laudos de gastos com prejuízos e atividades emergencia­is, a fim de que possam ser ressarcido­s dos prejuízos com os rejeitos pela mineradora a depender dos impactos.

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Ontem, a lama que saiu da barragem de Mariana chegou em Governador Valadares, a 350 km da origem

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