Correio da Bahia

Após fechar a Av. Suburbana, grupo foi à casa de suspeito de crime

- Bruno Wendel bruno.cardoso@redebahia.com.br

Cerca de 300 pessoas fecharam um trecho da Avenida Afrânio Peixoto (Suburbana) colocando fogo em galhos secos, pneus e madeiras postos nos dois sentidos da via, por volta das 9h de ontem. O protesto foi realizado por conta da morte da estudante Bruna Santos de Jesus, 11 anos, esfa- queada após uma briga familiar no bairro de Plataforma, no dia 10 de outubro.

Bruna morreu depois de ter sido golpeada no peito, supostamen­te, por Blenivaldo das Virgens dos Santos, 58, avô de uma das primas com quem Bruna tinha brigado. O número de participan­tes no protesto é uma estimativa dos próprios envolvidos.

Com o fim da manifestaç­ão, a multidão seguiu para a Avenida Beira Mar, onde invadiu o que sobrou das casas de Blenivaldo e da mãe de uma das meninas que brigaram com Bruna. No domingo, após Blenivaldo deixar o bairro, moradores invadiram e destruíram as duas moradias. Entre os escombros, algumas pessoas conseguira­m levar máquina de lavar, televisore­s, fogão e outros móveis e eletrodomé­sticos deixados para trás pelos donos das casas.

Outra parte dos vizinhos ainda pôs fogo em alguns móveis que restaram. “Isso tudo aconteceu porque a população está revoltada com a impunidade. Ele (Blenivaldo) está solto. Veio aqui e ainda ameaçou as pessoas. Disse ainda que ia matar mais gente”, disse o pai de Bruna, o operador de corte Genivaldo Evangelist­a de Jesus, 40.

REVOLTA A manifestaç­ão aconteceu, por volta das 9h, nas imediações da localidade de Boiadeiro. Usando faixas e cartazes, parentes e amigos de Bruna pediam justiça. “Ele (Blenivaldo) ficou preso só dois dias e, ontem (domingo), depois das 22h, veio aqui, com a filha dele, mãe da menina que brigou com Bruna, para pegar algumas coisas. Aí, ele veio com duas viaturas da Polícia Militar e ficou zombando da gente, que chamava ele de assassino”, disse a mãe de Bruna, a dona de casa Marisa Fróes Santos, 37.

“A gente sabe que não vai trazer minha prima de volta, mas queremos justiça. Ele tem que ser preso”, declarou Érica de Jesus, 20, prima de Bruna.

O trânsito ficou congestion­ado nos dois sentidos. Cerca de meia hora depois do início do protesto, os manifestan­tes concordara­m em liberar as duas vias. “A Polícia Militar

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