Polícia Civil pede prisão preventiva de suspeito
disse que tinha gente passando mal nos ônibus, então, entendemos que era hora de parar”, comentou Érica.
REVIRAVOLTA Blenivaldo dos Santos chegou a ser espancado, no dia do crime, após ser apontado por vizinhos como autor da facada que matou a estudante. No enanto, ele acabou resgatado por policiais militares que atenderam ao chamado de tentativa de linchamento. Após ficar custodiado por dois dias no hospital, ele prestou depoimento e acabou liberado. Isso porque uma das adolescentes envolvidas na briga assumiu a autoria do crime.
A jovem, que está em liberdade, segundo o Ministério Público Estadual (MP-BA), disse ter sido a autora do golpe, mas acabou entrando em contradição, segundo a Polícia Civil (ver ao lado). Horas após a manifestação que pedia justiça por conta do assassinato da estudante Bruna Santos de Jesus, 11 anos, ocorrida no dia 10 de outubro, em Plataforma, a Polícia Civil confirmou, no final da tarde de ontem, já ter feito o pedido de prisão preventiva contra Blenivaldo das Virgens dos Santos, 58 anos. A solicitação foi feita no último dia 22, mas até agora não há um posicionamento do Ministério Público (MP-BA), que ainda não deu parecer sobre o caso. O CORREIO tentou falar com o promotor Cássio Marcelo de Melo Santos, responsável por acompanhar as investigações do crime, mas a assessoria de comunicação do órgão não conseguiu localizá-lo para comentar o andamento do processo.
De acordo com o delegado Reinaldo Mangabeira, do Departamento de Homicídios e Proteção à Pessoa (DHPP), havia várias inconsistências nos depoimentos de Blenivaldo e da adolescente que assumiu a autoria do crime – na ocasião, o caso chegou a ser registrado na Delegacia do Adolescente Infrator (DAI), mas depois o DHPP assumiu o inquérito, pois havia relatos de que o crime não fora co- metido por outra criança. Ainda conforme a assessoria da Polícia Civil, foi constatado que, apesar de a adolescente ter afirmado que golpeou a prima, ela não soube dizer em que parte do corpo de Bruna deu a facada. Também não soube informar em que circunstância cometeu o ato e, além disso, não soube informar como conseguiu a faca usada na ação.
O laudo do Departamento de Polícia Técnica (DPT) já havia constatado que a estudante morreu por conta de uma perfuração na região do pescoço.
Já Blenivaldo, que foi chamado para separar a briga entre as três primas, disse em depoimento à polícia que na- da recordava da situação. Ele foi interrogado três dias depois da morte de Bruna, logo após ter alta médica no Hospital do Subúrbio.
Ainda conforme a Polícia Civil, uma pessoa que disse ter visto o crime contou ao delegado Mangabeira que, durante a briga, Blenivaldo pegou uma faca e partiu para cima do pai de Bruna, o operador de corte Givanildo Evangelista de Jesus, 40. Na hora, Bruna puxava o pai para sair da confusão, quando foi golpeada. Após ter acesso às informações, o CORRREIO tentou falar novamente com o pai da vítima, para que ele comentasse a versão, mas não conseguiu novo contato.
Procurada, a promotora de Infância e Juventude, Edna Sara Cerqueira, confirmou que não havia lógica no depoimento da adolescente que assumiu o crime. “Quando foi perguntado em que região atingiu a menina, ela disse não saber, mas não tem muita lógica ela não saber. Ela contou que entrou em casa, pegou a faca e veio golpeando, até que atingiu Bruna”, disse a promotora, que disse ainda buscar elementos para decidir se irá representar contra a jovem.