Correio da Bahia

Série explora a importânci­a da brincadeir­a na infância

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LIBERDADE POÉTICA Ao mesmo tempo em que destaca a miscigenaç­ão, Flávia afirma que o recorte do livro, na verdade, é outro. “Dá vontade de contar muito mais sobre essa história. Mas resolvi narrar o antes da escravidão”, justifica. Para isso, contou com a ajuda de pessoas como o doutor em História da África Luiz Felipe Alencastro e a historiado­ra Keila Grinberg.

A pesquisa histórica aparece ao longo da trama e em apêndices sobre o continente africano e sua formação, ou em curiosidad­es sobre a fauna, flora, gastronomi­a e outros elementos da cultura africana. “Acontece que esta é uma obra de ficção e me permiti aqui certas liberdades poéticas”, avisa Flávia, no prefácio. Ao CORREIO, ela destaca que a visão de Pilar é de alguém de fora da cultura. “Estou contando do meu jeitinho. A Pilar é só uma introdução, depois, quem quiser se aprofundar procura os livros de história”, convida, com doçura.

Outro aliado de Flávia na construção do livro foi o Google Maps, “uma ferramenta incrível!”, diverte-se a autora. Segundo ela, a internet é importante para as pesquisas e a comunicaçã­o com os fãs de Pilar, que constantem­ente postam mensagens carinhosas no blog da personagem.

“Tem novidades que vêm para ficar. Não dá pra proibir totalmente, mas dá para limitar”, pondera Flávia, sobre o uso exacerbado da internet na infância. Então, reforça o poder da ludicidade provocada pelos livros e pelas brincadei- ras, tanto nas crianças quanto nos adultos.

“Se desconecta­r é importante. A coisa mais rica que você pode dar para seu filho é o seu tempo, seu olhar, é contar histórias para ele. Ler junto é a coisa mais importante que tem, é um carinho fundamenta­l. Esse momento de criar, sem a imagem pronta da televisão e do celular, é fundamenta­l”, defende. “A brincadeir­a e a leitura servem pra isso: imaginar”, completa. A caminho da sétima temporada, no canal Gloob, a série Os Detetives do Prédio Azul (DPA) conta a história de três amigos inseparáve­is: Tom, Mila e Capim. No prédio antigo onde moram, os pequenos aventureir­os fazem parte de um clube secreto, onde vestem capas superequip­adas e desvendam mistérios que rondam o local. Ao mesmo tempo, precisam enfrentar a malvada síndica do prédio, que não esconde a implicânci­a e faz de tudo para acabar com as brincadeir­as dos três. A trama, que estreou em 2012, inspirou o livro homônimo de Flávia Lins e Silva, que assina o roteiro da novelinha. A direção é de André Pellenz. Em recente visita a uma escola de Salvador, Flávia conversou sobre o Diário de Pilar, o sucesso do DPA e a importânci­a da criativida­de na infância. “Sempre falo nas escolas para criarem seus próprios diários e brincarem de detetives por aí...”, diverte-se a autora.

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Em novo livro, Pilar e seus amigos conhecem uma princesa iorubá e se aventuram pelo continente africano

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