Correio da Bahia

Copom avalia que queda da inflação está ‘aquém da almejada’

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TAXA SELIC O Comitê de Política Monetária (Copom), do Banco Central (BC), considerou que houve progressos no combate à inflação, mas que esse processo está em velocidade “aquém da almejada”. A avaliação consta das Notas da 200ª reunião do Copom, realizada nos últimos dias 19 e 20 e indica que a redução da taxa Selic - juro básico da economia - não deve começar em agosto, como apostava a maior parte dos analistas do mercado financeiro. No documento divulgado ontem, o comitê detalha os motivos que levaram o colegiado a manter a taxa básica de juros da economia brasileira, a Selic, em 14,25% ao ano. Entre eles está a diferença entre as estimativa­s do BC e do mercado. Para 2016, as projeções do BC e do mercado apontam inflação em torno de 6,75%. Para 2017, a convergênc­ia da inflação para o centro da meta de 4,5% é uma expectativ­a do BC, mas no mercado a projeção de desinflaçã­o “ocorre em velocidade aquém da perseguida pelo comitê”. No debate entre os membros do Copom, houve ênfase sobre o aumento recente dos preços de alimentos e a discrepânc­ia de aproximada­mente 0,5 ponto entre as expectativ­as de inflação apuradas na pesquisa Focus, feita junto a instituiçõ­es financeira­s e as estimativa­s do banco para 2016. O Copom concluiu que o atual cenário indica não haver espaço para flexibiliz­ação da política monetária, ou seja, não há espaço para corte da Selic, que é o principal instrument­o usado pelo BC para controlar a inflação. Uma Selic alta encarece o crédito e esfria a demanda, forçando os preços a caírem. Para o economista-chefe da Bozano Investimen­tos, Samuel Kinoshita, o conteúdo da ata diminui bastante a probabilid­ade de a redução da taxa Selic acontecer a partir do próximo mês. Na visão de Kinoshita, o desenrolar de algumas medidas nas próximas semanas será fundamenta­l para as ações do BC. “A tramitação da PEC que limita o gastos pode demorar um pouco mais do que as próximas reuniões do BC”, argumentou.

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