PF indicia ex-ministro petista por receber propina sobre consignados
CUSTO BRASIL A Polícia Federal indiciou criminalmente o ex-ministro Paulo Bernardo (PT) no âmbito da Operação Custo Brasil - investigação sobre desvios de R$ 100 milhões oriundos de empréstimos consignados no Ministério do Planejamento entre 2010 e 2015. A PF enquadrou o petista por envolvimento em organização criminosa e corrupção passiva. O inquérito da Custo Brasil foi concluído pela PF na última sexta-feira e enviado à Justiça Federal. Agora, o Ministério Público Federal vai analisar o pedido para decidir se denuncia ou não o ex-ministro e outros investigados na Cus- to Brasil, entre eles o ex-tesoureiro do PT Paulo Ferreira. Bernardo foi preso no dia 23 de junho, sob suspeita de recebimento de propinas de R$ 7,1 milhões do esquema capitaneado pela Consist, empresa de software contratada pelo ex-ministro em 2010 para administrar contratos de consignados com a Associação Brasileira de Bancos Comerciais e o Sindicato das Entidades de Previdência Privada. A Consist teria cobrado uma taxa com valor quatro vezes superior ao do mercado. A Custo Brasil é um desdobramento da Operação Pixuleco II, que descobriu o esquema com os consignados. Um dos alvos dessa ação, deflagrada em agosto do ano passado, o advogado Alexandre Romano, conhecido como Chambinho, fez delação premiada e revelou os bastidores do esquema da Consist. Segundo Chambinho, valores obtidos ilicitamente teriam abastecido em 2010 a campanha da senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR), mulher de Paulo Bernardo, que foi solto no fim do mês passado. Em nota, a advogada do ex-ministro, Verônica Abdalla Sterman, reiterou que o petista nega ter participado do esquema ou recebido “qualquer quantia da Consist, direta ou indiretamente”.