Rio Vermelho: polícia conclui que queda causou a morte de produtor
INQUÉRITO O inquérito policial sobre a morte do estudante e produtor de eventos Leonardo Moura, 30 anos, apontou que a causa do óbito foi uma queda. O documento foi enviado ontem pela Polícia Civil ao Ministério Público. Léo, como a vítima era conhecida, morreu no último dia 11. De acordo com a família, dois dias antes da morte, ele sofreu um ataque homofóbico ao deixar a boate San Sebastian, no bairro do Rio Vermelho. Diante da conclusão do inquérito, o advogado da família, Leite Mattos, afirmou que entrará com uma representação junto ao Ministério Público Estadual (MPE). Segundo a Polícia Civil, um total de 14 testemunhas foram ouvidas na 1ª Delegacia de Homicídios (DH/Atlântico) para a elaboração do inquérito. Entre elas, socorristas, policiais militares, familiares, moradores da região e a médica do Hospital Geral do Estado (HGE), que prestou o primei- ro atendimento ao rapaz. De acordo com a médica do HGE, quando chegou ao hospital, Léo tinha lesões condizentes com o relato de queda feito pelos socorristas do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). “Ele estava cheio de areia e com escoriações simétricas e discretas. Não havia sangramento aparente, nem lábios partidos. Não se queixava de dor”, afirmou a profissional. Ela disse ainda que Léo estava re- lutante. “Ele não queria ficar na maca, saía o tempo todo. Tanto que fui avisar ao chefe do plantão que ele estava inquieto e, por isso, difícil de intermediar a solicitação dos exames (tomografia da região da bacia, tronco, pescoço e cabeça). Ao voltar para sala de sutura, onde Leonardo estava, não o encontrei e relatei o sumiço”, explicou a cirurgiã à polícia. Questionada sobre as bolsas de sangue na parte inferior do olho de Léo e que aparecem em fotos divulgadas pela família, a médica afirmou que uma lesão na região óssea do nariz é compatível com o acúmulo de sangue que o produtor apresentava no dia seguinte à sua entrada no hospital. Segundo a Polícia Civil, a versão coincide com a de três testemunhas que viram Léo cair com o rosto voltado para a areia. “Disponibilizaremos as fotos dos hematomas de Leonardo, analisadas por um perito, que apontou sinais de agressão” disse o advogado.