Desemprego bate recorde e renda do trabalhador volta ao nível de 2013
PNAD CONTÍNUA O mercado de trabalho voltou a mostrar deterioração em junho. O País alcançou o patamar recorde de 11,586 milhões de desempregados. A taxa de desemprego subiu a 11,3% no segundo trimestre, maior resultado da série histórica da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Contínua (Pnad Contínua) divulgada ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). Ao mesmo tempo, a renda média dos trabalhadores encolheu ao menor patamar desde janeiro de 2013: R$ 1.972. “Os ganhos salariais seguirão sua trajetória de moderação nos próximos meses, contribuindo para a continuidade do processo desinflacionário, principalmente dos preços de servi- ços”, avaliou Octavio de Barros, diretor de Pesquisas e Estudos Econômicos do Bradesco, em nota. Cimar Azeredo, coordenador de Trabalho e Rendimento do IBGE, ressaltou que os trabalhadores estão ganhando menos. “Isso reafirma a queda no poder aquisitivo”. Diante da renda do trabalho em queda e a população ocupada menor, a massa de salários em circulação também recuou em mais de três anos: caiu ao menor patamar desde o trimestre encerrado em abril de 2013. No segundo trimestre, a massa de renda real dos ocupados ficou em R$ 174,647 bilhões, 4,9% menor do que há um ano. “Demos uma marcha à ré de pelo menos três anos. A massa de rendimento menor vai inibir consumo. Ela vai se refletir no comércio, na indústria, e vai criar esse ciclo vicioso que a gente vê hoje no mercado de trabalho”, acrescentou Azeredo, do IBGE. No segundo trimestre, 1,413 milhão de postos de trabalho foram fechados, uma redução de 1,5% na população ocupada em relação ao mesmo período de 2015. A pesquisa mostrou que praticamente toda a perda foi no setor formal: 1,486 milhão de vagas com carteira foram eliminadas no período.