Reajuste de servidores só após impeachment, diz Eliseu Padilha
CLIMA NA BANCADA O ministro-chefe da Casa Civil, Eliseu Padilha, disse ontem que a decisão do governo de suspender propostas de reajuste salarial dos servidores federais em tramitação no Senado valerá pelo menos até o fim da votação do impeachment da presidente afastada Dilma Rousseff. O início do julgamento no Senado está marcado para amanhã e deve terminar na terça (30/8). “A decisão é do colegiado do governo. A conclusão foi de que não havia clima na bancada do governo para aprovar reajustes, e era necessário suspender pelo menos até depois da votação do impeachment”, disse. Questionado sobre casos específicos, como o aumento dos ministros do Supremo Tribunal Federal (STF), o ministro negou que eles possam ser contemplados no momento. “Até passar o impeachment, o governo não falará (em reajuste) para nenhuma categoria. Não houve especificação, houve generalidade: o governo não voltará a dialogar porque sua base não aceitou. O governo manda um projeto de lei, mas quem define é o Congresso Nacional”, afirmou Padilha. O governo apoiou os reajustes de várias categorias de servidores este ano. Boa parte deles já foi aprovada na Câmara e no Senado, e aguarda sanção do presidente em exercício Michel Temer. Mas os aumentos geraram uma série de críticas, até de aliados, por desgastar a imagem que o governo quer passar de austeridade nos gastos. Esta semana, a ordem foi suspender as votações, no Senado, de alguns reajustes que já passaram pela Câmara. Pelos cálculos do Ministério do Planejamento, esses aumentos teriam impacto nos cofres públicos de R$ 67,7 bilhões até 2018. Outra questão abordada por Padilha foi a reforma da Previdência. O ministro repetiu a necessidade de aprovação da medida. “Se não, em poucos anos, o sujeito chegará com o cartão de aposentadoria e não terá o dinheiro necessário”, disse. Padilha também voltou a negar que o governo vá aumentar impostos em 2017.